quinta-feira, 13 de maio de 2010

Os Bilhões do Vaticano - parte 65

Contudo, os verdadeiros fatos, novamente revelados em 1982 foram que durante o ano de 1973, um ano antes do colapso de Sindona, Marcinkus havia sido intimamente questionado pelas autoridades americanas em conexão com fraudes e seguridades falsas, cridas como tendo sido relacionadas com algumas operações de Sindona, quando o IOR presidido por Marcinkus, conforme ainda outra fonte, havia perdido 80 milhões de dólares. (5)

Muito mais sérios eram os rumores de que os EU certa vez foram convencidos de que o Banco do Vaticano tinham sido parte de um esquema que iria usar cerca de 900 milhões de dólares em bônus falsos. Esses rumores jamais foram confirmados e ninguém foi multado com as alegações ofensivas. Contudo, eles persistiram e em certo tempo pareciam estar bem próximo de se transformarem em acusações positivas, que as autoridades poderiam estar prontas a transformar em prisões oficiais.

A acusação caso comprovada poderia Ter provocado um bombardeio de tal potência que suas reverberações poderiam Ter criado reações através do católicos do mundo inteiro, inclusive dos EU. Muito mais quando aprecia que os ofensores potenciais eram não apenas o banco do Vaticano como também um cardeal secundado em prestígio somente pelo papa – o cardeal Tisserant, deão do Sacro Colégio dos Cardeais em Roma. Tisserant jamais fora acusado de qualquer escândalo visto como falecera em 1972. Contudo o fato curiosos de que havia estritas instruções para que os seus “diários” fossem levados para fora do Vaticano logo depois de sua morte, fizeram reviver as suspeitas do seu envolvimento em bônus falsos.

Mas se o temor de um escândalo maior havia tornado apreensivo o Vaticano, ele também havia amedrontado certos elementos políticos dentro dos Estados Unidos. O espectro de uma potencial fuga de votos católicos aterrorizou a administração do país em ofício. Se os investigadores dos Estados Unidos perseguissem seu rastro o escândalo Vaticano iria atingir não só o Vaticano, mas também a Igreja Católica na América, com resultados difíceis de serem previstos em termos políticos e partidários.

A investigação foi suspensa. Por quem? Jamais foi divulgado. Contudo mesmo naquele tempo, havia cochichos de que fora instigada pelo Presidente Nixon, pressionado por uma potente comissão de católicos e pelos conselhos de um cardeal americano e amigos jesuítas. Um dos principais dos discursos de Nixon escritos durante três anos consecutivos era o padre jesuíta John McLaughlin, que os escrevia ganhando um salário anual de quase 2.700 mensais, 32 mil dólares anuais.

Se foi Nixon ou alguém mais, o fato é que a investigação foi misteriosamente encerrada. Muitíssimos interesses de natureza política e financeira estavam em jogo. E muitíssimas pessoas teriam sido prejudicadas através da oscilação do voto católico, caso a investigação tivesse sido permitida a tomar o seu curso natural.

Mas se o escândalo pessoal dos bônus falsos foi incubado, outros, até mesmo de dimensões menores não foram. No ano seguinte, 1974 quando o império financeiro de Sindona finalmente desabou, o Banco do Vaticano perdeu 50 milhões de dólares através de especulações atribuídas a um executivo do Banco de Roma, pela Svizzera. O executivo do banco, que negou veementemente a acusação foi encontrado misteriosamente morto mais tarde na linha férrea. Oficialmente presumiu-se que havia sido suicídio, mas com efeito parecia mais um caso de assassinato.

O Cardeal Vagnozzi, chefe da Prefeitura de Assuntos Econômicos do Vaticano, seguindo a especulação quanto às perdas financeiras do Vaticano declarou certa vez que as afirmações do Vaticano ao redor do mundo em certo tempo eram ainda de 125 milhões de dólares. Quanto às relações do Vaticano com Sindona, ele então acrescentou que haviam sido restritas ao mínimo: a venda da Societa General Imobilliare.

Os fatos reais eram outros. Em fevereiro de 1973 quando parou o estoque Exchanger dos Estados Unidos, o negócio na Vectro Industries veio à luz, que 20 dos 27% (450 mil ações no valor de 16 milhões de dólares) haviam sido comprados pelo Vaticano através da Lieschetein, na qual Sindona tinha tido substancial interesse.(7) Depois de pagar uma multa ao SEC, o Vaticano vendeu todas as suas ações na Vectro com lucro.

Isso não foi tudo. O Vaticano também tinha tido 22% de igual participação no valor de 20 a 30 milhões de dólares Fine Bank de Genebra – o Banqüe de Financement – outro das operações de Sindona (em 1975 o governo suíço fechou o banco depois das grandes perdas). Também o Hamburg’s Bank House Wolf, que controlava o Fine Bank foi fechado após o colapso do Franklin de Sindona. Entrementes Sindona após ter desaparecido depois do seu colapso, foi sentenciado por 66 contas de fraude. Tendo sido levado a julgamento em 1980, foi considerado culpado de 65 das acusações recebendo uma pena de 25 anos de prisão.

Mas enquanto o Vaticano nada fez ara ajudar seu ex conselheiro financeiro, os franco maçons da Itália e alguns dos Estados Unidos o fizeram. Ou pelo menos, tentaram fazê-lo. Uma poderosa Loja, cujos membros pertenciam aos mais altos escalões da Itália e da América, sendo a principal destas a loja de Lício Gelli, a P 2, mobilizou auxílio para o seu irmão enjaulado. Chamada “Propaganda 2” a loja era um desmembramento da franco maçonaria ortodoxa italiana, cujo objetivo principal era prover uma base clandestina para atingir o poder político.

