sexta-feira, 23 de abril de 2010

Os Bilhões do Vaticano - parte 45

Por último, mas não menos importante, a Igreja Católica tinha o suporte da ditadura fascista. A última achou que devia identificar-se não apenas ideológica mas também financeiramente com o regime, de modo que os milhões que o Vaticano estava investindo na economia fascista poderia tornar a se transformar em suporte para o Fascismo, a despeito de disputas menores em assuntos locais.

A política papal fascista foi um sucesso retumbante. Pois nos próximos dez anos, a partir da assinatura do Tratado em 1929, até o estouro da II Guerra Mundial, os milhões haviam sido tão habilmente investidos que geraram grandes lucros em dinheiro líquido e valorização dos investimentos imobiliários e o crescimento geral das organizações industriais e porcentagens.

A crescente prosperidade industrial resultou da altíssima política beligerante da sócia do Vaticano – a Itália Fascista. Pois Mussolini, entrementes havia começado a se mover numa trilha de agressão. Alguns anos após o Tratado Laterano, sabendo com certeza do apoio do Vaticano, ele embarcou em sua primeira agressão estrangeira em larga escala. Atacou, invadiu e ocupou a Etiópia (1936).

A Igreja Católica abençoou essa aventura. Bispos e padres jogavam água benta sobre as tropas que partiam, sobre os aviões, tanques e fuzis bélicos.

Era uma visão chocante para o mais cínico dos descrentes. Em adição a este caloroso apoio, a Igreja ajudou a Itália Fascista secretamente com dinheiro e empréstimos, transacionados através de canais duvidosos, graças aos estreitos laços entre os bancos italianos e as organizações industriais do governo.

Deve-se lembrar que a maior parte da indústria italiana havia sido gerenciada para essa guerra durante alguns anos e que o Vaticano havia investido uma grande fatia do seu Tratado Laterano nas indústrias de guerra fascistas. Isso ele havia feito não tanto para ajudar o Fascismo, mas para ajudar a si mesmo, até o ponto em que achava ser este um bom investimento, visto como as indústrias bélicas, quando a serviço de um governo necessitando de armamento e de armas mais sofisticadas sempre foram as melhores geradoras de lucros. O Vaticano sempre à procura de bons lucros, se atirou pesadamente sobre estes e como investidor cujo objetivo principal era o lucro, ele agia como qualquer corporação leiga o faria. Além do que havia a expectativa de imensos lucros por vir, com a anexação da Etiópia. À parte do aspecto religioso, o Vaticano ficara grandemente impressionado com a perspectiva de grandes lucros financeiros e de proveitosos investimentos em terras, imóveis e aventuras comerciais em um novo império fascista na África. Mussolini fora generoso com sua promessas a esse respeito enquanto recebesse o apoio do papa.

Enquanto a agressão à Abissínia ainda estava em franco progresso, o Vaticano embarcou numa política de investimentos financeiros e territoriais com esperteza consumada. Além disso, os lucros da aventura bélica de Mussolini, ele investiu em diversas especulações proveitosas de guerra mesmo que a longo prazo. Isso ele fez explorando astutamente o aumento de valores de terra causado pelo rápido crescimento e expansão da própria Roma. Dentro de alguns anos o Vaticano tornou-se proprietário de ainda mais proveitosos imóveis dentro e fora de Roma. Ele começou a possuir grandes blocos de apartamentos, escritórios e valiosas extensões de terras que se desenvolviam nos arredores da cidade. Este último gerou cem por cento de lucros com a inevitável explosão construtora que se seguiu. Dessa maneira, graças à sua esperteza financeira, previsões e cálculos, graças à proteção fascista e à sua vasta máquina eclesiástica e leiga, dentro do breve espaço de uma década o Vaticano construiu uma grande fortuna dentro daquela mesma Itália, que apenas 50 anos antes lhe havia retirado das mãos os Estados Papais.

Enquanto estava empenhado em construir um império financeiro na Itália, o Vaticano não ficou de modo algum parado fora da mesma. De fato, suas atividades no exterior não eram menos variadas e energéticas. Nos países nominalmente protestantes, como a Holanda e a Alemanha, onde ele havia discretamente acumulado vastos fundos, ele continuou sua política de aquisição, evitando, sempre que possível, qualquer movimento espetacular, visto como o silêncio e a discrição eram os melhores métodos de prosseguir numa política de penetração econômica numa comunidade potencialmente inimiga.

Onde quer que suas riquezas estivessem seguras, como na católica Polônia, por exemplo, onde suas possessões haviam se multiplicado desde o renascimento do país após a I Guerra Mundial, o Vaticano raramente interferia com pressão eclesiástica nos assuntos internos do país. O mesmo se dava com a Hungria, Tchecoslováquia, Áustria, Bélgica e outros países europeus, onde os negócios econômicos da Igreja tinham uma certa estabilidade e, portanto, um futuro potencialmente garantido. Graças a isto, as propriedades naqueles países continuavam a crescer em valor, com suas transações financeiras, principalmente executadas pelas hierarquias nacionais que gozavam o favor de vários governos.

Onde, contudo, tal estabilidade faltava, e as riquezas da igreja eram ameaçadas, aí intervinha o Vaticano através de meios religiosos, pressão política e diplomática, para defender seus interesses. Estes não eram apenas de natureza religiosa visto como mais freqüentemente elas tinham um caráter terreno – terras, imóveis, divisas e porcentagens. Assim, quando um aborto político semi anárquico, inspirado no Comunismo, chamado Frente Popular se apossou dos reinos da França nos meados dos anos 30, o Vaticano que estava tão envolvido com o Fascismo na Itália e o Nazismo na Alemanha, ficou apavorado.

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