segunda-feira, 10 de maio de 2010

Os Bilhões do Vaticano - parte 62

dioceses – os heróis de Vagnozzi eram os cardeais Spellman, cushing e McIntyre aos quais já fomos apresentados.

O Arcebispo Caprio tornou-se o líder de um time de peritos em finanças e imóveis em operações internacionais, com um Paul Marcivsku de Chicago, o último a dirigir o Instituto para Assuntos Religiosos, outro nome do Banco do Vaticano.

O Instituto para Obras Religiosas, com a sigla IOR, além de ser o que seu nome denota, era também uma entidade que provia uma fileira total de serviços bancários que englobavam, não somente a Europa inteira, como também certos ramos do sistema bancário dos Estados Unidos, conforme tivemos ocasião de ver hoje.

Os planos de Paulo VI de transferir os fundos do Vaticano para fora da Itália, foi dada primeiro a maior urgência com a crise financeira internacional provocada pelos movimentos do Presidente Nixon para valorizar o dólar (agosto de 1971).

O Vaticano, para minimizar suas perdas, foi forçado a mudar a maior parte de seus milhões de dólares em marcos alemães e francos suíços. Isto ele fez antes da decisão de Nixon ter sido anunciada, reduzindo, desse modo, suas perdas potenciais de milhões. A admoestação feita em segredo dos Estados Unidos salvou os milhões do Vaticano. A passagem de informações secretas dos Estados Unidos para o Vaticano, antes dos movimentos financeiros oficiais dos Estados Unidos não foi o primeiro nem o último desde que o Vaticano tem tido sempre um grupo ansioso de banqueiros americanos, peritos financeiros ansiosos, de fato, prontos a passar essas informações para Roma. estes não são apenas os católicos, mas um bando tão variado quanto possível, dentre muitos, para citar apenas dois, o Morgan Guarantee trust e o Hambros Bank.

Em 1983, os Voluntários haviam se multiplicado às dúzias. Desconsiderando as admoestações secretas, as reservas do Vaticano naquele ano, em moeda americana, haviam sido reputadas a um mero milhão.

A experiência levou o Vaticano a tomar uma ação mais drástica e prosseguir com os planos vagos originais para transferir suas reservas para locais mais seguros. A pressão acumulada na Itália para o Vaticano pagar seus impostos, inclusive atrasados, não cessou. Isso, sem considerar o fato de que o Vaticano, após alegar pobreza, prometeu que poderia pagar “em prestações” por ser “pobre demais”.

Quando chegou 1970 e depois 1980, o Vaticano ainda não havia pago sequer um centavo. Em 1983, após ter pago uma pequena soma nominal, ele exigia novamente tratamento especial, justificando assim, seu apelido de “o maior sonegador de impostos do país”.

A reavaliação não era idéia original de Paulo VI. O Vaticano havia feito uma reavaliação em termos financeiros, muito antes. De fato, ela começou quando Mussolini fez o Tratado de Latrão em 1929, e a Itália entregou ao Vaticano cerca de 100 milhões de dólares como compensação às perdas territoriais do Vaticano conforme já foi indicado.

Pio XI, o papa em ofício, pediu ao banqueiro B. Nogara, um judeu italiano, um conselho sobre o que fazer com esse dinheiro. Nogara sugeriu que o dinheiro fosse investido, mas sem qualquer consideração teológica ou escrúpulos de restrição moral, visto como o dinheiro tem suas próprias leis que transcendem a religião. Ele aconselhou sabiamente que 1/3 dos cem milhões de dólares fosse transformado em lingotes de ouro e colocado em Fort Knox nos Estados Unidos, onde permanecem até hoje, como parte do imenso acervo atual do Vaticano. O resto deveria ser transformado em ações e bens imóveis.

Quando Nogara faleceu, em 1958, o Vaticano graças à sua política, havia se envolvido em vasta rede de milhares de holdings, companhias, imóveis, química, construções, eletrônicas, plásticos, cimento, proprietário de muitas grandes companhias de seguros, corporações industriais e controlador de bancos através de toda a Itália.

O toque de Midas de Nogara, de fato, teve tal sucesso que graças ao seu princípio de que o Vaticano não deveria restringir-se em seus negócios financeiros por considerações teológicas, seu investimento original, em 1982,1983, já a]havia transformado o Vaticano num dos maiores investidores num montante de mais de 1.200 milhões no movimento do mercado de capitais de Nova Iorque, para citar apenas um exemplo. Desse modo, o poder financeiro do Vaticano em 1983 foi realisticamente estimado em mais de 1.200 milhões de dólares.

Não é de admirar que os sucessores de pio XI fossem creditados como tendo afirmado que o aparecimento de Nogara no Vaticano foi “a melhor coisa que aconteceu depois de nosso senhor Jesus Cristo”.

Paulo VI, mesmo não sendo um perito em assuntos financeiros, estava ansioso para ver que os problemas financeiros fossem manipulados com perícia pelas pessoas exatas. Com isso em vistam, ele perscrutou o horizonte no sentido de descobrir alguém que, como o fabulosos Nogara, pudesse, não apenas salvaguardar a riqueza do Vaticano, mas igualmente, se possível fazê-la crescer.

