sábado, 22 de maio de 2010

Os Bilhões do Vaticano - parte 74

Quando ele abriu a reunião do Colégio de Cardeais para o debate sobre o colapso do Ambrosiano-IOR, o Papa Wojtyla escreveu uma carta relembrando os católicos que fontes básicas das finananças da Santa Sé eram “as ofertas”dos crentes mundiais.
A partir daí, após referir-se à sua “progressiva ansiedade monetária”, Wojtyla referiu-se claramente à mútua generosidade dos cristãos primitivos. Ele esparava, comentou então, que os católicos de hoje não seriam menos generosos.
Enquanto isso acontecia, estavam se dando passos para compensar o IOR das perdas sofridas. O cardeal Kroll de Filadélfia, membro da comissão papal de quinze cardeais, que havia discutido as finanças e débitos do IOR “muito secretamente”  e supostamente membro da Máfia Polonesa dentro do Vaticano, declarou que Marcinkus tinha sido virtualmente isento  de todas as sugestões de “impropriedades” financeiras. O Banco do Vaticano também fora absolvido de “qualquer censura” , ele comentou. A falta fora só do Ambrosiano.
Outra adicional e significativa revelação de Krol foi que o Banco do Vaticano fora usado pelos operadores do Ambrosiano para financiar esquemas “duvidosos” na América Latina. O que ele quis dizer com “operadores” jamais foi esclarecido. Os fatos, contudo, lá estavam para que todos vissem. A maioria dos operadores do Ambrosiano havia sido de bons católicos praticantes e bons maçons praticantes, apoiados por um grupo internacional estrangeiro de mafiosos cosmopolitas que negociavam com o tráfico de armas e drogas. Também “filamentos” financeiros de vários aparatos de espionagem haviam estado operando com eles e, desse modo, mesmo que tangencialmente, com o IOR. Houvera atividades não na América Latina, mas também na Europa Oriental, no país do próprio papa, na Polônia comunista.
A palavra “Solidariedade” tinha rolado solta na discussão secreta dos cardeais e dos “três homens sábios” , visto como havia absorvido vastas somas de dinheiro. Também porque outra justificativa do papa para “inventar” o Ano Santo de 1983-84 tinha sido, além disso a espúria comemoração da crucificação de Cristo, o aniversário dos 600 anos de chegada à Polônia do ícone mais  sagrado do país. A Madona Negra de Chestocova.
A Madona Negra, conforme a tradição polonesa, havia impedido as invasões de inimigos semi-pagãos, tais como os suecos e, acima de tudo, os russos. Como preito de gratidão à mesma, foi-lhe dado a patente de general dos exércitos poloneses. Ela também dora coroada Rainha da Polônia.
Segundo Wojtyla, a Madona continuava protegendo a Polônia católica contra os inimigos. Daí ter sido aclamada como protetora do Solidariedade. “Nossa força não está apenas nos  números, pois somos ainda um pequeno raio de luz enviado por Deus para desarraigar uma árvore cujo tronco se tornou podre”, proclamava a placa do muro dos msoteiro de Jasna Gora (2). “Vamos orar para que os mineiros e os trabalhadores do parto(?) encontrem uma casa comum sob a proteção da Madona Negra”. Era o que trovejavam os psdres nas igrejas polonesas. (3)
O fervor beligerante engendrado pela Madona e o patrocínio do papa ao Solidariedade custaria mais dinheiro do que imaginavam o IOR ou o papa. Os fundos preliminares, alguns das companhias “fantasmas” provaram ser inadequados. O Solidariedade transformou-se em feroz devorador de dólares. Antes de sua morte em 1982, fora  computado que  Calvi e associados já haviam transferido para o Solidariedade pelos menos 12 milhões de dólares do fundo combinado do Ambrosiano-IOR. Quando o papa visitou novamente a Polônia em junho de 1983, a soma foi computada como tendo chegado de 16 a 17 milhões de dólares.
