quinta-feira, 29 de abril de 2010

Os Bilhões do Vaticano - parte 51

pobre como proverbial “rato de igreja”, isto não é apenas uma grande história de sucesso, é o maior milagre econômico de uma era inigualável aos milagres espetaculares de qualquer espécie.

Milagres são operados por santos ou pelo próprio Deus – dependendo do grau de sua fé, ou mais freqüentemente da quantidade de prata que você coloca na bandeja de coleta. A Igreja Católica executou o milagre americano através de uma combinação mestra de ambos. O Protestantismo Americano tem a ingenuidade dos adolescentes campesinos de fazer o bem, enquanto o Catolicismo, tem dedicação fanática de sonâmbulos religiosos. Enquanto o primeiro, isto é, as Igrejas Protestantes, permanece com poderes econômicos mais ou menos consideráveis na terra, o último, graças à solidez de sua riqueza, à dedicação do seu uso, à integração numérica de seus membros e à sua meta exclusivista, tem se tornado o mais rico sistema religioso do mundo, sobrepujando até mesmo o Catolicismo da Idade Média.

Pois enquanto na Idade Média foram necessários séculos para ela se tornar rica, nos Estados Unidos ela se tornou uma igreja bilionária com a maior rapidez, à semelhança da energia e do clamor do moço, que, de vendedor jornais numa esquina, torna-se o líder de uma grande corporação ainda na casa dos vinte anos.

Como aconteceu? Pela urgência de guardar a fé intacta. Pela urgência do proselitismo, pela urgência de tornar-se respeitável, poderosa e superior. Pela crença de que sendo a única igreja verdadeira, é sua missão, dever e obrigação converter os Estados Unidos em feudo da Roma eterna. Este e outros fatores têm todos contribuído, desde o início, para unir as minorias católicas em grupos raciais, étnicos e religiosos os quais, mesmo na diversidade têm, contudo, um laço comum: sua catolicidade. Com o resultado de que, em vez de dispersar suas energias, eles têm se unido para solidificar todas as suas forças econômicas e religiosas.

A soma de todas essas urgências diversificadas, a despeito do senso de inferioridade econômica e social, que os católicos experimentavam dentro de uma comunidade de “hereges”, mais o fator básico de que a maioria dos católicos imigrantes pertencia à seção dos mais desenformados, iletrados, supersticiosos e ignorantes imigrantes que a Europa enviou à América do Norte, proporcionou à imatura congregação católica que recebesse um sentimento de unidade. Este senso de afinidade imaginária e real deu aos imigrantes europeus uma sensação de conforto, proteção e segurança. A última qualidade, uma vez tendo os imigrantes fixado raízes e começado a exportar seus ramos, foi-se tornando em ostensiva agressividade. O processo continua em evidência agora, embora ainda não tenha passado a segunda geração, e não poderia ser de outro modo, uma vez que em 1972 metade da população adulta americana era constituída de imigrantes ou filhos de imigrantes.

Conquanto seja verdade que outros grupos raciais e étnicos seguiram o mesmo processo, eles não tiveram a força de unidade que somente a Igreja Católica pode oferecer, como uma espécie de cimento espiritual aos mais disparatados e conflitantes interesses. Este cimento é constituído de dois ingredientes básicos peculiares em si mesmos: a) o protecionismo de uma Igreja que é realmente universal e b) a crença granítica de que ela é a única igreja verdadeira. Tais ingredientes são a força motivadora interna mais fundamental do Catolicismo em geral, e em particular do Catolicismo nos Estados Unidos.

Quando cinqüenta milhões de pessoas têm esta visão e são manipuladas por uma hierarquia dirigida por Roma, encontramos um vasto, eficiente e efervescente, entusiástico e dinâmico sistema católico o qual se recusa ostensivamente a integrar-se na comunidade não católica, na qual ela se esforça por estar determinada a integrar essas entidades não católicas à sua comunidade.

Este sistema missionário inspirado é potencialmente capaz de expansão infinita. Sua estratégia básica não se limita apenas a conservar os católicos no Catolicismo, mas em transformar os não católicos em católicos através da existência, da expansão e da conquista. Devemos nos lembrar disso, caso desejemos entender uma das mais importantes facetas do Catolicismo nos Estados Unidos – o fenômeno do crescimento de sua riqueza, visto como tem sido esta mola interna que tem conservado a comunidade católica numa unidade tão poderosa, religiosa, política e econômica dentro dos Estados Unidos. Essa unidade sempre crescente tem-se tornado um sistema auto centrado dentro do sistema nacional, a nível local, estadual e federal não apenas no campo religioso e cultural, mas igualmente na esfera financeira. Daí porque a urgência quase delirante da Igreja Católica nos Estados Unidos, tem sido controlar o seu próprio sistema cultural. Isso ela tem feito ao fundar suas próprias escolas, instituições de ensino superior e universidades. Daí sua agressividade em adquirir bens imóveis, edifícios e propriedades de toda espécie. Estas atividades têm feito da Igreja Católica uma proprietária importante e sempre crescente de propriedades cada vez mais valiosas, e visto como o cerne do catolicismo americano é urbano, e visto como ela tem edificado suas escolas nos centros urbanos, suas propriedades vão sempre crescendo em valor, com o resultado de que em termos de poder em dólares, ela se tornou supermilionária, quase sem se aperceber desse fato.

