sexta-feira, 24 de junho de 2011

EVIDÊNCIA QUE EXIGE UM VEREDITO Parte 18



capítulo 8:


A Grande
Questão...


Se Deus se tornasse homem, como é que Ele seria? Ou, Jesus possuía as características de Deus? Para começarmos a responder a essa pergunta, devemos primeiramente responder a uma outra pergunta, a saber: Por que Deus se tornaria um homem? Vou usar a ilustração da formiga. Imagine que você está vendo um lavrador arar a terra. E você repara que logo o lavrador vai arar e destruir um ninho de formigas. Como você gosta muito de formigas, você corre até o ninho para alertá-las. Primeiro, você grita para elas sobre o perigo iminente, mas elas continuam a trabalhar. Você então apela à linguagem de sinais e a todos os recursos que consegue imaginar, mas nada funciona. Por quê? Porque você não está se comunicando com elas. E qual é a melhor maneira para se comunicar com elas? Só se tornando uma formiga você se comunicará com elas de um modo que elas entendam.
Se Deus quisesse se comunicar conosco, qual seria a melhor maneira de fazê-lo? Percebemos que, a fim de Se comunicar conosco, Ele conseguiria fazê-lo melhor ao se tornar um homem e, dessa forma, nos alcançar diretamente.
Agora podemos começar a responder à pergunta básica: Se Deus se tornasse homem, a quem ou a que Ele seria semelhante? Ele possuiria os atributos de Deus, entraria neste mundo de forma incomum, realizaria ações sobrenaturais, não teria pecados, provocaria uma impressão duradoura e universal, e muitas outras coisas. Creio que Deus veio à terra na pessoa de Jesus Cristo, e em Jesus vemos a manifestação dos atributos de Deus e das características que acompanham um Deus-homem.
Este capítulo abrangerá o argumento de natureza filosófica "se... então". A primeira vez que vi esse argumento aplicado a Cristo foi no livro de Bernard Ramm Protestant Christian Evidences (Provas Cristãs Protestantes), capítulo 6, "The Verification of Christianity by the Supernatural Character of its Founder" (O Exame do Cristianismo a Partir do Caráter Sobrenatural de Seu Fundador).
A seguir você tem um esboço preparado para ajudá-lo a usar com eficácia este material.

SE DEUS SE TORNOU HOMEM, ENTÃO ERA DE SE ESPERAR QUE ELE:

1A.      Entrasse na vida humana de um modo incomum.
2A.      Estivesse sem pecado.
3A.      Manifestasse o sobrenatural em forma de milagres.
4A.      Possuísse profundo sentimento de ser alguém diferente dos outros homens.
5A.      Apresentasse a maior mensagem já ensinada.
6A.      Possuísse uma influência duradoura e universal.
7A.      Satisfizesse a fome espiritual do homem.
8A.      Manifestasse poder sobre a morte.


1A. SE DEUS SE TORNOU HOMEM, ENTÃO É DE SE ESPERAR QUE ELE TENHA ENTRADO NA VIDA HUMANA DE UM MODO INCOMUM

O nascimento virginal de Cristo é a prova deste ponto.

1B. Testemunho Sobre o Nascimento Virginal
O testemunno sobre o nascimento virginal se concentra principalmente nos evangelhos de Mateus e Lucas. Assim sendo, um estudo da fidedig-nidade de ambos os relatos e da harmonia que eles têm entre si é muito importante ao considerarmos o nascimento miraculoso de Jesus.