Quando exilado em Milão, norte da Itália, por Pio XI devido as suas tende6encias esquerdistas, o Arcebispo Montini (3) encontrou um perito financeiro siciliano, que surgiu para fazer dinheiro praticamente do nada. O homem provou ser confiável ajudando Montini a resolver, com absoluta eficiência e rapidez um urgente problema financeiro local.

Além disso, o homem parecia ter se especializado na recôndita crise avassaladora operacional de corporações financeiras nacionais e internacionais com a sua concorrida transferência de capital financeiro da Itália para outros países, as qualificações exatas de que o Vaticano mais carecia nesse período crítico.

Quando o cardeal Montini tornou-se eventualmente o Papa Paulo Vi e os embaraçosos problemas de transferência de valores do Vaticano para fora da Itália, além das exigências pressionadoras do governo italiano pelo pagamento dos impostos atrasados confrontaram o seu pontificado, ele se lembrou daquele financista siciliano, o Howard Huges da Itália que logo se apressou em convocá-lo.

O perito italiano chamado Sindona, logo aceitou o convite do papa. A partir de então, com a bênção papal e os milhões da Igreja católica ao seu dispor, ele se lançou de cabeça a coordenar, transferir e multiplicar a colossal fortuna do Vaticano. Desse modo, o Vaticano havia finalmente encontrado um sucessor digno do milagroso Nogara.

Capítulo 28

A Raposa Financeira muito particular do Papa

Nos anos 70 quando os problemas financeiros do Vaticano se multiplicaram, um homem como Sindona. Parecia Ter sido enviado pela providência divina. Sind. Aceitou a tarefa com entusiasmo. Ele sempre se sentira à vontade quando lidava com altas finanças e negócios complicados, nacionais e internacionais.

Portanto, quando Paulo VI lhe pediu para ajudar a resolver o impasse financeiro atual do Vaticano, Sindona não hesitou em sua capacidade de fazê-lo. O papa achava o mesmo. Ele já havia tido prova positiva do toque mágico de Sindona, nos idos de 1962, quando era o arcebispo de Milão, e havia tido problema em relação à construção de um abrigo para idosos.

Sind. Voluntariamente se oferecera para ajudar a conseguir o dinheiro necessário. Ele usaria suas conexões bancárias, conforme prometeu, e rapidamente presenteara o encantado Cardeal com meio milhão de dólares. Era um milagre ou mais exatamente a obra mágica de um financista. O Arcebispo Montini ficou impressionado e os dois homens logo se tornaram amigos.

A confiança do cardeal era justificada. Pois, embora nesse tempo Sind. Fosse quase desconhecido nos altos círculos eclesiásticos de Roma, Montini havia corretamente acreditado que a perícia de Sindoma poderia e deveria livrar o Vaticano de seus progressivos problemas financeiros.

As realizações do homem, além do mais ali estavam à vista de todos.

Dentro de menos de duas décadas, Sindona havia formado e controlado nada menos de 22 companhias internacionais, todas interligadas numa teia financeira tão complicada que ninguém parecia entender, com exceção do seu próprio manipulador Sindona.

A prestigiada revista Fortune ficou tão impressionada que focalizou seus olhos financeiros de águia sobre as operações de Sindona. Ela chegou à conclusão de que Sindona era digno dos seus surpreendentes 450 milhões de dólares, sendo o homem mais rico da Itália e, quiçá de toda a Europa. A realização, mais do que excepcional, era quase única visto como ele havia começado do nada.

O avô de Sindona fora um vendedor de chicória na Sicília e seu pai um pobre operário. Sindona fizera seus primeiros estudos com os jesuítas, depois ingressara na Universidade de Messina, onde se tornou um dos mais jovens advogados. Logo em seguida, começou a agir com os imigrantes que tinham interesses na América.

Enquanto se ocupava com estes ele buscou a amizade do mais enérgico arcebispo das Sicília porque um número record de edifícios eclesiásticos eram a ele confiado. Ao mesmo tempo, ele tentou manipular os impostos internacionais. Dentro de pouco tempo tornou-se um perito em imposto legal nas operações ítalo-americanas e o consultor favorito dos investidores ítalo-americanos.

Então ele encontrou um homem, um pequeno banqueiro que controlava um pequeno negócio financeiro chamado Banca Privata Finanziara. O homem possuía também uma fundição de aço. O banqueiro contou a Sindona que desejava se livrar da fundição. Sindona agradecido comprou-lhe ele próprio a fundição e em seguida vendeu-a, com grande lucro à American Crucible Company dos Estados Unidos. Logo em seguida, com o dinheiro em mãos, Sindona tomou o controle do próprio banco. Usou este como a primeira pedra de auxílio para realizar o seu sonho: o controle de corporações internacionais através de operações internacionais.

Uma de suas primeiras realizações foi obter 10% de ações na Libby’s Food Co. na Itália, a qual logo em seguida vendeu à Nestlé. A transação lhe rendeu vários milhões de dólares.

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