palavra, por palavra ao nosso texto hebraico padrão. Os 5% de variação são, principalmente, erros óbvios de cópia e variações de ortografia. Mesmo os fragmentos de Deuteronômio e Samuel, descobertos no mar Morto e que indicam pertencerem a uma família de manuscritos diferente da do nosso texto hebraico conhecido, não apontam para quaisquer diferenças de doutrina ou de ensino. Absolutamente não afetam a mensagem revelada". 10/25
Os talmudistas tinham tanta certeza de que, ao terminarem de transcrever um manuscrito, eles teriam uma cópia exata, que atribuíam à nova cópia uma autoridade igual à do original.
Em Our Bible and the Ancient Manuscripts (Nossa Bíblia e os Manuscritos Antigos), Frederic Kenyon entra em mais detalhes sobre a questão acima e sobre a destruição das cópias mais antigas: "O mesmo extremo cuidado devotado à transcrição dos manuscritos também explica o desaparecimento de cópias mais antigas. Após um manuscrito ter sido copiado com a exatidão determinada pelo Talmude, e após ter sido devidamente conferido, era aceito como autêntico e considerado como tendo igual valor ao de qualquer outra cópia. Sendo todos igualmente corretos, a idade não significava vantagem para um manuscrito; ao contrário, a idade era positivamente uma desvantagem, pois, com o de correr do tempo, um manuscrito estava sujeito a tornar-se ilegível ou a sofrer algum dano. Uma cópia defeituosa ou imperfeita era imediatamente considerada imprópria para o uso".
"Junto a cada sinagoga havia uma 'Gheniza', ou armário de madeira, onde eram deixados manuscritos defeituosos. Foi nesses armários que se encontraram, em épocas recentes, alguns dos mais antigos manuscritos atualmente conhecidos. Assim sendo, ao invés de considerar uma cópia mais antiga das Escrituras como mais valiosa, o costume judeu foi o de dar preferência à mais nova, considerando-a como a mais perfeita e isenta de defeitos. É natural que as cópias mais antigas, uma vez postas na 'Gheniza', se perdessem, seja por falta de cuidado, seja por serem deliberadamente queimadas quando a 'Gheniza' ficava lotada de manuscritos."
"Por essa razão, a ausência de cópias bem antigas da Bíblia hebraica não precisa causar surpresa ou inquietação. Se, às causas já mencionadas, acrescentarmos as repetidas perseguições (implicando destruição de muitos bens) sofridas pelos judeus, estará satisfatoriamente explicado o desaparecimento de manuscritos antigos, e poderá ser aceito que os manuscritos remanescentes preservem aquilo que afirmam preservar — a saber, o texto massorético." 49/43
"O respeito pelas Escrituras e o interesse pela pureza do texto sagrado não surgiram após a queda de Jerusalém." 36/173
Pode-se remontar a Esdras 7:6, 10, onde se afirma que Esdras era um "escriba versado". Ele era um profissional hábil nas Escrituras.
2C. O PERÍODO MASSORÉTICO (500-900 A.D.)
Os massoretas (palavra que vem do hebraico massorat, "tradição") aceitaram o fatigante trabalho de editar o texto e padronizá-lo. Seu centro de atividades foi Tiberíades. O texto que os massoretas produziram é chamado de texto "massorético". Esse texto a que os massoretas chegaram recebeu pontuação vocálica, a fim de garantir a pronúncia correta. O texto massorético é, hoje, o texto hebraico padrão.
Os massoretas eram bem disciplinados e tratavam o texto "com a maior reverência que se possa imaginar, tendo elaborado um complicado sistema de salvaguardas contra erros de cópia. Por exemplo, eles contavam o número de vezes que cada letra do alfabeto aparecia em cada livro; eles assinalavam a letra que ficava exatamente no meio do Pentateuco e a que ficava exatamente no meio da Bíblia toda; e faziam cálculos ainda mais minuciosos do que esses. 'Parece que contaram tudo o que se pode contar', afirma Wheeler Robinson, e elaboraram recursos mnemônicos pelos quais os vários números podiam ser facilmente lembrados". 15/117
Sir Frederic Kenyon diz: "Além de registrar as variantes de leitura, a tradição, ou as conjeturas, os massoretas realizaram inúmeros cálculos que não dizem diretamente respeito à crítica textual. Eles contaram os versículos, as palavras e as letras de cada livro. Eles calcularam a palavra e a letra que ficava no meio de cada livro. Fizeram uma lista dos versículos que continham todas as letras do alfabeto, ou um certo número delas; e assim por diante. No entanto, essas trivialidades, como bem poderíamos considerá-las, tiveram o efeito de garantir uma atenção minuciosa à transmissão fiel do texto; e elas não passam de uma manifestação exagerada de respeito para com as Escrituras Sagradas, manifestação que merece apenas um elogio. Na verdade, os massoretas tinham uma profunda preocupação de que não se omitisse nem se perdesse um só i ou til nem uma só das menores letras ou uma pequena parte de uma letra, da Lei." 49/38