1C. O CONCEITO

A definição do nascimento virginal de Jesus deve estar de acordo com o modo prescrito no Antigo Testamento, pelo qual o Messias entraria no mundo.
A primeira profecia sobre a vinda de Cristo encontra-se em Gênesis 3:15. Nesse versículo Deus diz que a semente da mulher esmagará a cabeça da serpente. Assim, o Libertador viria da semente da mulher, e não da semente do homem, conforme é biologicamente aceito.
Uma profecia menos obscura ocorre em Isaías 7:14, a qual declara que "... a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e lhe chamará Emanuel". Está bem explícito que a referência é a uma virgem. E isso, de modo muito lógico, se refere à mulher de Gênesis 3:15.
Henry Morris escreve: "Embora tenha havido disputa sobre o sentido exato da palavra, seu emprego é sempre consistente com o sentido de 'virgem' e, em alguns casos, é o único sentido possível. Os estudiosos que prepararam a Septuaginta, versão em grego do Antigo Testamento, utilizaram a palavra grega que usualmente designa 'virgem' ao traduzirem Isaías 7:14. Igualmente o fez Mateus, quando citou essa profecia (Mateus 1:23) como se cumprindo no nascimento virginal de Cristo". 30/36
Além disso, em Isaías 7:14, afirma-se que o nascimento seria um "sinal" vindo do "próprio Senhor". Com certeza, isso é algo singular, no sentido de que não poderia ser um nascimento comum. De modo que podemos ver que a doutrina do nascimento virginal apresentada no evangelho está em harmonia com os ensinos mais antigos das Escrituras.

2C. FIDEDIGNIDADE

A fidedignidade dos relatos dos evangelhos também deve se basear em sua exatidão histórica.
A historicidade dos relatos dos evangelhos é confirmada pela época em que cada escritor coloca os acontecimentos do nascimento de Jesus e os próprios acontecimentos. Alega-se que existem discrepâncias no relato de Lucas sobre o nascimento, no que diz respeito ao censo determinado por Quirino. A princípio acreditava-se que Quirino foi governador somente em 8 A.D. e que Quirino e o seu censo teriam acontecido depois do nascimento de Cristo, como também depois da morte de Herodes. No entanto, atualmente alguns crêem que Quirino serviu durante dois mandatos, o primeiro deles em 10-7 a.C, o que situaria o seu primeiro censo à época aproximada do nascimento de Cristo e pouco antes da morte de Herodes, em4a.C. 39/113-115

3C. HARMONIA ENTRE OS TESTEMUNHOS

Para algo ser verdadeiro, aqueles que estão dando testemunho a respeito devem concordar naquilo que dizem.
Em referência aos relatos de Mateus e Lucas, Orr declara que, embora escrevam a partir de diferentes pontos-de-vista e seus escritos se originem de diferentes fontes, concordam numa questão central: "que Jesus, concebido pelo Espírito Santo, nasceu de Maria, uma virgem que estava noiva de José, o qual teve pleno conhecimento da questão..." 34/35

1D. Harmonia Versus discrepância das narrativas

"Os críticos falam das discrepâncias das narrativas. Muito mais notáveis, parece-me, são os pontos de concordância, inclusive os pontos sutis, que permeiam essas narrativas. Se os estudarmos cuidadosamente, os pontos de concordância demonstrarão ser bem mais numerosos do que parecem à primeira vista. Segue-se, por exemplo, uma lista de 12 pontos, que são bem fáceis de serem vistos nas narrativas, mas que deixam transparecer bem claramente a idéia central de toda a história.
1E. Jesus nasceu nos últimos dias de Herodes (Mateus 2:1, 13; Lucas 1:5).

2E. Foi concebido pelo Espírito Santo (Mateus 1:18, 20; Lucas 1:35).

3E. Sua mãe era virgem (Mateus 1:18, 20, 23; Lucas 1:27, 34).

4E. Ela estava noiva de José (Mateus 1:18; Lucas 1:27; 2:5).

5E. José pertencia à casa e linhagem de Davi (Mateus 1:16, 20; Lucas 1:27; 2:4).

6E. Jesus nasceu em Belém (Mateus 2:1; Lucas 2:4, 6).

7E. Por orientação divina Ele foi chamado Jesus (Mateus 1:21; Lucas 1:31).

8E. Foi declarado Salvador (Mateus 1:21; Lucas 2:11).

9E. José soube antecipadamente da situação de Maria e da causa dessa situação (Mateus 1:18-20; Lucas 2:5).

10E. No entanto, tomou Maria como esposa e assumiu plena responsabilidade paternal pelo filho de Maria (Mateus 1:20, 24, 25; Lucas 2:5ss).

11E. A anunciação e o nascimento foram acompanhados de revelações e visões (Mateus 1:20, etc; Lucas 1:26, 27, etc).

