segunda-feira, 23 de maio de 2011

A CREDIBILIDADE DA BÍBLIA Parte 2


O Papiro Bodmer 11(150-200 A.D.) encontra-se na Biblioteca Bodmer de Literatura Mundial e contém a maior parte de João.
Bruce Metzger afirma que esse manuscrito foi "a descoberta mais importante de manuscritos do Novo Testamento desde a aquisição dos papiros Chester Beatty...." 62/39, 40
No antigo "Z«r Datierung des Papyrus Bodmer II (P. 66)" ( A Respeito da Datação do Papiro Bodmer II) ( In: Anzeiger Der Osterreichis-chen Akademie Der Wissenschaften (Informativo da Academia Austríaca de Ciências) n°4, 1960, p. 12033), "Herbert Hunger, diretor das coleções papirológicas da Biblioteca Nacional de Viena, atribui ao papiro 66 uma data anterior, meados do século segundo, ou até mesmo a primeira metade desse século; veja o artigo que ele escreveu." 62/39,40
Os Papiros Chester Beatty (200 A.D.) encontram-se no Museu C. Beatty, em Dublin, e parte deles é de propriedade da Universidade de Michigan (nos Estados unidos). Essa coleção contém códices de papiro, três dos quais com grandes porções do Novo Testamento. 15/182
Em The Bible and Modem Scholarship (A Bíblia e a Erudição Moderna), Sir Frederic Kenyon afirma: "O resultado prático dessa descoberta — de longe a mais importante desde a descoberta do códice Sinaítico — é, de fato, reduzir o hiato entre os manuscritos mais antigos e as datas tradicionais dos livros do Novo Testamento, de maneira que esse intervalo se torna insignificante em qualquer discussão sobre a autenticidade do Novo Testamento. Nenhum outro livro possui, acerca de seu texto, um testemunho tão remoto e abundante; e, despojado de idéias pré-concebidas, erudito algum negaria que o texto que chegou até nós está substancialmente intacto." 47/20
O Diatessarão ("uma harmonia de quatro partes"). A expressão grega dia Tessaron significa literalmente "através de quatro". 15/195 O Diatessarão foi uma harmonia dos Evangelhos preparada por Taciano (cerca de 160 A.D.).
Em sua História Eclesiástica, IV, 29 (edição de Loeb, v. 1, p. 397), Eusébio escreveu: "... Seu antigo líder Taciano elaborou uma espécie de combinação e coleção dos evangelhos, dando-lhe o nome de DIATESSARÃO, o qual ainda existe em alguns lugares...." Acredita-se que Taciano, um cristão assírio, foi o primeiro a preparar uma sucessão dos evangelhos; hoje só existe uma pequena porção dessa obra. 32/318, 319
O Códice Vaticano (325-350 A.D.), situado na Biblioteca do Vaticano, contém quase toda a Bíblia.
O Códice Sinaítico (350 A.D.) encontra-se no Museu Britânico. Esse manuscrito, que contém quase todo o Novo Testamento e mais da metade do Antigo Testamento, foi descoberto em 1859, no mosteiro do Monte Sinai pelo Dr. Constantin von Tischendorf, sendo presenteado ao Czar da Rússia pelo mosteiro. Posteriormente, no Dia de Natal de 1933, o povo e o governo britânicos o adquiriram da União Soviética por 100.000 libras.
É fascinante a história da descoberta desse manuscrito. Bruce Metzger descreve os interessantes antecedentes que culminaram na descoberta: "Em 1844, quando ainda não tinha trinta anos de idade, Tischendorf, um privatdozent (professor particular na Universidade de Leipzig, na Alemanha), principiou uma longa viagem pelo Oriente Próximo, em busca de manuscritos bíblicos. Ao visitar o mosteiro de Santa Catarina, no monte Sinai, casualmente viu algumas folhas de pergaminho num cesto de lixo cheio de papéis destinados a acender o forno do mosteiro. Ao serem