Flávio Josefo, o historiador judeu, escreve: "Temos dado provas visíveis da reverência para com nossas próprias Escrituras. Pois, embora essas prolongadas eras já tenham passado, ninguém se aventurou a acrescentar, ou a remover ou a alterar uma sílaba; e desde o dia de seu nascimento, existe um instinto dentro de cada judeu de considerá-las como decretos de Deus, de viver por elas e, caso necessário, de corajosamente morrer por elas. No passado, repetidas vezes pessoas testemunharam o comportamento de presos, os quais, em vez de pronunciar uma única palavra contra as leis e documentos semelhantes, suportaram toda espécie de torturas e mortes nas arenas". 45/179, 180
Josefo prossegue, fazendo uma comparação entre o respeito dos hebreus para com as Escrituras e o dos gregos para com sua própria literatura: "Qual grego suportaria tanto pela mesma causa? Mesmo para salvar da destruição toda a coleção de escritos da sua nação, ele não enfrentaria o menor dano para si mesmo. Pois, para os gregos, sua literatura são simples histórias inventadas de acordo com a fantasia de seus autores; e eles estão plenamente certos nessa atitude diante de até mesmo os mais antigos historiadores, pois vêem alguns contemporâneos se arriscando a descrever acontecimentos dos quais não tomaram parte, sem ter o cuidado de se informar com aqueles que conhecem os fatos". 45/181
3C. CITAÇÕES E COMENTÁRIOS SOBRE A CREDIBILIDADE DO ANTIGO TESTAMENTO
Os brilhantes comentários de Robert Dick Wilson apontam para a veracidade e confiabilidade das Escrituras, já na época do Antigo Testamento: "Em 144 casos de transliteração dos idiomas egípcio, assírio, babilônio e moabita para o hebraico, e em 40 casos de transliteração no sentido oposto, isto é, num total de 184 casos, os dados comprovam que, durante um período de 2.300 a 3.900 anos, os nomes próprios da Bíblia hebraica têm sido transmitidos com a mais minuciosa exatidão. O fato de os escritores originais terem escrito esses nomes com tanta exatidão, seguindo princípios filológicos corretos, é uma prova maravilhosa de seu grande cuidado e do conhecimento e cultura que tinham. Mais ainda, o fato de o texto hebraico ter sido transmitido por copistas através de tantos séculos é um fenômeno sem igual na história da literatura". 102/71
Wilson acrescenta: "Existiram cerca de quarenta desses reis vivendo entre 2.000 a.C. e 400 a.C. Cada um aparece em ordem cronológica '... em relação aos reis do mesmo país e em relação aos de outros países... Dificilmente se poderia imaginar uma prova mais evidente da exatidão substancial dos registros do Antigo Testamento do que essa relação de reis.' Matematicamente existe uma chance em 750 setilhões de que essa exatidão seja mero acaso". 102/70, 71
Devido às provas Wilson conclui que: "Não se pode negar a prova de que as cópias dos documentos originais têm sido transmitidas com exatidão substancial, por mais de 2.000 anos. Que, de modo semelhante, as cópias existentes 2.000 anos atrás tivessem sido transmitidas a partir dos originais é algo não apenas possível, mas, conforme já demonstramos, é algo provável em face das analogias com os documentos babilônicos que sobreviveram e dos quais temos tanto originais como cópias (distanciados milhares de anos uns dos outros), e com dezenas de papiros que, ao serem comparados com as nossas edições modernas dos clássicos, revelam que somente pequenas alterações ocorreram no texto, durante um período de mais de 2.000 anos, e especialmente em face da exatidão científica e demonstrável com que a ortografia correta dos nomes de reis e das numerosas expressões estrangeiras nos foi transmitida no texto hebraico." 102/85
F. F. Bruce declara que "o texto consonantal da Bíblia hebraica, que os massoretas editaram, havia sido transmitido até aquela época, com notável fidelidade, por um período de praticamente mil anos." 15/178
A conclusão de William Green é que "se pode dizer com segurança que nenhuma outra obra da antigüidade foi transmitida com tanta fidelidade." 36/181
A respeito da exatidão na transmissão do texto hebraico, Atkinson, que foi vice-diretor da biblioteca da Universidade de Cambridge (na Inglaterra), afirma que isso é "quase um milagre".
Atribui-se ao rabino Aquiba (século segundo A.D.), que desejava produzir um texto exato, a declaração de que "a transmissão fiel (massorat) do texto é uma proteção para a Tora". 40/211
4C. O TEXTO HEBRAICO
O Códice do Cairo (895 A.D.) encontra-se no Museu Britânico. Foi preparado pela família massorética de Moses ben Asher. Contém tanto os profetas anteriores como os posteriores. 15/115,116
O Códice dos Profetas de Leningrado (916 A.D.)contém Isaías, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores.
O mais antigo manuscrito contendo todo o Antigo Testamento é o Códice Babilônico Petropalitano (1008 A.D.), encontrando-se em Leningrado. Foi preparado a partir de um texto anterior a 1000 A.D., o qual foi corrigido pelo rabino Aaron ben Moses ben Asher. 32/250
O Códice Aleppo (datado de 900 A.D. ou um pouco depois) é um manuscrito excepcionalmente valioso. Chegou a ser dado como perdido, mas em 1958 foi redescoberto. No entanto, sofreu mutilações.
O Códice do Museu Britânico (950 A.D.) contém parte de Gênesis até Deuteronômio.
O Códice Reuchlin dos Profetas (1105 A.D.). A preparação desse texto foi feita pelo massoreta ben Naphtali.