Que os manipuladores interinos do Vaticano e da CIA tivessem “negociado”, não interessa quão superficialmente, com os maçons, foi contudo uma surpresa para muitos católicos, porém não para o Vaticano que há muito vinha aceitando a sua existência nos Estados Unidos, porque lá, a maçonaria era diferente. (8)

A diferença, conforme a explicação de um cínico estava apenas na soma de dinheiro, e acima d e tudo na influência política que ele exercia nos mais altos círculos financeiros e políticos dos Estados Unidos, onde o Sindicato e o IOR haviam estabelecido suas complicadas teias financeiras.

Estas haviam atingido os mais recônditos pescoços e crânios, não só na Itália, mas também na vida americana. O adversário do partido político de liderança ao qual Sindona e o Vaticano haviam oferecido aquele bilhão de dólares como fundo de contribuição, descobriu-se estar envolvido, embora tangencialmente com o próprio “irmão” Michele Sindona. E desse modo, por associação, com o Vaticano.

Que isso não foi mera especulação foi comprovado pelo fato de que após a prisão do grão mestre Gelli foram encontradas entre os seus papéis cartas trocadas entre ele e Philip A. Guarina, o chefe do Comitê Americano Republicano Nacional. O seu objetivo era ajudar o irmão Michele cujo caso, em 1979, parecera sem esperança.

Quando em 1980 0 caso de Sindona deteriorou-se, seguindo-se uma lista de fraudes após outra preparadas contra ele e os irmãos da Loja na Itália e nos Estados Unidos. Estes esperaram em vão que alguém do Vaticano pudesse ajudá-lo e se queixavam amargamente de que “ninguém tivesse vindo em defesa de Michele”. Contudo, duas semanas antes, escreveu o chefe do Comitê Americano Republicano Nacional“ tudo parecia estar indo bem” – uma referência aos esforços do núncio papal na Alemanha, que havia prometido fazer lobby com os cardeais livres conectados com o banco do Vaticano como já vimos quando “Sua Eminência, o Cardeal Casaroli, Secretário de Estado do Vaticano, proibiu suas eminências de o fazerem, ele concluiu. “Ninguém veio em sua defesa e até mesmo a Igreja realmente o deixou cair” concluiu amargamente. (9)

Guarina tinha razão. O Secretário de Estado que sabia o rumo perigoso que o escândalo financeiro estava tomando, como veremos agora, tentou lavar as mãos com respeito ao seu ex parceiro, agora caído, mas ainda potencialmente perigoso – Michele Sindona.

As terríveis advertências de um novo esc6andalo no futuro ainda permaneciam para quem quisesse enxergar. Em 1980/81, após investigações adicionais dentro das conseqüências do caso Sindona, os principais executivos eméritos do IOR, isto é, o Banco do Vaticano e seu sucessor, foram presos. No ano seguinte, julho de 1982, Sindona mesmo cumprindo seus 25 anos na prisão americana, foi condenado mais uma vez por outro caso falência. Vinte e cinco outras pessoas, inclusive um oficial do Banco do Vaticano, foram acusadas de fraudulência, falência e falsificação de números da companhia.

L. Meninni, o oficial mais alto do Vaticano, e o segundo no comando do Bispo Marcinkus e do Papa JP2 também foi condenado. O julgamento foi fixado para 1983.

A raposinha financeira de propriedade de Paulo VI, não apenas fora abandonada pelo Vaticano a qual servira tão bem, como havia sido apanhado pelas garras da lei que graças também às ambivalentes proteções da igreja e da Franco Maçonaria havia servido tão hábil e ardilosamente por tanto tempo.

Capítulo 30

O banqueiro de Deus a Loja P 2 e o Vaticano

A Franco Maçonaria tem sido sempre para a Igreja Católica uma das maiores aberrações da sociedade, pior do que o ateísmo e o bolchevismo. Os católicos foram proibidos de simpatizar, apoiar ou se juntar à mesma de qualquer maneira e de qualquer forma. Se assim o fizessem seriam imediatamente excomungados. As fulminações papais haviam providenciado para que essa proibição fosse mantida. O castigo era imposto imediatamente para qualquer católico que desobedecesse: exclusão da comunhão da Igreja aqui na terra e garantia do inferno no outro mundo.

Então, certo dia, em 1974 o Vaticano deixou escapar uma bomba, dando permissão oficial aos católicos romanos para se juntarem a uma Loja Maçônica em casos especiais. A permissão foi usada em certos quartéis da Itália, Suíça e Estados Unidos, ou, quem sabe, já fora usada pelos católicos antes da permissão oficial, simplesmente porque muitos deles tinham estado tratando de vários negócios financeiros com o Banco do Vaticano.

A curiosa liberalização do Vaticano nunca teria acontecido, se não fosse pela descoberta do corpo de um executivo do Banco Lugano atravessado na linha férrea de uma ferrovia suíça, como já foi mencionado. O homem, funcionário do Banco de Roma, pela Svizzera, havia jogado ilegalmente com os fundos do banco, segundo foi dito, com a perda de 20 milhões de francos suíços. No princípio, a versão oficial de que ele havia cometido suicídio fora aceita. Então, foi noticiado que o Banco di Roma per la Svizzera teria perdido a soma de 50 milhões de dólares para alguém mais, isto é, o Banco do Vaticano. O

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