La Stampa, um dos jornais mais respeitados da Itália fez a sugestão em sua edição de 15.06.83 de que o próprio papa havia seguido a operação de sua equipe quando, durante a mesma visita papal, ele destinou fundos à Polônia acima de 2 milhões de dólares sob a coletiva proteção de sua imunidade diplomática. (ver o Daily Express de 16.06.83).
Subsídios monetários derivados de fontes do sacerdócio episcopal, congregacional e papal, direta e indiretamente ( a Congregação para a propagação da Fé e o Instituto de Obras Religiosas), por exemplo, embora dedicados aos objetivos indicados pelos nomes, eram reforço ativo para atividades ideologicamente motivados diretamente inspirados pelo papa, que havia prometido que s e a Rússia tivesse invadido a Polônia para subjugá-la, o Papa Wojtyla teria ido para lá pessoalmente para se opor à ação soviética.
Sempre que motivada por objetivos religiosos, a Igreja Católica se transforma em vasta máquina política dedicada ao propósito de que deve ajudar não apenas com Ave-Marias, mas também com dinheiro como teria comentado o Diretor do Banco do Vaticano.
Além dos estabelecidos canais eclesiásticos, os provedores de dinheiro são os cultos, a começar dos cultos marianos. Estes têm sido e continuam sendo os mais seguros arrecadadores de dinheiro dentre todos os demais. A Virgem Negra da Polônia é um deles. Aí os piedosos que desejam intercessões, escrevem seus desejos em pedaços de papel, os quais são colocados numa caixa mais tarde abertas pelos padres. Os padres então lêem as notas e pegam o dinheiro, visto como os pedaços de papel raramente são colocados na caixa sem moedas ou cédulas anexas. Em comparação com a madona Negra, a de Mont Serrat na Cataluña, tem mais sucesso ainda. Ela  coleta dezenas de milhares de pesetas diariamente. Outras virgens localizadas na Itália, Espanha e Portugal também são fontes ativas de abundantes lucros. As de Londres e Fátima lideram a liga, conforme descrito em outros capítulos.
Recentemente, outro culto de igual sucesso apareceu em cena – a papolatria. O fenômeno dos papas viajantes criou um novo aparato semi-eclesiástico especificamente dedicado a gastar, coletar e fazer dinheiro com a total cooperação das autoridades civis e religiosas. A imagem de um papa viajante originalmente iniciada por Paulo VI e desde então tem desenvolvido em verdadeira agência de viagem eclesiástico-turística, centralizada no Vaticano.
O papa decide o país que deseja visitar e imediatamente operações de vôo distantes São postas em ação. A máquina eclesiástica é acionada para a recepção, teatralidade e gerenciamento do papa visitante. Autoridades civis são mobilizadas e coordenadas com os movimentos papais. Toda a movimentação exige verba, às vezes milhões.
O fiel vê o papa de relance, escutae de seus lugares comuns e então são levados a pagar por tudo, de qualquer modo. Coletas são tiradas dos freqüentadores da Igreja, antes que chegue Sua Santidade geralmente e muito mais depois que ele se vai. Durante a visita papal à Inglaterra, Escócia, por exemplo, o moderno se repetiu para surpresa dos que, até então, haviam estado convencidos de que as visitas papais consistiam exclusivamente de abstrações espirituais.
Na Escócia a visita do Papa Wojtyla custou aos econômicos escoceses mais de três milhões de dólares. Após sua partida, eles foram solicitados a conseguir outro milhão de dólares pelo privilégio (500.000 libras). Eles o deram por trás das subdivididas injúrias celticas vias coletas adicionais durante os cultos nas igrejas.
