sábado, 8 de maio de 2010

Os Bilhões do Vaticano - parte 60

na presença do papa carregaram uma faixa com as palavras: “Igreja, não dê migalhas aos pobres. Vá, venda o que tem e dê para eles” (4). Logo em seguida o arcebispo Teopisto Alberto, de Caceres, nas Filipinas, falou durante o Terceiro Sínodo dos Bispos estabelecido em Roma, com o papa presidindo, perguntando “se a riqueza da Igreja sempre foi usada para servir os pobres”(5).

Os protestos de dentro da Igreja se multiplicaram para embaraço de muitos católicos sinceros, porém injuriados. A verdade do assunto foi que a riqueza da Igreja, além de tornar-se um crescente embaraço moral, também se tornara um dilema oficial. A própria Igreja se sentiu sobrecarregada demais com a riqueza, não panas por causa da laboriosa coleta de dinheiro derivada de milhares de organizações religiosas, eclesiásticas e leigas, mas igualmente por causa da habilidade de importantes cérebros financistas, os quais, desde a II Guerra Mundial, tinham investido os bilhões do Vaticano em muitas partes do mundo com eficiência inigualável. Sua habilidade auxiliada pela inteligência global à sua disposição, havia realmente transformado os milhões do Vaticano em bilhões. Não apenas em liras italianas, mas também em sonantes dólares americanos e francos suíços. Os lingotes de ouro depositados em Fort Knox, nos Esrtados Unidos, podiam servir-lhe de garantia. O acúmulo de tão colossal riqueza tornou obsoletos os métodos arbitrários do passado, de fato até perigosos. O papa foi obrigado a estabelecer um corpo especial, a Prefeitura de Assuntos Econômicos.

A Prefeitura dirigida principalmente por americanos, franceses, alemães e outros cérebros teve de operar principalmente fora da Itália, visto como o maior eixo dos invisíveis embora concreto investimentos do Vaticano haviam sido espalhados por um amplo campo internacional, quando não global. A célebre casa judaica dos Rotschilds – que incidentalmente tinha estado emprestando dinheiro ao Vaticano, desde 1831, adiantou-se mias uma vez com a compra, venda e amálgama de milhões de ações de outros investimentos em favor do Vaticano. O início dessa intermediação entre os Rotschilds e o Vaticano foi em 1969/70 quando o Vaticano vendeu a parte controladora do gigante imobiliário à Paribas Transcompany of Luxemburg, que era controlada pelo poderoso banco de Paris e dos Países Baixos. Este, deve-se lembrar, pertencia ou era controlado pela filial francesa dos Rotschilds.

Em seguida, o Vaticano vendeu centenas de milhões de ações e outros investimentos com o Banco Ambrosiano e o Banco Continental de Illinois, naquele tempo presidido por David Kennedy, Ministro do tesouro dos Estados Unidos. É interessante lembrar que o Presidente da República Francesa, Pompdour, durante muitos anos trabalhou para o banco particular dos Rotschilds.

O dinheiro, traspassando os campos nacional e internacional, pode criar uma variedade de problemas, que podem e até mesmo trazem o Vaticano à luz da ribalta da fraude internacional. Escândalo de grandiosas proporções eventualmente irromperam nos anos 80 para o espanto de milhões de católicos e o desgosto de muitos que genuinamente acreditavam que o Vaticano estava engajado apenas e operações de caridade.

As operações financeiras do Vaticano, às vezes, por causa da sua adversidade, podem traspassar a semi ilegalidade, em razão da sua indetectibilidade . Quando se lançar alguma luz sobre elas, o Vaticano terá de livrar-se de lucrativas empresas, como por exemplo quando teve de vender o Instituto Serono, por causa da pílula.(6)

Em todos os sentidos, contudo, seus investimentos são bem cuidados por peritos financeiros, cuja experiência não se iguala a de outros. Os negociante financeiros tradicionais do Vaticano estão na maioria em irmandades de protestantes, agnósticos e não cristãos, judeus e até mesmo ateus.