5C. O TESTEMUNHO DOS ROLOS DO MAR MORTO A RESPEITO DA CREDIBILIDADE DAS ESCRITURAS JUDAICAS
Foi Sir Frederic Kenyon quem, pela primeira vez, fez a grande pergunta: "Será que esse texto hebraico, que chamamos de massorético e que temos mostrado como descendente de um texto preparado por volta de 100 A.D., apresenta fielmente o texto hebraico, tal como foi escrito pelos autores dos livros do Antigo Testamento?" 49/47
Os Rolos do Mar Morto nos fornecem uma resposta clara e afirmativa.
O problema, antes da descoberta dos Rolos do Mar Morto, era: "Qual a fidelidade das cópias que temos hoje em comparação com o texto do primeiro século?" Pelo fato de ter sido copiado e recopiado tantas vezes, poderemos confiar no texto?
O que são os Rolos do Mar Morto?
Os Rolos são constituídos de cerca de 40.000 fragmentos que foram relacionados. Desses fragmentos mais de 500 livros já foram reconstituídos.
Muitos fragmentos e livros extra-bíblicos foram descobertos, lançando luz sobre a comunidade religiosa de Qumran. Esses escritos, tais como os "documentos de justiça", uma "Regra da Comunidade" e o "Manual de Disciplina", ajudam-nos a entender o propósito da vida diária em Qumran. Em diversas cavernas estão alguns comentários bem úteis sobre as Escrituras.
Como foram achados os Rolos do Mar Morto?
Quero aqui citar Ralph Earle, que apresenta uma descrição detalhada, porém concisa, de como os Rolos foram encontrados.
"A história dessa descoberta é um dos acontecimentos mais fascinantes da era contemporânea. Em fevereiro ou março de 1947 um rapazinho beduíno, que trabalhava como pastor de animais e que tinha o nome de Muhamad, estava procurando uma cabra perdida. Ele atirou uma pedra num buraco existente num penhasco, à margem ocidental do mar Morto, cerca de treze quilômetros ao sul de Jerico. Para sua surpresa, ouviu o som de vasos se quebrando. Ao examinar o que acontecera, viu algo surpreendente diante de si. No chão da caverna havia diversos vasos grandes que continham rolos de couro, envolvidos em pano de linho. Pelo fato de os vasos terem sido cuidadosamente selados, os rolos tinham sido preservados em excelentes condições, durante quase 1.900 anos. (Foram evidentemente ali colocados em 68 A.D.)"
"Cinco dos rolos encontrados na Caverna Número Um do Mar Morto, como é agora chamada, foram comprados pelo arcebispo do Mosteiro Ortodoxo Sírio de Jerusalém. Nesse ínterim, três outros rolos foram adquiridos pelo professor Sukenik, da Universidade Hebraica de lá."
"Quando os rolos foram inicialmente descobertos, não se deu publicidade a eles. Em novembro de 1947, dois dias após o professor Sukenik ter adquirido três rolos e dois vasos da caverna, escreveu em seu diário: 'É possível que esta seja uma das maiores descobertas já feitas na Palestina, uma descoberta que jamais imaginamos pudesse acontecer'. Todavia, essas significativas palavras não foram publicadas à época."
"Felizmente, em fevereiro de 1948, o arcebispo, que não lia hebraico, telefonou para a Escola Americana de Pesquisa Oriental, em Jerusalém, e falou a respeito dos rolos. Devido à providência divina, a pessoa que estava substituindo o diretor da escola era um jovem erudito chamado John Trever, que também era excelente fotógrafo amador. Num trabalho árduo e dedicado, fotografou cada coluna do grande rolo de Isaías, que mede sete metros de comprimento e vinte e cinco centímetros de altura. Ele mesmo revelou o filme e enviou algumas cópias ao Dr.W. F. Albright, da Universidade Johns Hopkins (nos Estados Unidos), que era reconhecido por muitos como o decano dos arqueólogos bíblicos norte-americanos. Numa carta Albright respondeu: 'Minhas mais calorosas saudações pela maior descoberta de manuscritos da nossa época! ... Que achado absolutamente incrível! E felizmente não se pode ter a menor sombra de dúvida quanto à autenticidade do manuscrito'. Ele atribuiu ao manuscrito a data de aproximadamente 100 A. D. 23/48,49
Trever cita ainda a opinião de Albright: "Não tenho dúvida alguma de que o manuscrito é mais antigo do que o papiro Nash... Prefiro uma data de aproximadamente 100 A. D..." 32/260
O Valor dos Rolos
O mais antigo manuscrito com o texto hebraico completo que possuíamos fora preparado em 900 A.D. ou depois. Como poderíamos ter certeza da transmissão fiel do texto desde a época de Cristo, em 32 A.D.? Graças à arqueologia e aos Rolos do Mar Morto, agora podemos ter certeza. Um dos rolos era um manuscrito com o texto hebraico completo de Isaías. Os paleógrafos datam-no de 125 a.C. Esse manuscrito é em mais de mil anos mais antigo do que qualquer outro manuscrito anteriormente conhecido.
O impacto dessa descoberta está em que o rolo de Isaías (125 a.C.) corresponde exatamente ao texto massoretico de Isaías (916 A.D.), preparado 1.000 anos depois. Isso demonstra a fidelidade e exatidão incomuns dos copistas pelo período de mil anos.
