quarta-feira, 10 de março de 2010

Os Bilhões do Vaticano - parte 3

mundial jamais visto, com a fome cada vez maior pelas riquezas terrenas. Estas geraram a falta da caridade, que logo se transformou em ostensiva intolerância.

Os templos pagãos iam sendo fechados, transformando-se logo em santuários cristãos, quando não eram demolidos. Suas propriedades eram sumariamente acrescentadas ao patrimônio da Igreja. A riqueza das várias religiões era impiedosamente desapropriada, seus clérigos demitidos ou perseguidos, quando não civil, ou até mesmo fisicamente exterminados. Esta transferência de poder político proporcionou uma fácil transição ao, poder aquisitivo que a Igreja Católica Romana logo aproveitou para a promoção de uma política de expropriação rápida de bens imóveis, de cargos altamente remunerativos, postos governamentais e até mesmo de empresas especulativas monetárias e comerciais.

Simultaneamente com o crescimento acelerado do seu prestígio, poder e riqueza, surgiu um novo fator em cena em meio às ruínas das culturas clássica e emergente; as comunidades monásticas. Estas, cujos núcleos tinham saído da obscuridade original, mesmo quando a Igreja estava sendo perseguida, transformavam-se agora em vastas associações de homens piedosos determinados a garantir suas riquezas no céu, em troca do abandono das riquezas terrenas.

Porém, agora, ao contrário dos seus antecessores os eremitas anônimos, que se mantinham exclusivamente de gafanhotos e água da fonte, seus imitadores achavam incrivelmente difícil seguir esse modo estrito de vida. As doações dos piedosos, os presentes de porções de terras valiosas, imóveis e mercadorias dos recém convertidos pagãos bem situados e os atos de gratidão dos pecadores arrependidos, tudo isso foi contribuindo para fazer, dentro de alguns séculos, das famílias monásticas da Europa as guardiãs das riquezas terrenas e desse modo administradoras de bens terrenos. Assim foi que esta Igreja logo se encontrou não somente na mesma situação dos potentados políticos e militares deste mundo, como igualmente competidora nessa acumulação de riquezas, de seus altos prelados unindo-se aos altos oficiais da corte imperial, as comunidades monásticas brotando com freqüência cada vez maior nas pequenas vilas semi abandonadas das antigas colônias romanas.

A antiga tradição apostólica de pobreza tornou-se uma abstração; quando muito, textos de sermões ou de piedosas homilias. E, enquanto homens sozinhos e heróicos pregavam e observavam essa tradição, a Igreja Triunfante se congregava com os principados da terra e não apenas a ignorava, como vergonhosamente zombava de suas injunções, tornando-se até mesmo embaraçada por essa tradição, e ostensivamente desrespeitando-a e abandonando-a, não só na teoria, mas muito mais na prática.

Capítulo 2

A origem da Riqueza Temporal da Igreja

Foi neste estágio que, outro fator não menos espetacular, predestinado a ter profundas repercussões sobre o desenvolvimento do Catolicismo Romano durante o seu primeiro milênio, apareceu em cena.

Foi estabelecida a tradição de peregrinações aos lugares onde os santos tinham vivido, sido martirizados e sepultados. Mosteiros, conventos, igrejas, todos tinham o seu. Com a possessão das relíquias dos abençoados, com a promoção de suas lendas e narrativas de seus milagres, chegaram não apenas as devoções espirituais como também as ofertas monetárias dos peregrinos. Isso levou riqueza àqueles lugares onde os piedosos viajantes se ajuntavam. Quanto mais popular era o santuário ou o santo, mais abundante era a coleta de moedas de ouro e prata.

A mais fabulosa era sem dúvida aquela promovida pelo culto ao Bendito Pedro, o Porteiro do Céu. O culto exigia uma peregrinação a Roma, onde estava o túmulo de Pedro.

Pedro tinha sido aí crucificado, era o que se afirmava, sem outros quaisquer dados plausíveis, além da pia tradição, pois os Bispos de Roma não tinham mais evidência então de que a possuem os pontífices do Século 20. Os últimos tentaram substanciá-la com duvidosos achados arqueológicos. O processo iniciado com Pio XII (1939-1958), foi concluído com Paulo VI. Em 1968 Paulo VI declarou oficialmente que “alguns fragmentos de ossos humanos encontrados sob a Basílica de S. Pedro, eram os restos mortais autênticos do Apóstolo”(1).

Como essa “identificação” fora realizada num sítio onde centenas de milhares de corpos tinham sido sepultados durante muitos séculos, não foi satisfatoriamente explicado, também em vista do fato de que jamais havia existido qualquer evidência histórica que pudesse provar a estada de Pedro em Roma.

Entretanto, os bispos romanos cultivaram esse mito com uma ansiedade jamais minimizada. Isto eles fizeram, não como um mero sustentáculo de uma lenda devota, mas como ardilosos promotores de um culto crescente, que tinha objetivos concretos e de longo alcance, visto como a magnificação do mesmo, lhes trouxe imensa autoridade e, com esta, muito dinheiro. Pois a crença de que o túmulo de Pedro se encontrava na Cidade Eterna induzia milhares de peregrinos, começando com os ingleses e

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