sábado, 1 de maio de 2010

Os Bilhões do Vaticano - parte 53

Durante o seu governo, Cushing foi o responsável por pelo menos 250 a 270 milhões de dólares em construções, incluindo quatro modernos hospitais católicos, noventa novas paróquias e 130 escolas católicas secundárias e elementares. Ele organizou o seu próprio sistema bancário, além de estabelecer um esquema de segurança para os imóveis arquidiocesanos, através do qual economizou para as suas paróquias pelo menos doze milhões de dólares.

A reputação do cardeal como ganhador de dinheiro era tal que as cartas endereçadas à sua residência traziam os dizeres; “Avenida Venha e Enriqueça”. Ele se especializou em pequenas contribuições de meio dólar, 25 centavos, as quais chamava de “poderosas contribuiçõezinhas”, que chegavam junto às contribuições milionárias. Em 1963, sob o incentivo de um dos seus protegidos católicos, o senador Robert Kennedy, ele levantou um milhão de dólares dentro de poucos dias. Foi também um fabuloso arrecadador de fundos para o próprio Vaticano. As somas que enviou aos cofres deste jamais foram reveladas, mas chegavam a um milhão de dólares (6). Multiplique-se esta enérgica coleta de dinheiro por 200 ou 300 (havia 235 bispos católicos, em 1970), e teremos a mais irresistível brigada de comando eclesiástico mundial entrincheirada sobre a fortuna colossal da Igreja Católica.

Seus métodos não se limitam ao levantamento de fundos dos membros de suas congregações, mas são constantemente dirigidos no sentido de coletar dinheiro também dos não católicos, muitas vezes por meios ilícitos, conforme seja ou não de acordo com a clareza e o senso normal.

Alguns dos meios empregados são perfeitamente legais e legítimos, outros não. Muitos negócios são realizados na fronteira da ilegalidade. Não poucos podem ser classificados no campo da crassa desonestidade. Talvez seja este o preço pago, visto como inúmeros indivíduos e organizações – religiosos, eclesiásticos e leigos – que operam para a igreja não podem ser completamente supervisionados. Junte-se a isto o fato de que o volume de negócios é praticamente ilimitado e se torna totalmente impossível, até mesmo para uma Igreja, conferir todas as operações realizadas em seu nome.

Talvez seja essa a penalidade do sucesso, mas poderia ser uma política deliberada de proveito pela imunidade prática de uma Igreja cujos tentáculos de influência podem atingir as cabeças e mentes mais sensíveis da sociedade americana. Seja como for, permanece o fato de que o polvo católico eclesiástico opera em quase todos os campos e níveis da estrutura econômica americana.

Suas atividades vão desde redes de escolas e hospitais até o esporte e a publicidade; da fabricação de bebidas alcoólicas até a propaganda de aço e química; da compra de terras e aquisições de blocos de ações, em todos os escalões financeiros, até o mais hábil manejo das complacentes corporações gigantes. Tudo isso encabeçado por uma imunidade de impostos, que provoca crescente descontentamento, visto como as igrejas protestantes também gozam desse privilégio. Em comum com outras igrejas, a Igreja Católica goza da isenção de impostos sobre os seus imóveis. Também deve-se lembrar, sobre todo o seu lucro comercial passivo e ativo.

A significação disto se torna clara se tomarmos um exemplo da riqueza diocesana. Embora esta riqueza seja raramente revelada, contudo pode-se ter acesso à sua totalidade. Numa declaração publicada em conexão com a prospecção de bônus, por exemplo, a arquidiocese de Boston (7) apresentou suas posses no valor de 635.891.004, que é 9.9 vezes sua taxação. Isso deixa um valor líquido de 571.704.953 (8).

Não é difícil descobrir a riqueza verdadeiramente espantosa da Igreja, se juntarmos as riquezas 28 arquidioceses e de 122 dioceses dos Estados Unidos, algumas das quais até mais ricas que a de Boston.

Alguma idéia dos bens imóveis e outras formas de riqueza controlados pela Igreja Católica pode ser deduzida pela observação de um membro da Conferência Católica de Nova Iorque, a saber: “que sua Igreja provavelmente é secundada no que se refere a aquisição de imóveis apenas pelo governo americano” (9).

Porém outra declaração feita por um padre católico sindicalizado talvez diga mais: “a Igreja Católica deve ser a maior corporação dos Estados Unidos. Temos ramificações em todos os países vizinhos. Nossas posses e bens imóveis excedem até mesmo os da Standard Oil, a AT&T e a United States Steel combinados. E nossa folha de pagamento aos membros é secundada apenas pela do governo americano (10).

O Vaticano, independentemente de cada papa sucessivo tem sido orientado sensivelmente para os Estados Unidos e em particular os magos financeiros e econômicos da igreja americana têm confundido sua administração. De fato, a hierarquia americana, ou quem sabe, seus métodos, têm sobrepujado a máquina interna do próprio Vaticano – não em assalto aberto, mas através do irresistível mecanismo posto à sua disposição – o sucesso!