"Das 166 palavras em Isaías 53, só há dúvidas sobre dezessete letras. "ez dessas letras são uma simples questão de ortografia, o que não afeta o sentido. Quatro outras letras implicam pequenas alterações estilísticas, tais como conjunções. As três letras restantes formam a palavra luz, que é acrescentada no versículo onze, e que não afeta grandemente o sentido. Além do mais, essa palavra tem o apoio da Septuaginta e do fragmento de Qumran lQIs. De modo que, num capítulo de 166 palavras, há dúvidas sobre uma única palavra (três letras) após mil anos de transmissão — e essa palavra não altera significativamente o sentido da passagem." 32/263
F. F. Bruce diz: "Um rolo incompleto de Isaías, encontrado junto com outro na Caverna Número Um de Qumran, e devidamente distinguido do outro pelo nome de 'Isaías B', concorda ainda mais de perto com o texto massorético". 15/123
Gleason Archer Jr. afirma que se verificou que as cópias de Isaías da comunidade de Qumran, "em mais de 95% do texto, eram idênticas, palavra por palavra, ao nosso texto hebraico padrão. Os 5% de variação constituem principalmente, erros óbvios de cópia e variação de ortografia." 10/19
Millar Burrows, citado por Geisler e Nix, conclui: "É de maravilhar que, durante aproximadamente mil anos, o texto sofreu tão poucas alterações. Conforme afirmei no primeiro artigo sobre o rolo, 'nisto reside sua grande importância: confirmar a fidelidade da tradição massorética'." 32/261
6C. A SEPTUAGINTA COMPROVA A AUTENTICIDADE DO TEXTO HEBRAICO
Os judeus foram espalhados para longe da terra natal e então surgiu a necessidade de haver as Escrituras no idioma mais falado da época. A Septuaginta (palavra que significa "setenta" e que geralmente é abreviada, por meio de algarismos romanos, para LXX) foi o nome dado à tradução em grego das Escrituras hebraicas, tradução esta preparada durante o reinado de Ptolomeu Filadelfo, do Egito (285-246 a.C).
F. F. Bruce apresenta uma interessante explicação sobre o nome dessa tradução. Acerca de uma carta que se supunha ter sido escrita por volta de 250 a.C. (mais provavelmente um pouco antes de 100 a.C.) por Aristeu, um oficial da corte do rei Ptolomeu, a seu irmão Filócrato, Bruce afirma: "Ptolomeu era reconhecido como um incentivador da literatura, e foi em seu reinado que foi inaugurada a grande biblioteca de Alexandria, que durante novecentos anos foi uma das grandes maravilhas do mundo. A carta descreve como Demétrio de Falero, que se se acredita ter sido o bibliotecário de Ptolomeu, despertou o interesse do rei a respeito da lei judaica e o aconselhou a enviar uma delegação ao sumo-sacerdote Eleazar, em Jerusalém.
O sumo-sacerdote escolheu como tradutores seis anciões de cada uma das doze tribos de Israel e enviou-os à Alexandria, junto com um pergaminho especialmente exato e ornamentado da Tora. Os anciões foram regiamente hospedados e demonstraram sua sabedoria em debates travados.
Então, instalaram residência numa casa na ilha de Faros (a ilha que também foi famosa por seu farol), onde em setenta e dois dias completaram a tarefa de traduzir o Pentateuco para o grego, apresentando uma versão fiel, fruto do trabalho de conferir e comparar os textos." 15/146, 147
Estando bem próximo do texto massorético (916 A.D.) que temos hoje, a Septuaginta ajuda a confirmar a credibilidade da transmissão do texto massorético através de 1.300 anos. A maior divergência entre a Septuaginta e o texto massorético encontra-se no livro de Jeremias.
A Septuaginta e as citações das Escrituras encontradas nos livros apócrifos de Eclesiástico, Jubileu e outros, comprovam que o texto hebraico que temos hoje é substancialmente o mesmo de cerca de 300 a.C.
Geisler e Nix, no livro muito útil que escreveram, A General Introduction to the Bible (Uma Introdução Geral à Bíblia), apresentam quatro importantes contribuições da Septuaginta. "(1) Ao atender às necessidades dos judeus alexandrinos, ela cobriu o vazio religioso entre os povos de fala hebraica e grega; (2) ela preencheu o elo histórico que separava o Antigo Testamento judaico dos cristãos de idioma grego, os quais iriam usá-lo junto com o Novo Testamento; e (3) ela abriu um precedente para os missionários traduzirem as Escrituras em várias línguas e dialetos; (4) na crítica textual, ela supre uma lacuna ao concordar de modo substancial com o texto hebraico do Antigo Testamento (códices Álefe, A, B, C e outros)." 32/308
F. F. Bruce apresenta algumas razões pelas quais os judeus se desinteressaram pela Septuaginta:
1. "... A partir do século primeiro A.D., os cristãos adotaram-na como sua versão do Antigo Testamento e usaram-se livremente para propagar e defender a fé cristã." 15/151
2. "Uma outra razão para os judeus perderem o interesse pela Septuaginta reside no fato de que por volta de 100 A.D. um texto padrão revisado foi estabelecido por eruditos judeus para a Bíblia hebraica..." 15/151
7C. O TEXTO SAMARITANO (quinto século a.C.)
Esse texto contém o Pentateuco e é valioso para se decidir entre diferentes leituras textuais. Bruce afirma que, "comparando-se com aquilo que concordam, as variações entre o Pentateuco Samaritano e a edição massorética (916 A.D.) desses livros são bem insignificantes". 15/122
8C. OS TARGUNS (surgem em forma escrita (cópias) 500 A. D.)
O sentido básico da palavra targum é "interpretação". São paráfrases do Antigo Testamento.