examinados, comprovou-se que essas folhas faziam parte de uma cópia da tradução Septuaginta do Antigo Testamento, escritas em caracteres unciais gregos bem antigos. Ele tirou do cesto de lixo nada menos do que quarenta e três dessas folhas, e um monge comentou por acaso que dois cestos de material semelhante já haviam sido queimados! Posteriormente, quando mostraram a Tischendorf outras porções do mesmo códice (contendo todo o livro de Isaías e 1 e 2 Macabeus), advertiu os monges que aquelas folhas eram valiosas demais para serem usadas para acender o fogo. As quarenta e três folhas que ele teve permissão de levar consigo continham porções de 1 Crônicas, Jeremias, Neemias e Ester, e, ao retornar à Europa, colocou-as sob a guarda da Biblioteca da Universidade de Leipzig, onde ainda se encontram. Em 1846, ele publicou o conteúdo das folhas, dando-lhes o nome de Códice Frederico-Augustanus (em homenagem ao Rei da Saxônia, Frederick Augustus, soberano e mecenas de Tischendorf)." 62/43
Em 1853, uma segunda visita de Tischendorf ao mosteiro não resultou em novos manuscritos porque os monges estavam desconfiados devido ao entusiasmo que Tischendorf demonstrava diante do manuscrito que vira por ocasião de sua primeira visita, em 1844. Em 1859, durante uma terceira visita e sob a direção do Czar da Rússia, Alexandre II, pouco antes de partir, Tischendorf presenteou o administrador do mosteiro com uma edição da Septuaginta, que ele publicara em Leipzig. "Imediatamente o administrador comentou que ele também possuía uma cópia da Septuaginta e, de um armário em sua cela, retirou um manuscrito enrolado num pano vermelho. Ali, perante os olhos supremos do estudioso, jazia o tesouro que ele vinha desejando ver. Escondendo suas emoções, Tischendorf casualmente pediu permissão para examiná-lo mais vagarosamente aquela noite. Com a permissão concedida e tendo-se retirado para seu quarto, Tischendorf passou a noite toda tendo o prazer de estudar o manuscrito — pois, como escreveu em seu diário (que, sendo um erudito, mantinha em latim), quippe dormire nefas videbatur ('na verdade, dormir parecia um sacrilégio')! Logo descobriu que o documento continha muito mais do que ele até mesmo esperara; pois não apenas a maior parte do Antigo Testamento estava ali, como também o Novo Testamento estava intacto e em excelentes condições, havendo também duas antigas obras cristãs do segundo século, a Epístola de Barnabé (anteriormente conhecida só através de uma tradução latina bem deficiente) e uma grande porção de Pastor de Hermas, obra até então só conhecida de nome". 62/44
O Códice Alexandrino (400 A.D.) encontra-se no Museu Britânico. Está escrito em grego. A Enciclopédia Britânica acredita que foi escrito no Egito. Contém quase toda a Bíblia.
O Códice Ephraemi (século quinto A.D.) encontra-se na Biblioteca Nacional, em Paris. A Enciclopédia Britânica afirma que "sua origem no século quinto e as evidências que fornece tornam-no importante para o texto de certas passagens do Novo Testamento." 25/579; 15/183
Nesse manuscrito estão todos os livros, com exceção de 2 Tessalonicenses e 2 João.
O Códice Beza (segunda metade do século quinto) encontra-se na Biblioteca de Cambridge e contém os Evangelhos e Atos, não apenas em grego, mas também em latim.
O Códice Washington (ou Freeriano) (cerca de 450 A.D.) contém os quatro evangelhos. 37/39
O Códice Claromontano (século sexto) contém as epístolas paulinas. E um manuscrito bilíngüe.