Suas transações financeiras tradicionais têm sido manipuladas há anos pelas empresas bancárias de J.P. Morgan, em Nova Iorque ( a maior parte para investimentos americanos, o Hambros de Londres, para os investimentos britânicos – sem mencionar as próprias empresas do Vaticano, tais como o banco de Roma, o banco Comercial, o banco do Espírito Santo e outros menos conhecidos, porém igualmente hábeis como entidades a multiplicar os bilhões católicos através do globo. O último banco mencionando, por exemplo, há alguns anos atrás reputadamente investiu 175 milhões de liras na França e nada menos de 250 milhões de libras do dinheiro do Vaticano na Itália.

Agora não se deve esquecer que todas as empresas acima mencionadas correspondem a apenas às empresas financeiras líquidas da Santa Sé. Excluímos inteiramente as propriedades sólida, bens imóveis, terras, empresas comerciais e industriais possuídas e controladas pela Igreja Católica na Itália, Espanha, Alemanha Grã Bretanha e Américas do Norte e Central e do Sul.

Avaliar os verdadeiros valores atuais das tremendas possessões e propriedades de bens imóveis da Igreja é impossível. Os que estão de posse da Igreja, somente nos Estados Unidos, poderiam dar uma idéia. Juntem-se a estes os imóveis na África, Ásia e Austrália e assim por diante, e o valor total é no mínimo espantoso. Porém isso não é tudo. Deve-se lembrar que o Vaticano – ou talvez a Igreja católica – possui milhares e milhares de igrejas, catedrais, mosteiros, conventos e vários edifícios praticamente em todo mundo ocidental. Qual é o valor em moeda corrente do terreno sobre o qual se erguem todos os edifícios? Qual é o valor real dos próprios edifícios? Se déssemos preços modestos para as humildes igrejas e salões paroquiais, que preço um agente imobiliário iria dar, por exemplo, à catedral de São Patrício em Nova Iorque, de Notre Dame em Paris, de São Pedro em Roma, só para mencionar algumas? Então não se deveria esquecer as várias propriedades possuídas pelas hierarquias em terras católicas, protestantes e até mesmo não cristãs em toda a parte. Demos uma olhada muito rápida nos detalhes de certas propriedades nos Estados Unidos. Seu valor aí chega a bilhões de dólares e aumenta diariamente. O mesmo processo tem ocorrido e continua ocorrendo em muitos outros países, incluindo a Inglaterra e o restante da Europa.

Afirmar quer tais propriedades não pertencem à Igreja Católica é tão inconsistente como afirmar que ela precisa ter propriedades terrenas para melhor negociar com os assuntos do espírito celestial. É como afirmar que uma ditadura comunista nada possui porque tudo pertence ao povo – a substância do caso, portanto, sendo que o estado comunista que tudo possui enquanto o povo nada possui. Quando a Igreja Católica vende ou compra uma faixa de terra, o bispo via de regra assinala o fato significando que sua sé torna-se proprietária e recebe o dinheiro. Que a transação seja localizada na diocese ou delegada à hierarquia nacional ou ao Vaticano, é basicamente irrelevante, visto como no final ela se torna propriedade da Igreja Católica.

Em alguns países, não apenas a Igreja se livra do imposto, mas o próprio estado coleta impostos em benefício da mesma. Esse absurdo tem sido uma das peculiaridades mais extraordinárias da Alemanha, onde o Vaticano e as igrejas protestantes são tratados bem melhor do que as empresas industriais gigantes responsáveis por toda a prosperidade econômica da Alemanha. O estado alemão, em verdade “obriga” os cidadãos a pagar imposto à Igreja. Este é chamado Kirchensteuer (imposto da Igreja). Ele primeiro foi inspirado na Constituição Weimar de 1919, foi confirmado pelo pacto de Hitler com o Vaticano em sua concordata de 1933. O Kirchesteuer foi tornado constitucional em 1949, após a II Guerra Mundial.

