terça-feira, 23 de março de 2010

Os Bilhões do Vaticano - parte 16

Durante os séculos 9 e 10, após o tempo do Imperador Carlos Magno, suas riquezas, já magnificamente ostentosas, tornaram-se ainda mais fantásticas pela combinação acidental e planejada de superstições populares, interpretação errada das Escrituras e a falsa promoção de uma crendice, a qual no devido curso foi aceita como a temerosa realidade do futuro que imediatamente se aproximava. Esta se tornou gradual mas firmemente identificada com a crença do fim de todas as coisas. Como essa predição surgiu e foi largamente adotada pela Instituição Católica Romana e, acima de tudo, pela população européia, ainda tem de ser explicada. Fatores contribuintes de vários caracteres parecem ter dado solidez à crença de que o mundo acabaria com o final do primeiro milênio do Cristianismo.

Os Evangelhos, que falavam das “gerações presentes” antes da vinda do Filho do Homem, tornaram-se os principais sustentáculos desta crença – pelo menos quando interpretados por um clero ignorante e falso; pois deve-se lembrar que neste período as massas não sabiam ler nem escrever. Não existiam livros e nem outro tipo de literatura.

Os únicos segmentos da sociedade ocidental (além dos crentes cristãos que se escondiam nas montanhas, com cópias manuscritas da Bíblia), que tinham acesso às Escrituras eram os frades e certos grupos isolados do clero. Eram eles as únicas fontes de leitura, interpretação e explanação das profecias particularmente aquelas referentes à aproximação do fim do mundo.

Que a crendice era um grosseiro sub-produto de ignorância popular, da superstição e do medo não resta dúvida. Que tenha sido alimentada, promovida e magnificada por certos segmentos deste sistema religioso é um fato. Que o que os motivou a fazer isso foi a coleta de mais riquezas é uma certeza. Prova disso podia ser encontrada em seu comportamento antes, durante e depois do encerramento do Ano 1000.

Pois longe de minimizar ou desacreditar a profecia do “milênio”, a Igreja Romana desenvolveu-a até mesmo de uma forma negativa, ao fazer nada! Ela permitiu que a lenda crescesse, auxiliada por muitos do seu clero e das ordens monásticas, que criam genuinamente em seu total cumprimento. Assim sua política assumiu um caráter mais sinistro, quando finalmente a crendice que por longo tempo ficara de algum modo vaga, irreal e distante, começou a aparecer como uma realidade que rapidamente se aproximava das vastas multidões cristãs, à medida em que a data predita se aproximava cada vez mais.

Quando finalmente o pânico se estabeleceu entre os fiéis e quando praticamente toda a cristandade, particularmente sua porção mais ignorante e bárbara, da Europa Norte e Central, preparava-se para o fim do mundo, a Igreja Romana em vez de pregar que tudo isso era tolice, ou então preparar-se ela mesma para se encontrar com o Senhor, ficou pronta para acomodar os crentes apavorados que achavam prudente se livrar de suas possessões terrenas antes do Dia do Julgamento. Pois, não havia Cristo dito que era mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus?

Muitos católicos romanos, de fato, que até aquele tempo haviam ignorado o ensino de Cristo a respeito da riqueza temporal, agora a encaravam com seriedade mortal. À medida em que se aproximava o Ano 1000, eles se livravam de suas possessões com rapidez. Mas como? Doando-as àquela que eles consideravam como a noiva de Cristo na terra – a Igreja Romana. E assim aconteceu que mosteiros, conventos, abadias e palácios episcopais e semelhantes arrebentaram de atividade. Os crentes vinham e iam, não apenas para confessar os seus pecados, arrepender-se e preparar-se para o fim do mundo em pureza e pobreza, mas também para doar e dar à Instituição Católica Romana tudo que tinham.

Eles lhe davam o seu dinheiro, seus valores, suas casas, suas terras. Muitos se tornaram completamente pobres pois que de que lhe serviria morrer como proprietários de qualquer coisa, se o mundo ia ser destruído? Enquanto que se desfazendo de tudo, estavam ganhando mérito aos olhos do Grande Juiz.

A Igreja através de suas ordens monásticas e do clero aceitava as montanhosas ofertas das riquezas terrenas. Ela fez isso registrando-as devidamente em documentos legais, testemunhas e semelhantes. Por que essas precauções mundanas? Para provar ao Senhor no Dia do Julgamento que Smith da Inglaterra e Schmidt da Alemanha, Amundsen da Escandinávia, MacLaren da Escócia e O’Donovan da Irlanda haviam realmente se livrado de suas possessões terrenas? Nada disso! Para provar garantia de fato e de verdade que as possessões de todos aqueles que haviam dado, a partir de agora eram possessões do papado. Pois foi exatamente o que aconteceu.

Quando, após a longa noite de terror do último dia de dezembro de 999, a primeira aurora do Ano 1000 iluminou o firmamento oriental, sem nada acontecer, muitos católicos romanos, que tinham crido que o Senhor havia adiado, o Dia em resposta às orações, ou que eles tinham se enganado, deram um grande suspiro de alívio através da Cristandade. Os que haviam se livrado de suas propriedades foram aos centros eclesiásticos que haviam aceitado suas “ofertas”, apenas para ficar sabendo que o seu dinheiro, casas, terras já não lhes pertenciam. Foi o maior “livramento” da história.

Visto como a Igreja nada devolveu, ela embarcou no segundo milênio com mais riqueza do que nunca, e o resultado é que os mosteiros, abadias e bispados com os seus colegas e encarregados ficaram mais ricos, mais gordos e mais corruptos do que antes.

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