sábado, 27 de março de 2010

Os Bilhões do Vaticano - parte 19

corpos não menos que de suas almas”. O Veredito da Dieta de Nuremberg não foi apenas um absurdo. Foi uma exta confirmação da sede insaciável da Igreja Romana pelas riquezas do mundo.

Capítulo 7

Pague para ser um Cristão,

quer seja vivo ou morto

No final do primeiro milênio d.C., o acúmulo de riqueza pela Igreja Romana tinha sido levado a efeito de uma maneira por demais arbitrária, visto como, à parte das extensas ofertas territoriais que ela havia recebido de vários reis, durante os séculos 7,8 e 9, sua riqueza havia crescido demasiadamente graças à piedade dos seus membros.

A partir dos séculos 10 e 11, contudo, o crescimento de sua riqueza atingiu o ápice; isto é, tornou-se sistemática. De fato, ela se tornou uma característica fixa de sua administração. Enquanto que no passado o dinheiro tinha vindo do humilde e do pobre que doava por motivos religiosos, de agora em diante as “doações tornaram-se compulsórias”. Já não era o povo humilde ou os príncipes que retribuíam “os favores recebidos” a partir daí todos foram obrigados a dar por favores ainda não recebidos; isto é, eles eram obrigados a dar à Igreja pelo mero fato de serem membros, partindo do princípio de que os filhos que eram cuidados pela mãe deviam dar-lhe parte de sua riqueza como uma compensação pelo seu amor. O dogma não era novo. A novidade é que ela agora fora sistematizada como parte e pacote integral da vasta máquina do Vaticano.

Os papas eram tudo, menos preguiçosos para incorporar a prática de expandir as estruturas do poder eclesiástico. Eles promoveram bem planejadas operações para coletar dinheiro através da cristandade, dirigindo-as a partir de cima. O mais notório desses pontífices é um dos primeiros criadores do césar-papismo, como foi corretamente rotulado o Papa Gregório VII, o qual em 1081 deu ordens aos seus legados na França no sentido de que toda casa habitada por pessoas batizadas naquele país deveria pagar um tributo anual de um denário ao Abençoado Pedro.

Como o papa agiu para justificar essa injunção monetária ou, para ser mais preciso, taxação? Uma vez mais pela virtude da mais compensadora de todas as cartas, a missiva que o Abençoado Pedro escrevera com pena de ouro a Pepino. Pois, dizia Gregório, uma doação anual para o Abençoado Pedro, isto é, o Papa era um hábito antigo imposto pelo filho de Pepino, o Breve, que já encontramos antes, ou seja, o Imperador Carlos Magno o qual tendo sobrepujado os ferozes saxões havia oferecido seus territórios a São Pedro e a partir daí aos seus sucessores. Qualquer pessoa habitando os territórios assim doados estava, portanto, ligada ao dever de dar essas contribuições, porque, explicava o Papa Gregório VII, usando os termos jurídicos feudais apropriados para os tempos, ele, Gregório considerava a França e a Saxônia como pertencentes ao Abençoado Pedro. Como resultado, o denário que cada um dos habitantes dava era nada menos do que uma contribuição feudal à Sé Romana – argumento que eventualmente deveria ser confirmado e praticado pelos papas subseqüentes tais como Gregório IX, Inocêncio III e outros inclusive o Papa Martinho IV, por exemplo.

Martinho interditou o Rei Pedro de Aragão, depois que esse rei exigiu o seu direito hereditário à Sicília após o levante da Sicília em 1282 contra o Rei Carlos. Martinho usando a imensa pressão espiritual do papado, exonerou o Rei Pedro do seu reino. A seguir, o que fez o papa? Ele presenteou todo o reino a alguém mais, a saber, Charles de Valois, mas sob uma condição importante: Charles teria de pagar tributo anualmente aos cofres do Abençoado Pedro (isto é, do papado).

O Papa Clemente IV em 1265 havia feito bem melhor. Ele havia de fato vendido milhões de italianos do sul a Charles de Anjou, em troca de um tributo anual de 800 onças de ouro – novamente para os cofres sagrados do Abençoado Pedro; negligenciar o pagamento acarretava, sem dúvida, excomunhão e interdito com todas as implicações.

O Papa Xisto IV muito freqüentemente fazia com que uma nota fosse pregada na porta da igreja: quando o clero e os fiéis iam ver o que dizia a mensagem descobriam que, a não ser que uma certa soma aparecesse imediatamente, essa igreja ficaria sob “interdito” e além do mais que o seu clero seria suspenso. Este expediente financeiro provou ser abundantemente produtivo com outros papas e hierarcas por longos períodos. (1)

Essas medidas embora freqüentes não eram, é claro, suficientemente metódicas para arrecadar entrada regular e firme. Daí a criação de regras, cujo reforço resultava numa constante chuva de riqueza aos cofres de São Pedro. Algumas das mais comuns eram “as oblações” ou ofertas durante a missa em dias festivos. Essas oblações eram voluntárias a princípio. Com o passar do tempo, contudo, elas se tornaram uma espécie de contribuição não registrada para o clero, até que, no século XIII eram exigidas por direito. As doutrinas canônicas invocadas pelo clero para justificar as mesmas, eram as de que

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