Na Inglaterra, no mesmo ano, a despesa agravou os fiéis. Somente na província de Westminster o débito chegou a 870.000 libras esterlinas, quase 2 milhões de dólares. Em Liverpool, 2,5 milhões de libras, 5 milhões de dólares. Na Espanha, em novembro de 1982, entre 8 e 10 milhões. O papa partiu, totalmente despreocupado com o débito extra de milhões de dólares a ser pago pela igreja paroquial e pelas injuriadas autoridades civis.
Além dessas despesas, existem as transações financeiras colaterais em pequena e grande escala, ativadas pelas autoridades religiosas, comerciantes e gente de negócios preparados para fazer dinehiro nessas visitas. Na Irlanda, o tapete vermelho sobre o qual o papa andou foi considerado como relíquia e vendido como tal por metro quadrado. Na Nigéria, a água na qual ele se lavou foi vendida como líquido curativo. Em outros países africanos, qualquer coisa que tenha sido tocada pelo papa tronou-se vendável a preços altos. Até mesmo na sóbria Escócia, a papolatria atingiu proporções inauditas de profundidade. Um pedaço do terreno sobre o qual andou o papa tornou-se terreno sagrado. Ele brotou em frente ao jardim do cardeal escocês (Gordon gray). Quando JP2 fez o seu tradicional beija chão em sua chegada, em vez de beijar o asfalto ele plantou o beijo na grama ao redor da casa. O homem da RAF, em seguida, cavou os tufos de grama e os levou ao Cardeal, o qual pôs a sagrada relíquia papal em seu jardim frontal.
A papolatria desde JP2 tornou-se um grande negócio onde quer que o novo culto fosse promovido. Enquanto uma empresa comercial, da qual muitos tiram os lucros, o Vaticano se proveu a ele mesmo com milhões de dólares de lucros adicionais.
A soma dessas exposições papais de masssa é que a dádiva anual da Moeda de Pedro aumentou consideravelmente desde o começo da idolatria. Os míseros 2 ou 3 milhões de dólares, sob o governo de Paulo VI, subiu para 20 a 25 milhões com JP2.
O caráter monárquico do último com o seu comportamento teatral, apelando às massas, produziu uma abundante colheita de ofertas monetárias entre os milhares de freqüentadores das Igrejas católicas romanas, muitos dos quais finalmente acabam dentro dos cofres do Vaticano. “O que salvou a Santa Sé” contou com aprovação um católico romano, “ficam as ofertas de centenas de milhões de católicos através do mundo da Moeda de Pedro e doações particulares”. (4)
A soma das doações particulares jamais foi revelada. Mas foi sabido que foi substancial. Alguns americanos chegaram a ofertar milhões de dólares. Esse tipo de ganho é raramente conhecido umas vez que faz parte dos fundos secretos. As peregrinações papais podem experimentar pequenas decepções. Como quando, por exemplo, durante sua visita a Coventry, Inglaterra, após Ter sido apresentado com cálice de ouro, o Lord prefeito pediu-o logo que fosse devolvido. (5) A “invenção” do Ano Santo para levantar fundos para o Banco do Vaticano foi imitado por outros, embora em menor escala. Eclesiásticos leiloaram propriedades da Igreja com objetivos mercenários como por exemplo aquele bispo que colocou à venda o seu trono episcopal datado de 1400 d.C. ao preço de U$500, mais? Seu título de Barão e outros dois  feitos nobioliárquicos pertencentes à Santa Sé. (6)
Mas se o comportamento mercenário dos hierarcas humildes pode às vezes ser justificado, o do papado não pode, visto que ao afetar a suposta espiritualidade  do ofício, ele rebaixa o seu status ao nível de assunto secular, comprando e vendendo por razões que são tudo menos de caráter religioso. O Papa Paulo VI, por todos os seus problemas monetários, nunca desceu tão baixo como o Papa Jpe, com sua rompante exploração da religião para ganhos mercenários. Embora alguns possam achar que é justo ele aceitou benefícios monetários resultantes de sua popularidade pessoal, tais como o aumento da 

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