O governo católico, isto é, os cristãos democratas – não apenas reforçaram o imposto da igreja sobre um povo que não o aceitava, como ainda colocou a máquina governamental a serviço da igreja. Desse modo, o governo coletava o imposto , forçava o seu pagamento e em seguida entregava o dinheiro assim coletado à Igreja.

Antes da II Guerra Mundial, os cidadãos alemãs costumavam pagar em média 2 a 3 marcos de imposto anualmente. Em 1972, a média subiu para 55 a 60 marcos. Nos distritos ricos, como Dussendorf, por exemplo, o cidadão era obrigado a pagar 110 a 120 marcos anualmente. Computou-se que as duas igrejas principais, a católica e a protestante, em 1965 recebiam 3,2 bilhões de marcos, dos quais 2,8 bilhões provinham do Kirchensteuer, para citar apenas um exemplo (7).

Esse valor cresceu para o dobro em 1982. Os protestantes obtiveram quase 2 bilhões de marcos em 1982. Desse modo, o imposto da Igreja representava um fardo pesado para o pagador de impostos que já era sobrecarregado por outro imposto, isto é, entre 14 e 15% de imposto de renda. Além disso, a Igreja recebia um adicional de 250 milhões de marcos ao ano, de modo que as duas igrejas obrigavam o alemão pagador de imposto a supri-las com cerca de 90% de seus ganhos totais.

A Igreja Protestante na Alemanha, tornou-se assim a mais rica de todas as igrejas da Europa, sobrepujada apenas pelas igrejas protestantes do estados Unidos, onde quase em parelha com a Igreja Católica, cuja riqueza total atinge centenas de bilhões de dólares.

Na Alemanha portanto, o Vaticano, além de gozar de importantes benefícios com sua hábil penetração nas empresas gigantes, como aconteceu na Itália e nos Estados Unidos, tiveram, seus cofres locupletados com milhões de dólares anuais. Sendo este esquema o resultado do catolicismo político que dominou a vida Alemanha, no após guerra e para sempre.

Já mencionamos que o Vaticano tinha interesses financeiros também na Inglaterra, com empresas industriais, algumas das quais eram realmente subsidiárias do gigante britânico Courtaulds (8). A SNIA Viscosa Corporation, por exemplo, na qual o Vaticano investiu centenas de milhões, tinha como agente o Hambros Bank. Muitos dos assuntos financeiros do Hambros eram, por sua vez, controlados por outras subsidiárias entre as quais o Westminster Hambros Trust, possuída conjuntamente pelo Hambros e pelo Westminster Bank. Durante os anos 80 os bancos Hambros e Westminster se envolveram com o IOR, embora tangencialmente quando um escândalo envolvendo cerca de 1,4 milhões de dólares levou à falência o principal banco católico da Itália, em 1982, conforme veremos.

Empresas semelhantes nas quais os milhões do Vaticano eram investidos e reinvestidos, existiam em praticamente toda a Europa. Já demos uma olhada nas empresas industriais, comerciais e financeiras com ramificações globais. O Vaticano, como já reiteramos, investiu com os Rotschilds, na Grã Bretanha, França e América, com o Hambros Bank, com o Credit Suisse, em Londres, e em Zurique. Nos Estados Unidos ele possui grandes investimentos com o Morgan Bank, Chase Manhattan Bank, The First National City Bank of New yorka, The Bank Trust Company e outros. O Vaticano, como já vimos, possui bilhões de ações nas mais poderosas corporações internacionais, tais como a Gulf Oil, Shell, General Motors, Bethlem Steel, General Electric, International Business Machines, TWA, etc. Numa estimativa conservadora estes investimentos totalizam mais de 500 milhões de dólares, só nos Estados Unidos.

A Igreja Católica, portanto, se todos os seus haveres fossem colocados juntos, é o mais formidável investidor do mundo. O Wall Street Journal disse que os assuntos financeiros do Vaticano nos Estados Unidos eram tão grandes, que ele comprava lotes de lingotes de ouro de 1 milhão de dólares ou mais, em determinado tempo (9).

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