4C. A CREDIBILIDADE DOS MANUSCRITOS APOIADA POR VÁRIAS TRADUÇÕES

As traduções antigas constituem um outro forte apoio em favor do testemunho e exatidão dos textos. Em sua maior parte, "raramente a literatura antiga era traduzida para um outro idioma". 37/45
Desde o início, o cristianismo tem sido uma religião missionária.
"As primeiras versões do Novo Testamento foram preparadas por missionários, para auxiliarem na propagação da fé cristã entre os povos cujas línguas nativas eram o siríaco, o latim ou o copta." 62/67
As versões (traduções) do Novo Testamento em siríaco e em latim foram feitas por volta de 150 A.D. Isso nos deixa bem próximos da época da composição dos originais.



1D. Versões Siríacas

A Velha Versão Siríaca contém os quatro evangelhos, copiada por volta do século quarto. É preciso explicar que "siríaco é o nome geralmente dado ao aramaico cristão. É escrito numa variação distinta do alfabeto aramaico". 15/193
Teodoro de Mopsuéstia (século quinto) escreveu: "Foi traduzida para a língua dos sírios". 15/193
Peshita. O sentido básico dessa palavra é "simples". Foi a versão padrão, preparada por volta de 150-250 A.D. Hoje existem mais de 350 manuscritos conhecidos, copiados no século quinto. 32/317
Siríaca Palestinense. A maioria dos estudiosos atribuem a essa versão a data de aproximadamente 400450 A.D. (século quinto). 62/68-71
Filoxênia (508 A.D.). Policarpo preparou uma nova tradução do Novo Testamento em siríaco do Novo Testamento para Filoxeno, bispo de Mabbug. 37/49
Harcleiana. Feita em 616 A D. por Thomas Harkel.

2D. Versões Latinas

Velha Latina. Existem testemunhos, a partir do século quarto até o século treze, de que, no século terceiro, "uma velha versão latina circulou no norte da África e na Europa..."
Velha Latina Africana (Códice Bobbiense) 400 A.D. Metzger diz que "E. A. Lowe revela indícios paleográficos de ter sido copiada de um papiro do século segundo". 62/72-74
O Códice Corbiense (400-500 A.D.) contém os quatro evangelhos.
Códice Vercelense (360 A.D.).
Códice Palatino (século quinto A.D.).
Vulgata Latina (vulgata é palavra que significa "comum" ou "popular"). Jerônimo era secretário de Damásio, bispo de Roma. Entre 366 e 384, Jerônimo atendeu a um pedido do bispo para que preparasse uma versão. 15/201

3D. Versões Captas (ou Egípcias)

F. F. Bruce escreve que é provável que a primeira versão egípcia foi traduzida no século terceiro ou quarto. 15/214
Sahídica. Início do terceiro século. 62/79-80
Bohaírica. Rodalphe Kasser, que editou o texto impresso dessa versão, calcula que ela deve datar do século quarto. 37/50
Médio-Egípcio. Século quarto ou quinto.


Existem mais de 15.000 cópias de várias versões

4D. Outras Versões Antigas

Armênia (a partir de 400 A.D.). Parecer ter sido traduzida de uma Bíblia em grego obtida em Constantinopla. Gótica. Século quarto. Geórgica. Século quinto. Etiópica. Século sexto. Núbia. Século sexto.

5C. A CREDIBILIDADE DOS MANUSCRITOS APOIADA PELOS PRIMEIROS PAIS DA IGREJA

A Enciclopédia Britânica afirma: "Após ter examinado os manuscritos e versões, o crítico textual ainda assim não esgotou o estudo das provas em favor do texto do Novo Testamento. Freqüentemente os escritos dos primeiros pais da igreja refletem uma forma de texto diferente da de um ou outro manuscrito... os testemunhos que dão do texto, especialmente quando corroboram leituras oriundas de outras fontes, são algo que o crítico textual deve consultar antes de formar juízo a respeito". 25/579
J. Harold Greenlee diz que as citações da Escritura nas obras dos primeiros escritores cristãos "são em número tão grande que é virtualmente possível reconstituir o Novo Testamento a partir dessas citações, sem fazer uso dos manuscritos do Novo Testamento". 37/54
Em refência às citações em comentários, sermões, etc, Bruce Metzger reitera a declaração acima, dizendo: "De fato, essas citações são tão vastas que, se todas as demais fontes de conhecimento sobre o texto do Novo Testamento fossem destruídas, sozinhas essas citações seriam suficientes para a reconstituição de praticamente todo o Novo Testamento". 62/86
Sir David Dalrvmple estava refletindo sobre a preponderância das Escrituras nos escritos antigos, quando alguém lhe perguntou: "Supondo que o Novo Testamento houvesse sido destruído, e se tivessem perdido todas as suas cópias, seria possível até o fim do terceiro século reconstruí-lo novamente a partir dos escritos dos pais da igreja do segundo e terceiro
séculos'.'"
Após uma prolongada investigação, Dalrymple chegou à seguinte conclusão: "Veja aqueles livros. Você se lembra da pergunta que me fez sobre o Novo Testamento e os pais? Aquela pergunta despertou a minha curiosidade, e, como eu conhecia todas as obras existentes dos pais do segundo e terceiro séculos, comecei a pesquisar e, até agora, já encontrei todo o Novo Testamento, com exceção de onze versículos". 58/35, 36
Uma advertência: Joseph Angus, em História, Doutrina e Interpretação da Bíblia; Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1971, 1953. 2 voL, apresenta algumas limitações dos escritos patrísticos antigos:
1.      Às vezes se fazem citações sem exatidão verbal.
2.      Alguns copistas tinham tendências para erros ou para alterações intencionais.
Clemente de Roma (95 A.D.). Orígenes, em De Principus (Sobre o Principio), livro II, capítulo 3, chama-o de discípulo dos apóstolos. 8/28
Em Contra Heresias, capítulo 23, Tertuliano diz que Clemente foi nomeado por Pedro.
Irineu, prossegue, em Contra Heresias, livro III, capítulo 3, dizendo que "ainda tinha o ensino dos apóstolos ecoando em seus ouvidos e a doutrina deles diante de seus olhos". Ele faz citações de:


Mateus              1 Coríntios
Marcos              1 Pedro
Lucas                  Hebreus
                                 Atos                  Tito

Inácio (70-110 A.D.) foi bispo de Antioquia e foi martirizado, tendo conhecido bem os apóstolos. Suas sete cartas contêm citações de:

       Mateus             Efésios            1 e 2 Tessalonicenses
João                   Filipenses        1 e 2 Timóteo
Atos                  Gálatas            1 Pedro
Romanos           Colossenses
1 Coríntios        Tiago

Policarpo (70-156 A.D.), martirizado aos 86 anos de idade, foi bispo de Esmirna e discípulo do apóstolo João.
Entre outros que também citaram o Novo Testamento encontram-se Barnabé (cerca de 70 A.D.), Hermas (cerca de 95 A.D.), Taciano (cerca de 170 A.D.) e Irineu (cerca de 170 A.D.).
Clemente de Alexandria (150-212 A.D.). Dentre as citações que faz, 2.4000 são do Novo Testamento. Ele cita todos os livros, com exceção de três.
Tertuliano (160-220 A.D.) foi presbítero da igreja em Cartago, tendo citado mais de 7.000 vezes o Novo Testamento, das quais 3.800 são citações dos Evangelhos.
Hipólito (170-235 A.D.) faz mais de 1.300 referências ao Novo Testamento.
Justino Mártir (133 A.D.) combateu o herege Marcião.
Orígenes (185a 253 ou 254 A.D.). Esse dinâmico escritor fez uma compilação a partir de mais de 6.000 obras. Ele apresenta mais de 18.000 citações do Novo Testamento. 32/353
Cipriano (falecido em 258 A.D.) foi bispo de Cartago. Ele usa aproximadamente 740 citações do Antigo Testamento e 1.030 do Novo Testamento.
Geisler eNix acertadamente concluem dizendo que, "a esta altura, um rápido apanhado estatístico mostrará a existência de umas 32.000 citações do Novo Testamento feitas até a época do Concilio de Nicéia (325 A.D.). Essas 32.000 são apenas um número parcial, e nem mesmo incluem os escritores do século quarto. Apenas acrescentando-se as citações feitas por um outro escritor, Eusébio, que escreveu prolificamente num período que vai até o Concilio de Nicéia, teremos o total de citações do Novo Testamento aumentado para mais de 36.000". 32/353, 354
A todos esses ainda se pode acrescentar os nomes de Agostinho, Amábio, Latâncio, Crisóstomo, Jerônimo, Gaio Romano, Atanásio, Ambrosósio de Milão, Cirilo de Alexandria, Efraim o Sírio, Hilário de Poitiers, Gregório de Nissa, etc.
Sobre as citações patrísticas do Novo Testamento, Leo Jaganay escreve: "Dentre as volumosas obras de material não publicado que o deão Burgon deixou ao morrer, destaca-se o índice de citações do Novo Testamento, feitas pelos pais da Igreja antiga. Consiste de dezesseis espessos volumes que se encontram no Museu Britânico, e contém 86.489 citações". 44/48