Depois que os judeus foram levados ao cativeiro, o aramaico passou a ser falado em lugar do hebraico. Isso fez com que os judeus necessitassem das Escrituras na língua que era falada.
Os principais targuns são (1) O Targum de Onquelos (60 a.C, que alguns dizem que foi feito por Onquelos, um discípulo do grande erudito judeu Hillel). Contém o texto hebraico do Pentateuco. (2) O Targum de Jônatas ben Uzziel (30 a.C.?), que contém os livros históricos e os Profetas.
F. F. Bruce apresenta um interessante relato sobre a origem dos targuns: "... A prática da leitura pública das Escrituras nas sinagogas ser acompanhada por uma paráfrase oral na língua vernácula, o aramaico, foi crescendo nos últimos séculos antes da era cristã. Naturalmente, à medida que o hebraico ia se tornando uma língua cada vez menos falada e cada vez menos familiar ao povo, foi necessário proporcionar-lhes uma interpretação do texto das Escrituras numa língua que conhecessem, de modo que pudessem compreender o que se lia. A pessoa incumbida de fazer essa paráfrase oral era chamada de methurgeman (tradutor ou intérprete) e a paráfrase propriamente dita era denominada targum
... O methurgeman ... não tinha permissão para ler em um rolo a sua interpretação, pois a congregação poderia incorrer no engano de pensar que ele estivesse lendo as Escrituras originais. Provavelmente, tendo em vista a exatidão e fidelidade, mais tarde estabeleceu-se que não mais de um versículo do Pentateuco e três versículos dos Profetas poderiam ser traduzidos numa única etapa.
Oportunamente esses targuns foram postos em forma escrita." 15/133
Qual o valor dos targuns?
J. Anderson, em The Bible, the Word of God (A Bíblia, a Palavra de Deus), confirma o valor dos targuns ao dizer: "A grande utilidade dos antigos targuns está em provar a autenticidade do texto hebraico, ao demostrar que o texto do período em que os targuns foram feitos é o mesmo que existe entre nós hoje. 8/17
9C. O MISNÁ (200 A.D.)
Essa palavra significa "explicação, ensino". O misná contém uma coleção das tradições e exposições judaicas da lei oral. Eram escritos em hebraico e freqüentemente considerados como a Segunda Lei. 32/306
As citações escriturísticas são bem semelhantes ao texto massorético e atestam sua fidedignidade.
10C. OS GUEMARÁS (Palestino - 200 A.D.; Babilônico - 500 A.D.)
Esses comentários, escritos em aramaico e que cresceram em torno do Misná, contribuem para a credibilidade do texto massorético.
O Misná, e o Guemará Babilônico formam o Talmude Babilônico.
Misná + Guemará Babilônico = Talmude Babilônico
Misná + Guemará Palestino = Talmude Palestino
11C. O MIDRAXE (100 a.C. - 300 A.D.)
O Midraxe compunha-se de estudos doutrinários do texto hebraico do Antigo Testamento. As citações do Midraxe são substancialmente massoréticas.
12C. A HEXAPLA (isto é, a sêxtupla)
Orígenes (185-254 A.D.) preparou uma harmonia do Antigo Testamento em seis colunas: Septuaginta, traduções de Áquila, de Símaco, de Teodócio, o texto hebraico em caracteres hebraicos, e transliterado em grego.
A Hexapla, mais os escritos de Josefo, Filo e os Documentos de Justiça (da literatura da comunidade de Qumran, junto ao mar Morto), "testificam a existência de um texto bem semelhante ao massorético, no período entre 40 e 100 A.D." 85/148
4B. O Teste Interno da Credibilidade das Escrituras
1C. O BENEFICIO DA DÚVIDA
Sobre esse teste, John Warwick Montgomery escreve que os críticos literários ainda seguem o dito de Aristóteles de que, "em caso de dúvida, deve-se favorecer o próprio documento, e não a posição questionadora do crítico". 64/29
De modo que "deve-se aceitar as afirmações do documento que está sendo analisado, e não pressupor fraude ou erro, a menos que o autor invalide o que escreveu devido a contradições ou a inexatidões quanto a fatos conhecidos". 64/29
Horn desenvolve esse pensamento dizendo: "Pense por um instante naquilo que é preciso demonstrar acerca de uma 'dificuldade', a fim de passá-la para a categoria de um argumento contrário à doutrina. Certamente é preciso muito mais do que uma simples aparência de contradição. Primeiro, devemos ter a certeza de que compreendemos corretamente a passagem, o sentido em que ela emprega as palavras e os números. Segundo, de que possuímos todo o conhecimento disponível sobre a questão. Terceiro, de que possivelmente nenhum outro esclarecimento possa, no futuro, ser lançado sobre a questão, esclarecimento que venha de conhecimentos maiores, pesquisa textual, arqueologia, etc."
"... As dificuldades não constituem objeções", acrescenta Robert Horn. "Problemas não solucionados não são necessariamente erros. Isso não é minimizar a área de dificuldade; é vê-la nas suas devidas proporções. Devemos lidar com as dificuldades e os problemas devem nos levar a procurarmos maiores esclarecimentos; mas até que cheguemos ao ponto de ter um esclarecimento total e final sobre qualquer assunto, não estamos em posição de afirmar: 'Este é um erro comprovado, uma objeção inquestionável a uma Bíblia infalível'. Ê bem conhecido o fato de que incontáveis 'objeções' têm sido plenamente respondidas desde o início deste século." 42/86, 87
2C. O VALOR DAS FONTES PRIMÁRIAS
Eles escreveram como testemunhas oculares ou a partir de informações de primeira mão:
Lucas 1:1-3 - "Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares, e ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem."