12E. Depois do nascimento de Jesus, José e Maria moraram em Nazaré (Mateus 2:23; Lucas 2:39)." 34/36, 37


Uma aparente discrepância dos relatos envolve a linhagem familiar de Jesus. A Bíblia apresenta duas genealogias de Cristo. Ao serem examinadas, parecem se contradizer. No entanto, a genealogia apresentada em Mateus é a de José e a apresentada em Lucas é a de Maria. 30/37 Visto que José descendia de Jeconias, Jesus não tinha o direito de pertencer ao trono (veja Jeremias 22:30; Conias, Jeconias, em 2 Reis 24, e Jeconias, em Mateus 1:11, são a mesma pessoa). No entanto, a linhagem de Maria não inclui Jeconias, e, visto que José não gerou Jesus, Ele tinha direito ao trono como "a semente" da mulher, Maria (Lucas 3:23).

2D. O Testemunho de Marcos, João e Paulo
Um argumento freqüentemente empregado pelos críticos é que, com exceção de Mateus e Lucas, no Novo Testamento não há qualquer referência ao nascimento virginal. Portanto, a conclusão a que freqüentemente se chega é que essa doutrina não era vital à mensagem da igreja do Novo Testamento.
William Childs Robinson, professor emérito de Teologia Histórica no Seminário Teológico Columbia, nos Estados Unidos, assinala que "aquilo que está explícito em Mateus e Lucas, encontra-se implícito em Paulo e João". 38
Robert Gromacki escreve que "é insustentável a posição de querer argumentar em favor da rejeição devido ao silêncio ou em favor da ignorância da doutrina também devido ao silêncio. Os apóstolos não registraram tudo o que ensinaram ou sabiam (cf. João 20:30). Na verdade, o chamado argumento do silêncio, que é empregado pelos liberais, pode ser um tiro que sai pela culatra. Uma vez que Paulo não menciona qualquer pai humano para a pessoa de Jesus, será que isso significa que ele cria que Jesus não teve um pai humano? A maioria considera o silêncio como consentimento. Se Paulo e os outros não acreditavam no nascimento virginal, será que não deveriam ter corrigido as narrativas mais antigas do nascimento? Pode-se usar o argumento do silêncio em favor dos dois lados. Na realidade, jamais se deve basear alguma afirmação ou negação no argumento do silêncio". 12/183
Também pode-se argumentar que "...embora seja verdade que essa questão apareça no início tanto do primeiro como do terceiro evangelho, está ausente no evangelho de Marcos, ou, como se costuma dizer, Marcos 'nada sabia a respeito', embora seu evangelho tenha sido o primeiro a ser escrito e tenha sido utilizado pelos outros dois. O evangelho de Marcos, que consideramos ter grande autoridade, foi o relato daquilo que ouviu da pregação de Pedro. Foi o 'intérprete' do apóstolo. Esse evangelho representa aquilo que Pedro considerava útil ou necessário para a pregação em público, da mesma forma como Paulo pregou no Areópago em Atenas, ou então em Jerusalém, Antioquia e Roma".
"E, por razões óbvias, a questão do nascimento de nosso Senhor não teria sido um assunto a ser tratado em tais ocasiões, especialmente enquanto Sua mãe estava viva, sendo, possivelmente, conhecida pessoalmente por aqueles que ouviam. O tema principal devia ser os ensinamentos dados por Cristo, os sinais operados por Ele, e, acima de tudo, pelo que vemos do lugar que ocupam, os acontecimentos de Sua paixão." 39/99-101
É possível que o escritor do quarto evangelho tenha pressuposto um nascimento miraculoso para Jesus ao usar a palavra "unigênito" em João 3:16.
Como John R. Rice diz, "Jesus repetidamente se referiu a Si mesmo como o 'Filho unigênito' de Deus. Pois a palavra 'gerou' é uma palavra utilizada em genealogias humanas, uma expressão que se refere ao papel do homem na procriação ou na geração de uma criança. Refere-se ao nascimento físico. Jesus insistiu que não foi gerado por José, mas por Deus. A mesma palavra, monogenes, é usada seis vezes no Novo Testamento em relação a Jesus como sendo unigênito, o único gerado de Deus; e duas vezes o próprio Jesus a empregou com referência a Si mesmo! Observe que Jesus não afirma ser simplesmente alguém que foi gerado por Deus. Antes, afirma ser a única pessoa nascida que foi gerada de tal maneira. Ele é o único Filho gerado de Deus. Ninguém mais chegou a nascer de uma virgem. Num sentido espiritual, pode-se afirmar que os cristãos são gerados de novo ('regenerados') para uma esperança viva (1 Pedro 1:3), mas no sentido em que Jesus foi gerado por Deus, ninguém mais chegou a sê-lo. Jesus estava claramente afirmando que Ele fora fisicamente gerado por Deus, e não por um pai humano." 37/22,23
A geneaologia do apóstolo João ocupa-se essencialmente com o "princípio", de modo que não trata do nascimento virginal. "No princípio era o Verbo... e o Verbo se fez carne" (João 1:1, 14).
De modo análogo, em relação a Paulo, este "conhecia Lucas muito bem. Durante um longo período Lucas foi companheiro de Paulo em suas viagens, e esteve com ele em Roma; e Lucas é a principal autoridade que temos sobre a história do nascimento de nosso Senhor. O apóstolo Paulo deve ter conhecido essa história, e é bem natural que, conhecendo-a, falasse de nosso Senhor da maneira como faz quando afirma que 'Deus enviou seu Filho, nascido de mulher' (Clemente F. Rogers)". 39/101

