quinta-feira, 15 de abril de 2010

Os Bilhões do Vaticano - parte 37

Igreja detinha mais do que a metade de toda a riqueza nacional do México, Peru, Colômbia, Paraguai e Equador e quase a mesma proporção em todos os demais países da América Latina enquanto a maior parte da metade restante estava sob o controle do clero através de hipotecas.

A Igreja Católica tendo perdido mais da metade do Velho Mundo, neste sentido não recuperou apenas o que lá havia perdido. Ela se tornou a indisputável senhora das almas, e com elas a imensa riqueza do Novo Mundo.

Capítulo 14

As Revoluções e os Lucros da Igreja

Ao término do século 18 e começo do século 19, os três furacões principais fizeram a Igreja Católica se abastecer de grandiosa reacumulação de riqueza dentro do espaço de apenas uma geração: a Revolução Norte Americana, a Revolução Francesa e a Guerra Hispano-Americana pela Independência.

Estas foram não apenas portentosos marcos na história da civilização ocidental. Foram também três eventos importantes na história da Cristandade. Pois enquanto a revolta das colônias norte-americanas rebentou nos Estados Unidos da América, ela externou ao mesmo tempo um dos princípios mais odiados pela Igreja Católica Romana, isto é, a separação da Igreja e Estado.

O princípio, tendo sido incorporado ao programa da legislação fundamental dos novos Estados Americanos, e, mais ainda, tornando-se parte integral de uma nova nação protestante independente, tornou-se uma centelha para as novas e velhas nações se empenharem em tal novel teor, tanto na teoria como na prática. De fato, ele foi destinado a exercer a mais tremenda influência sobre o Catolicismo Romano através do hemisfério ocidental, desde a sua primeira concepção, uma vez que contribuiu mais do que qualquer coisa mais para o substancial encurtamento do indecifrável engrandecimento econômico da Igreja nas regiões ocidentais. Isso aconteceu não apenas nos Estados Unidos, onde a Igreja Romana era naquele tempo uma inexpressiva minoria, mas fora deles.

A Revolução Francesa, por outro lado, ao adicionar teores mais drásticos, pôs a velha Europa a arder com doutrinas ainda mais vigorosamente hostis à religião estabelecida. Além de causar a derrubada dos tronos reinantes sobre a sacrossanta fórmula do Direito Divino dos Reis, o qual o papado tinha abençoado por tanto tempo, promoveram igualmente a desapropriação de milhares e milhares de imóveis e terras possuídas pelo Vaticano desde antes e depois da Reforma.

A mensagem das Revoluções Americana e Francesa não poderia senão afetar a mais monolítica e retrógrada porção de novo mundo, isto é, a inclusão que se estendia desde a Califórnia até a terra do fogo, no extremo Sul. Daí as colônias espanholas, antes possuídas pelos princípios revolucionários sacudiram o jugo europeu com retardado sucesso. Mas enquanto se livravam de uma monarquia, não podiam, contudo, se livrar inteiramente da Igreja Romana. Embora em seu entusiasmo original eles tentavam privar a Igreja da maior parte do seu antigo poder, bem como de suas imensas possessões, contudo a influência e poder do Romanismo não podiam ser aniquilados A Igreja poderia apenas ser neutralizada e mesmo assim temporariamente.

Pois, apesar das expropriações eclesiásticas realizadas nas novas repúblicas das Américas Central e do Sul, o fato é que a Igreja Romana, depois de ficar por baixo durante algumas décadas, começou a recuperar-se de maneira mais acelerada. E isso a tal extensão, que no final do século 19 ela havia se tornado a proprietária de mais terras e imóveis do que possuíra no período colonial.

Na Europa o processo da apropriação indébita de terras pela Igreja foi, talvez, mais eficientemente drástico do que em qualquer outra parte.

A Revolução Francesa desapossou o Abençoado Pedro da maior parte de sua riqueza. Mosteiros incontáveis, abadias e bispados foram também reduzidos ao mínimo ou de todo suprimidos. Seus vastos domínios de edifícios e terra foram devolvidos ao Estado. Quando nos lembramos que antes da tempestade a Igreja Romana na França era a maior proprietária de terras do país, podemos imaginar suas perdas em todas as dimensões.

Napoleão, ao se tornar Imperador, amaciou esta política, visto como suas ambições políticas e dinásticas careciam do suporte do Vaticano. O resultado foi que a Igreja, sem levar em conta muitas disputas começou a recuperar-se e atingiu o ápice com Napoleão III, uma caricatura do Napoleão I.

A recuperação da Igreja tornou-se possível, não tanto pela brilhante incompetência de Napoleão III, como pela gula religiosa de sua esposa, a Imperatriz Eugênia. Pois o papado agora havia embarcado numa nova política, no sentido de coletar vastas fortunas, ou quem sabe, adotando novamente a velha política, conforme antes examinada, isto é, a criação de um envolvimento religioso maciço através de planejados milagres, aparições, construções de santuários e organização de proveitosas peregrinações, cujos lucros deviam reabastecer seus cofres. Era uma gritante repetição das práticas que ela havia promovido mais de mil anos antes, com o culto do Abençoado Pedro e semelhantes. Desse modo, os

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