2 Pedro 1:16 — "Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade."
1 João 1:3 — "... o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós igualmente mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo."
Atos 2:22 - "Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós, com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis...."
João 19:35 - "Aquele que isto viu, testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós creiais."
Lucas 3:1 — "No décimo-quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Ituréia e Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene..."
Atos 26:24-26 — "Dizendo ele estas coisas em sua defesa, Festo o interrompeu em alta voz: Estás louco, Paulo; as muitas letras te fazem delirar. Paulo, porém, respondeu: Não estou louco, ó excelentíssimo Festo; pelo contrário, digo palavras de verdade e de bom senso. Porque tudo isto é do conhecimento do rei, a quem me dirijo com franqueza, pois estou persuadido de que nenhuma destas coisas lhe é oculta; porquanto nada se passou aí, nalgum recanto."
F. F. Bruce, professor que ocupa a cátedra Rylands de Crítica Bíblica e Exegese, na Universidade de Manchester, diz o seguinte a respeito do valor das fontes primárias dos registros do Novo Testamento: "Os primeiros pregadores do evangelho reconheciam o valor do testemunho de primeira mão, e repetida» vezes fizeram uso dele. 'Somos testemunhas destas coisas' era a afirmação constante e confiante que faziam. E, ao contrário do que parecem pensar alguns escritores, não teria sido absolutamente fácil inventar palavras e obras de Jesus naqueles primeiros dias, quando tantos discípulos estavam por ali espalhados, os quais poderiam lembrar-se do que tinha e do que não tinha acontecido."
"E os primeiros pregadores tiveram que levar em conta não apenas as testemunhas oculares simpáticas ao cristianismo; havia outros bem menos dispostos que também eram conhecedores dos principais fatos sobre o ministério e a morte de Jesus. Os discípulos não podiam se dar ao luxo de correr o risco de apresentar fatos inexatos (para não mencionar uma manipulação internacional dos fatos), os quais seriam imediatamente denunciados por aqueles que teriam imenso prazer em fazê-lo. Pelo contrário, um dos pontos fortes da pregação apostólica original é o apelo confiante ao conhecimento dos ouvintes; eles não apenas diziam 'somos testemunhas destas coisas', mas também 'como vós mesmos sabeis' (Atos 2:22). Caso tivesse havido qualquer tendência para se afastarem dos fatos em qualquer questão importante, a possível presença de testemunhas hostis ali na audiência teria se pronunciado, contestando o que fora dito." 16/33, 44-46
3C. MATERIAL DE FONTES PRIMÁRIAS LEGÍTIMAS
O Novo Testamento deve ser considerado pelos eruditos de hoje como um legítimo documento de fontes primárias, vindo do primeiro século. 64/34, 35
DATAS DOS CONSERVADORES
Cartas de Paulo 50-66 A.D. (Hiebert)
Mateus 70-80 A.D. (Harrison)
Marcos 50-60 A.D. (Harnak)
58-65 A.D. (T. W. Manson)
Lucas início dos anos 60 A.D. (Harrison)
João 80-100 A.D. (Harrison)
DATAS DOS LIBERAIS
Cartas de Paulo 50-100 A.D. (Kümmel)
Mateus 500-100 A.D. (Kümmel)
Marcos 70 A.D. (Kümmel)
Lucas 70-90 A.D. (Kümmel)
João 170 A.D. (Baur)
90-100 A.D. (Kürnmer)
Os dados acima foram extraídos das seguintes fontes: KÜMMEL, Werner Georg, Introduction to the New Testament (Introdução ao Novo Testamento). Traduzido para o inglês por Howald Clark Kee. Abingdon, 1973.
HARRISON, Everett. Introduction to the New Testamento (Introdução ao Novo Testamento). Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans, 1971.
HIEBERT, D. Edmond. Introduction to the New Testament (Introdução ao Novo Testamento), vol. 2. Chicago: Moody, 1977; escritos e conferências por T. W. Manson e F. C. Baur.
William Foxwell Albright, que foi um dos mais destacados arqueólogos de todo o mundo, disse: "Podemos dizer enfaticamente que já não existe qualquer base sólida para atribuir a qualquer livro do Novo Testamento uma data posterior a 80 A.D., isto é, duas gerações inteiras antes do período entre 130 e 150, período calculado pelos críticos mais radicais do Novo Testamento da atualidade". 7/136
Ele reafirma essa posição numa entrevista à revista Christianity Today (Cristianismo Hoje; 18 jan. 1963): "Na minha opinião, cada livro do Novo Testamento foi escrito por um judeu batizado, entre as décadas de quarenta e oitenta do primeiro século de nossa era (bem provavelmente em algum período entre aproximadamente 50 e 75 A.D.)".