2B. Provas Históricas, Além dos Relatos dos Evangelhos, Acerca do Nascimento Virginal

1C. ÉPOCA

Um fator importante acerca dos relatos dos Evangelhos é a época em que foram escritos. Devido à data remota da composição dos Evangelhos, não houve tempo suficiente para o desenvolvimento de um mito em torno do nascimento de Cristo. Assim, devemos examinar as provas sobre o ensino do nascimento virginal na igreja primitiva. Quanto a isso existem duas questões:

1D. Como a idéia de um acontecimento virginal surgiu tão rapidamente, não estava baseada num fato?

2D. Se os Evangelhos não eram históricos, como foram aceitos tão universalmente numa data tão remota?

Sobre a crença da igreja primitiva no nascimento virginal, Gresham Machen escreve: "Mesmo que... não houvesse uma única palavra sobre o assunto no Novo Testamento, o testemunho do segundo século revalaria que a crença no nascimento virginal teria surgido, na pior das hipóteses, bem antes do término do primeiro século". 25/44
Logo nos primeiros dias da igreja, existia um grupo denominado "os ebionistas". Eles se opunham à maneira como a igreja interpretava a passagem de Isaías que menciona a virgem dando à luz um filho (Isaías 7:14). Eles diziam que esse versículo devia ser traduzido pela frase "uma jovem". 39/105 O ponto importante é que a igreja acreditava no nascimento virginal.
Sobre isso James Orr escreve: "... Além dos ebionitas... e de umas poucas seitas gnósticas, não se sabe da existência de qualquer grupo de cristãos do período inicial que não aceitasse como parte de sua fé o nascimento de Jesus da Virgem Maria; enquanto que... temos as mais amplas provas de que essa crença era parte da fé geral da Igreja". 34/138
Ao falar da igreja primitiva, Aristides afirma que "tudo que sabemos sobre as doutrinas do período inicial do segundo século se harmoniza com a crença de que, naquele período, a virgindade de Maria fazia parte da fé cristã que fora formulada". 2/25