Não é de admirar que o secretário de Estado sob o governo de Pio XII, Monsenhor Dell’Acqua, depois de examinar certas especulações administrativas e financeiras recentes realizadas pela Igreja nos Estados Unidos, não se conteve em exclamar uma palavra raramente ouvida no Vaticano – espantoso! De fato após ter dado uma olhada em sua riqueza total ele foi ouvido quando dizia outro adjetivo jamais falado, conforme a memória de qualquer um dos presentes: incrível! E tinha razão.

Capítulo 23

O Controle Católico Urbano nos Estados Unidos

Conta-se que três clérigos, certa vez, estavam jantando juntos: um protestante, um católico e um rabino – diga-me, Pr. Smith, falou o padre Obrien:

O que faz o senhor com a sua coleta religiosa?

Divido em três partes iguais, respondeu o Pr. Smith: Dou uma aos pobres, uma à Igreja e a outra a mim mesmo. E você?

Pois eu divido em duas partes, disse o Pe. Obrien: dou uma à Igreja e fico com a outra.

Pois eu apanho toda a coleta, disse o rabino: depois oro assim: Ó Senhor, tire o que precisar e deixe o resto para mim.

Isto é apenas uma anedota, mas em nosso contexto, os personagens assumem uma significação especial, até o ponto em que nos último anos tem mudado sua prioridade particular.

O rabino agora se torna aquele que faz a pergunta vital, com a implícita divisão em três partes da coleta da igreja. O Pr. Smith fica em segundo lugar. E o Pe. Obrien é quem faz a oração: “Ó Senhor, tira o que precisares e deixa o resto para mim”. De fato tem sido este o slogan adotado pela Igreja Católica nos Estados Unidos.

Portanto, se o Todo Poderosos se agrada com a parte que lhe cabe nessa coleta não se pode garantir. A hierarquia americana é enfática neste ponto. Ela sempre tem-se dado parte Dele. Com interesse. Então tem-na multiplicado, não nas clássicas dez vezes, nem nas fabulosas cem vezes, mas em milhares de vezes. E sem imposto algum.

Para os incrédulos tomés, outra prova é que o representante de Cristo na terra, o papa, jamais fez objeção alguma quanto aos dilúvios de dólares que vêm dos Estados Unidos. A máquina financeira do Vaticano tem aderido tranqüilamente à fórmula do sucesso americano, e de fato o Santo Padre é um dos maiores beneficiados da espetacular Igreja americano. Quando, durante uma de suas visitas à Nova Iorque, o Papa Paulo VI celebrou missa no famoso estádio Yankee, muitos dentre os milhões de católicos ficaram surpresos.

- O que? Replicou um prelado americano, às inocentes observações de alguns correspondentes da imprensa européia, que haviam ficado espantados: “vocês não sabiam que esse estádio também é nosso? “(1)

Esse casual “também” era mais que significativo. Era portentoso em sua implicação de que, visto como para aquele prelado tinha se tornado como o ar que ele respirava, que além de todos as posses eclesiásticas e semi eclesiásticas, o famoso estádio, célebre pelos seus eventos esportivos devia ser também propriedade da Santa Madre. As transações desta são ilimitadas. Tabus de natureza religiosa ou moral são relevados com a maior facilidade, sempre que haja um bom resultado financeiro.

Os mais notórios batalhões a se especializar nesse campo são os jesuítas. Se a sua reputação tradicional no exterior é ou não justificada, não sabemos. Contudo, nos Estados Unidos ela é confirmada pelos seus exercícios altamente duvidosos, mas bem sucedidos no que diz respeito a apropriação de bens imóveis e terras.

Todo o clero tem se especializado em captar as boas graças individuais e coletivas das personalidades chaves do governo civil, econômico, administrativo, político, e urbano, local e estadual, que ocupam cargos importantes. Muitos desses subornados e subornadores são leigos católicos e graças a estes, a hierarquia dos Estados Unidos e seus agentes leigos têm possibilidade de controlar cada acre de terra que desejam conseguir, pagando o menor preço possível – e até mesmo, em alguns casos nada pagando (2).

Vamos nos confinar a citar poucos exemplos concreto, visto como estes

demonstram mais do que tudo o modelo de negócios, especulações, controle de imóveis e aquisições de terras, que têm se tornado uma prática comum das sessões grandemente poderosa da hierarquia dos Estados Unidos, do clero e de vários segmentos religiosos e leigos do catolicismo. Mencionaremos casos registrados por um cuidadoso e documentado exame do assunto (3).

A habilidade católica romana para adquirir terra pública jamais foi tão convincentemente demonstrada, do que na cidade de Nova Iorque, onde um sítio tremendamente valioso – na Lincoln Square, foi parar nas mãos da Universidade Jesuíta Fordham. A escola pagou apenas uma fração do valor correto do terreno, e em seguida obteve mais ajuda federal para desenvolver o campus.

O Manhattan College, uma instituição dos “Irmãos Cristãos” famoso por seus vinhos e brandy, obteve uma grande fábrica e assistência para remodelar o mesmo aos propósitos colegiais, do Dormitory Authority do governo Rockfeller. O departamento do H.E.W. veio elegantemente para a Igreja Católica

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