Albright conclui: "Graças às descobertas de Qumran, o Novo Testamento comprova que, de fato, é aquilo que anteriormente as pessoas criam que fosse: o ensino de Cristo e de seus seguidores imediatos, no período compreendido entre cerca de 25 e 80 A.D". 5/23
Muitos dos eruditos liberais estão sendo forçados a considerar datas mais remotas para o Novo Testamento. As conclusões do Dr. John A. T. Robinson em seu novo livro, Redating the New Testament (Atribuindo Novas Datas ao Novo Testamento), são surpreendentemente radicais. Sua pesquisa levou-o à convicção de que o Novo Testamento foi escrito antes da Queda de Jerusalém, em 70 A.D. 79
5B. O Teste das Evidências Externas em favor da Credibilidade das Escrituras
1C. CONFIRMANDO A AUTENTICIDADE
"Outros materiais históricos confirmam ou negam o testemunho fornecido pelos próprios documentos?" 64/31
Em outras palavras, que outras fontes existem, além da literatura que está sendo examinada, que confirmam sua exatidão, credibilidade e autenticidade?
2C. PROVAS FAVORÁVEIS DE AUTORES EXTRA-BIBLICOS
Eusébio, em sua obra História Eclesiástica (III. 39), preserva escritores de Papias, bispo de Hierápolis (130 A.D.), os quais Papias recebeu do Ancião (apóstolo João): "O Ancião também costumava dizer o seguinte: 'Marcos, tendo sido o intérprete de Pedro, escreveu fielmente tudo o que ele (Pedro) mencionava, fossem palavras ou obras de Cristo; todavia, não o fez em ordem cronológica. Pois não esteve ouvindo pessoalmente o Senhor nem o esteve acompanhando; mas mais tarde, conforme eu já disse, ele acompanhou Pedro, o qual adaptou os seus ensinos conforme as necessidades, não como se estivesse elaborando uma compilação das palavras do Senhor. Dessa forma, então, Marcos não cometeu qualquer erro, tendo assim escrito algumas coisas à medida que ele (Pedro) as mencionava; pois ele prestava toda atenção a isso, a fim de não omitir qualquer coisa que ouvisse, nem incluir qualquer afirmação falsa no que registrava.'"
Papias também comenta sobre o evangelho de Mateus: "Mateus registrou os oráculos em língua hebraica (isto é, aramaica)".
Irineu, bispo de Lion (180 A.D.), foi aluno de Policarpo, bispo de Esmirna, o qual foi martirizado em 156 A.D., tendo sido cristão por 86 anos e discípulo do apóstolo João. Irineu escreveu:
"Tão firme é a base sobre a qual esses Evangelhos repousam que os próprios hereges dão testemunho a favor desses livros, e, tomando-os por base, cada um deles se esforça por estabelecer sua própria doutrina particular" {Contra Heresias, III).
Os quatro Evangelhos haviam se tornado tão axiomáticos no mundo cristão que Irineu pôde se referir a eles como um fato comprovado e reconhecido tal como os quatro pontos cardeais: "Pois assim como existem os quatro cantos do mundo onde vivemos, e quatro ventos universais, e assim como a Igreja se encontra dispersa por toda a terra, e o evangelho é a coluna e o alicerce da Igreja e o sopro de vida, de igual maneira é natural que o evangelho tenha quatro colunas, soprando imortalidade a partir de cada canto e novamente despertando a vida nos homens. Por essa razão é evidente que o Verbo, o arquiteto de todas as coisas, que está assentado sobre os querubins e sustenta todas as coisas, tendo-se manifestado aos homens, deu-nos o evangelho em forma quádrupla, forma que se mantém coesa por meio de um só Espírito."
"Mateus divulgou seu evangelho", prossegue Irineu, "entre os hebreus (isto é, judeus), na língua deles, enquanto Pedro e Paulo estavam pregando o evangelho em Roma e fundando a igreja ali. Depois de sua partida (isto é, morte, a qual uma forte tradição identifica com a época da perseguição de Nero, em 64), o próprio Marcos, o discípulo e intérprete de Pedro, transmitiu-nos de forma escrita a substância da pregação de Pedro. Lucas, o seguidor de Paulo, pôs num livro o evangelho pregado por seu mestre. Então João, o discípulo do Senhor, e que também reclinou sua cabeça sobre o Seu peito (esta é uma referência a João 13:25 e 21:20), escreveu ele mesmo o seu evangelho, enquanto vivia em Éfeso, na Ásia."
Clemente de Roma (cerca de 95 A.D.) usa as Escrituras como sendo confiáveis e autênticas.
Inácio (70-110 A.D.) foi bispo de Antioquia, tendo sido martirizado por causa de sua fé em Cristo. Conheceu todos os apóstolos e foi discípulo de Policarpo, que foi discípulo do apóstolo João. 59/209
Em Who Was Who in Church History (Quem Foi Quem na História da Igreja), Elgin Moyer escreve que o próprio Inácio "disse: 'Prefiro morrer por Cristo a dominar toda a terra. Entreguem-me às feras para que, por meio delas, eu seja um participante junto com Deus.' Conta-se que ele foi jogado às feras no Coliseu em Roma. Ele escreveu suas epístolas durante a viagem de Antioquia para o martírio". 66/209
Inácio deu crédito às Escrituras pela maneira como depositou fé na fidedignidade da Bíblia. Teve grande quantidade de material e de testemunhas para consultar e, assim, descobrir a credibilidade das Escrituras.