2C. O TESTEMUNHO DOS PRIMEIROS PAIS DA IGREJA

Muito importante na história da crença da igreja primitiva no nascimento virginal é o testemunho dos seus primeiros pais. Em 110 A.D. Ináci-o escreveu na Epístola aos Efésios: "Pois nosso Deus Jesus Cristo... foi concebido no ventre de Maria... pelo Espírito Santo". 55/18:2
"Pois a virgindade de Maria e Aquele que dela nasceu... são os mistérios mais comentados em todo o mundo, embora operados secretamente por Deus." 52/19:1 Inácio recebeu a informação de seu mestre, o apóstolo João.
"Dispomos ainda de outras provas", escreve Clement F. Rogers, "que revelam que essa crença não era uma idéia nova à época de Inácio. Pois sabemos que a crença dos cristãos no nascimento virginal sofria ataques por parte daqueles de fora. Cerinto, por exemplo, foi contemporâneo e adversário de São João. Conta-se que o evangelista, ao encontrar com Cerinto nos banhos públicos, exclamou: 'Fujamos daqui para que não nos sobrevenha de o prédio cair sobre nós, enquanto Cerinto, o inimigo da verdade, está aqui'. Irineu nos conta que ele (Cerinto) ensinava que nosso Senhor havia nascido de José e de Maria como quaisquer outros homens". 39/105
Um outro dos escritores pós-apostólicos, Aristides, em 125 A.D., fala do nascimento virginal: "Ele é o próprio Filho do Deus excelso que se manifestou pelo Espírito Santo, desceu dos céus e, nascido de uma virgem hebréia, se encarnou a partir da virgem... É Ele que, segundo a carne, nasceu pertencendo à raça dos hebreus, por intermédio da virgem Maria que deu à luz Deus". 2/32
Em 150 A.D. Justino Mártir oferece muitas provas a favor da idéia do nascimento milagroso de Jesus. "... Nosso Mestre Jesus Cristo, que é o primogênito de Deus Pai, não nasceu como resultado de relações sexuais... O poder de Deus, descendo sobre a virgem, cobriu-a com sua sombra e fez com que, embora ainda virgem, concebesse... Pois, devido ao poder de Deus, Ele foi concebido por uma virgem... De acordo com a vontade de Deus, Jesus Cristo, Seu Filho, nasceu da Virgem Maria" (Apologia 1:21-33; Diálogo com Trifo, o Judeu ).
"O primeiro grande cristão de fala latina foi o advogado convertido, Tertuliano. Ele nos informa que, em seus dias (ca. 200 A.D.) existia não apenas um credo cristão estabelecido, sobre o qual todas as igrejas concordavam, mas também nos informa que o nome técnico desse credo era tesse-ra. Bem, as coisas só recebem nomes técnicos quando já estão estabelecidas há algum tempo. Ele cita esse credo quatro vezes, o qual inclui as palavras 'ex virgine Maria' (da Virgem Maria)." 39/103

3C. OS ANTIGOS TESTEMUNHOS JUDAICOS

Como seria de esperar, também existem argumentos contrários ao nascimento virginal. Esses argumentos foram levantados pelos judeus. Nosso propósito aqui é demonstrar que bem no início da igreja havia controvérsia vinda de fora, a respeito do nascimento de Jesus e que, para surgir essa controvérsia, a igreja devia vir ensinando o nascimento milagroso de Cristo.
Ethelbert Stauffer diz: "Numa lista genealógica, com data anterior a 70 A. D., Jesus é mencionado como 'o filho bastardo de uma mulher casada'. É evidente que o evangelista Mateus estava familiarizado com essas listas e que estava lutando contra elas. Mais tarde, alguns rabinos chamaram grosseiramente Jesus de filho de uma adúltera. Também afirmaram saber qual era exatamente o 'nome do pai desconhecido: Panthera'. Em antigos textos rabínicos encontramos freqüentes alusões a Jesus ben Panthera, e o platonista eclético Celso, que viveu por volta de 160 A.D., conta em detalhes toda espécie de piada maliciosa sobre Maria e o legioná-rio romano Panthera"47/17
No Toldoth Jeschu, a história de Cristo escrita pelos judeus, ensina-se que Jesus teve "origem ilegítima, através da união de sua mãe com um soldado de nome Panthera". 34/146
Hugh Schonfield, o cético judeu, conta: "O rabino Shimeon ben Azzai disse: 'Encontrei um rolo genealógico em Jerusalém, e nele estava escrito 'fulano, filho bastardo de uma adúltera"'. 42/139s
O rabino Shimeon viveu no final do primeiro e início do segundo séculos A.D. De acordo com Schonfield, esse documento já devia existir à época da captura de Jerusalém em 70 A.D. Nos registros judaicos mais antigos, o nome de Jesus é representado por "fulano".

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