A promoção lógica da estratégia que a levou a controlar seu próprio sistema educacional não terminou aí. Ela achou necessária também sua expansão no campo médico. A Igreja Católica tem suas próprias leis específicas morais e éticas, as quais não podem ser suplantadas, nem adulteradas por uma sociedade não católica. Daí a sua necessidade de dirigir seu próprio serviço de saúde, suas próprias clínicas, hospitais e semelhantes. Daí a necessidade de comprar terra e construir edifícios para esses propósitos. Daí se achar ela própria, no devido curso, multimilionária, também no campo médico. Mas então, como vivemos numa era de mídia de massa, o Vaticano tem de controlar também ou pelo menos ter a palavra neste campo, e assim suas atuações foram dirigidas para esse campo com grande sucesso. E visto como um sistema colossal educacional e médico necessita de verba foi preciso angariar fundos em algum lugar, além da contribuição dos próprios fiéis.

E desse modo, associações comerciais foram prontamente estabelecidas no mundo dos negócios. Ações foram compradas em unidades prósperas, especulações imobiliárias se tornaram notavelmente proveitosas, empresas comerciais foram apropriadas direta e indiretamente pela Igreja Católica, com resultado de que logo ela se tornou multimilionária também neste campo.

As numerosas dioceses e paróquias, os bispos e cardeais locais também se juntaram a este esquema de apropriação e de todos os tipos de projetos e empresas que levantaram fundos, os quais eram investidos e conseguiam mais lucros que atingiam os milhões. Também neste setor a Igreja Católica na América se tornou multimilionária.

Contudo, enquanto acumulava centenas de milhões de dólares dessa maneira, e conquanto se beneficiando da administração de governos locais estaduais e federais não católicos, a Igreja Católica, ao contrário de outras empresas multimilionárias dos Estados Unidos (com exceção das igrejas protestantes) não pagavam um centavo de impostos, enquanto os seus competidores nos campos econômicos e financeiros eram obrigados a pagar, ficando a Igreja Católica totalmente isenta de todos os impostos. Isso lhe proporcionou enorme vantagem sobre os seus competidores comerciais, de modo que os milhões se multiplicaram em seus cofres, mesmo que ela ficasse inativa. Contudo ela não ficou inativa e lançou-se com imenso entusiasmo na conquista de empresas multimilionárias, determinada a fazer com que os seus milhões crescessem de qualquer maneira. Sem a carga tributária essa tarefa se lhe tornou cada vez mais fácil, principalmente quando nos lembramos de que impostos eram pagos pelos não católicos para sustentar suas empresas isentas de impostos através de todo país. O resultado é que em pouquíssimo tempo ela se isolou num clube cada vez mais exclusivista – o dos bilionários, onde somente os colossais gigantes da indústria e das finanças americanas são admitidos. Tendo se tornado membro, visto como possuía todas as qualificações para isso, ela então se dispôs a tornar os outros membros do clube, membros dela própria. Isto é, promoveu uma campanha no sentido de fazer com que o clube bilionário se amembrasse à Igreja Católica.

Isso ela fez usando três métodos básicos: 1. Através de constante e sutil manipulação da lealdade religiosa dos indivíduos católicos membros das corporações gigantes, como por exemplo Henry Ford (1). 2. Pela penetração financeira através do seu próprio direito de membro dentro do contexto financeiro das corporações gigantes, através da compra de ações e similares nos círculos financeiros da fraternidade bilionária. 3. Ao se identificar com os interesses maiores das corporações gigantes, como os dela própria, principalmente nos campos aparentemente alheios aos negócios, mas fundamentalmente interrelacionados com a prosperidade econômica – a saber os políticos ideológicos.

O resultado total dessa tripla conexão com os gigantes dos Estados Unidos – isto é, finanças, indústrias e trusts – foi uma gigantesca identificação de interesses mútuos. Isto é, enquanto a Igreja Católica extremamente rica se identifica com os lucros e potencial expansão das corporações gigantes, estas por sua vez se identificam com o poder religioso, social e político da Igreja Católica na sociedade americana.

Um aspecto trivial embora típico, dessa ajuda mútua é demonstrado pelo fato de que toda corporação gigante dos Estados Unidos pode deduzir 5% do seu imposto de renda para contribuição às Igrejas (2).

Muitas igrejas, porém acima de todas, a Igreja Católica, têm explorado ao máximo essa cláusula pouco conhecida, com o resultado de que a maior parte das corporações gigantes dos Estados Unidos tem dado esses 5% à Igreja Católica. Se olharmos, por exemplo, os lucros da General Motors, IBM, Standart Oil e outras pode-se ver que vastas somas têm sido recebidas dessas corporações pela Igreja. E como gratidão pelos favores recebidos a Igreja investe tantos milhões quanto pode nessas mesmas corporações.

Esse mútuo amálgama de interesses é promovido, não apenas dentro das fronteiras geográficas dos Estados Unidos, mas também fora. Visto como tanto os seus associados como os negócios e finanças estão firmemente plantados no solo americano e simultaneamente em entidades internacionais através da simples natureza de suas atividades. Para uma corporação gigante de petróleo ou motor, o céu é o limite – ou talvez as fronteiras geográficas da terra. Suas atividades são tão internacionalmente inspiradas, internacionalmente ativas e internacionalmente influentes em seus próprios campos, como o são as atividades da Igreja Católica nos dela. Seu internacionalismo comum, portanto, devido à identificação de seus interesses comerciais, é altamente benéfico tanto para os sócios leigos como para os religiosos, de modo que a Igreja Católica está pronta a identificar-se também do mesmo modo com os grandes negócios realizados no exterior.

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