Policarpo (70-156 A.D.) foi discípulo de João e sofreu martírio aos 86 anos de idade por causa de sua incansável devoção a Cristo e às Escrituras. "Por volta de 155, durante o reinado de Antonino Pio, quando uma perseguição a nível local estava acontecendo em Esmirna e vários dos membros da igreja haviam sido martirizados, foi escolhido por ser o líder da igreja e depois destinado ao martírio. Quando instado a renunciar à fé e viver, segundo se sabe, ele disse: 'Durante oitenta e seis anos tenho servido a Ele, e Ele não me tem feito mal algum. Como poderia falar mal do meu Rei que me salvou?' Foi queimado numa fogueira, experimentando a morte heróica de um mártir, por causa de sua fé." 66/337 Certamente ele teve grande número de contatos para conhecer a verdade. Flávio Josefo - historiador judeu.
As diferenças entre o relato de Josefo sobre o batismo de João Batista e o dos evangelhos é que Josefo afirma que o batismo de João não era para remissão de pecados, enquanto que a Bíblia (Marcos 1:4) afirma que era; e que João foi morto por razões políticas e não por censurar publicamente o casamento de Herodes com Herodias. Como Bruce ressalta, é bem possível que Herodes cresse que, aprisionando João, poderia matar dois coelhos com uma cajadada só. Em relação à discrepância sobre o batismo de João, Bruce diz que os Evangelhos oferecem um relato mais provável do ponto-de-vista "histórico-religioso" e que eles são mais antigos do que a obra de Josefo, e, portanto, mais exatos. A questão central, no entanto, é que, em linhas gerais, o relato de Josefo confirma o dos evangelhos. 16/107
Em Antigüidades XVIII 5:2, Josefo menciona João Batista. Pela maneira como essa passagem está escrita, não há base para se suspeitar de uma interpolação cristã. Nessa passagem lemos: "Alguns dos judeus pensaram que o exército de Herodes havia sido destruído por Deus e que esse era um castigo bem justo para vingar a morte de João, cognominado o Batista. Pois, Herodes mandou que o matassem, embora João fosse um homem bom, tendo ensinado os judeus a cultivarem as virtudes, serem justos uns com os outros, piedosos para com Deus e virem juntos para o batismo. Ele ensinava que Deus aceitava o batismo contanto que não se submetessem a esse ato a fim de obter remissão de certos pecados, mas para a purificação do corpo, caso a alma já estivesse purificada pela justiça. E quando os outros se reuniram em torno dele (pois foram profundamente tocados quando ouviram suas palavras), Herodes receou que, sendo tão grande o poder de persuasão que João tinha sobre as pessoas, conduzisse o povo a uma insurreição, pois eles pareciam prontos a seguir seus conselhos, Herodes resolveu prendê-lo e matá-lo antes que provocasse qualquer tumulto, de forma que mais tarde ele tivesse que enfrentar uma revolta. Devido a essa suspeita de Herodes, João foi enviado preso a Maquero, a fortaleza que já mencionamos acima, tendo ali sido morto. Os judeus creram que foi para vingar a morte de João que o desastre se abateu sobre o exército, com Deus querendo infligir mal a Herodes." 16/106
Taciano (cerca de 170 A.D.) organizou as Escrituras a fim de pô-las na primeira "seqüência dos Evangelhos", denominada Diatessarão.
TÓPICO 2 - A CONFIRMAÇÃO PELA ARQUEOLOGIA
3C. PROVAS ARQUEOLÓGICAS
Nelson Glueck, o renomado arqueólogo judeu, escreveu: "Pode-se afirmar categoricamente que até hoje nenhuma descoberta arqueológica contradisse qualquer informação dada pela Bíblia". E prossegue comentando a "incrível fidelidade da memória histórica da Bíblia, especialmente quando corroborada pelas descobertas arqueológicas". 33/31
William F. Albright, conhecido por sua reputação como um dos grandes arqueólogos, afirma: "Não pode haver dúvida alguma de que a arqueologia tem confirmado a historicidade substancial da tradição do Antigo Testamento". 1/176
Albright acrescenta: "Progressivamente o exagerado ceticismo para com a Bíblia foi sendo desacreditado, por parte de importantes sistemas históricos, sendo que alguns aspectos de tais sistemas ainda se manifestam periodicamente. Uma descoberta após a outra tem confirmado a exatidão de incontáveis detalhes e tem feito com que a Bíblia receba um reconhecimento cada vez maior como fonte histórica". 2/127,128
John Warwick Montgomery expõe um problema típico enfrentado por muitos eruditos hoje em dia: "Thomas Drobena, pesquisador do Instituto Norte-Americano de Estudos Sobre a Terra Santa, advertiu que onde a arqueologia e a Bíblia parecem estar em conflito, a questão é quase sempre de datação, a área mais instável na arqueologia contemporânea e a única em que o raciocínio científico a priori e circular freqüentemente substitui uma análise empírica apropriada". 63/47,48
O professor H. H. Rowley (citado por Donald F. Wiseman em Revelation and the Bible (A Revelação e a Bíblia) afirma que "não é porque os estudiosos de hoje principiem com pressuposições mais conservadoras do que as de seus predecessores que eles têm um respeito bem maior pelas histórias dos Patriarcas do que costumava acontecer, mas porque as provas favorecem essas histórias". 104/305
Merrill Unger declara: "O papel que a arqueologia está desempenhando na pesquisa do Novo Testamento (como também na do Antigo Testamento), ao acelerar o estudo científico do Novo Testamento, trazer equilíbrio à teoria crítica, esclarecer por meio de exemplos, elucidar, suplementar e confirmar os contextos histórico e cultural, constituirá um dos pontos altos do futuro da crítica do texto
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