CITAÇÕES PATRÍSTICAS ANTIGAS DO NOVO TESTAMENTO *



ESCRITOR
Evangelhos
Atos
Epístolas  Paulinas
Epístolas Gerais
Apocalipse
Total


    
Justino Mártir
268
10
43
6
3 (266 alusões)
330
Irineu
1.038
194
499
23
65
1.819
Clemente
de Alexandria

1.017

44

1.127

207

11

2.406
Orígenes
9.231
349
7.778
399
165
17:922
Tertuliano
3.822
502
2.609
120
205
7.258
Hipólito
734
42
387
27
188
1.378
Eusébio
3.258
211
1.592
88
27
5.176

----    Totais         19.368               1.352     14.035         870                            664       36.289




6C. A CREDIBILIDADE DOS MANUSCRITOS APOIADA PELOS LECIONÁRIOS

Essa é uma área grandemente negligenciada, e, no entanto, o segundo maior grupo de manuscritos gregos do Novo Testamento é o dos lecionados.
Bruce Metzger explica a origem dos lecionários: "Seguindo o costume das sinagogas, mediante o qual em todos os sábados, por ocasião do culto religioso, liam-se trechos da lei e dos profetas, a Igreja Cristã adotou a prática de ler trechos dos livros do Novo Testamento por ocasião dos cultos. Desenvolveu-se um sistema regular de lições dos Evangelhos e das Epístolas, e surgiu o costume de prepará-las de acordo com uma ordem fixa de domingos e outros dias santificados do ano cristão". 62/30
Metzger prossegue, dizendo que 2.135 lecionários já foram catalogados, mas que, até o momento, a maioria deles ainda espera um exame crítico.
J. Harold Greenlee afirma que "os mais antigos fragmentos de lecionários são do século sexto, enquanto existem manuscritos completos com datas a partir do século oitavo." 37/45
Em geral, os lecionários refletiam uma atitude bem conservadora e utilizavam textos mais antigos. Isto os torna muito valiosos na crítica textual. 62/31

3B. O Teste Bibliográfico da Credibilidade do Antigo Testamento

Ao contrário do Novo Testamento, no caso do Antigo Testamento não dispomos da abundância de manuscritos copiados em data próxima à composição original. Até a recente descoberta dos Rolos do Mar Morto, o mais antigo e completo manuscrito hebraico existente havia sido copiado por volta de 900 A.D. Isso representava um intervalo de 1.300 anos. (O Antigo Testamento hebraico foi completado por volta de 400. a.C.) À primeira vista tem-se a impressão de que o Antigo Testamento não é mais confiável do que os outros textos da literatura antiga. (Veja a página 54).
Com a descoberta dos Rolos do Mar Morto, vários manuscritos do Antigo Testamento foram encontrados, aos quais os estudiosos atribuem datas anteriores à época de Cristo.
Quando os fatos são conhecidos e comparados, surge um número surpreendentemente grande de motivos para se crer que os manuscritos que possuímos são confiáveis. Descobriremos que, tal como diz Sir Frede-ric Kenyon, "o cristão pode apanhar a Bíblia toda na mão e dizer, sem receio ou hesitação, que está segurando a verdadeira Palavra de Deus, transmitida de geração em geração, através dos séculos, sem nenhuma perda expressiva." 49/23
Em primeiro lugar, a fim de perceber a singularidade das Escrituras no aspecto da credibilidade, é preciso examinar o extremo cuidado com que os copistas transcreveram os manuscritos do Antigo Testamento.

1C. OS TALMUDISTAS (100-500 A.D.)

Durante esse período gastou-se grande parte do tempo na catalogação das leis civis e canônicas dos hebreus. Os talmudistas possuíam um sistema bem intricado para transcrever os rolos das sinagogas.
Samuel Davidson descreve algumas das exigências que os talmudistas deviam seguir, em relação às Escrituras. Essas minuciosas diretrizes (estarei empregando a numeração incorporada por Geisler e Nix ao texto de Davidson) são as seguintes: "(1) o rolo de uma sinagoga deve ser escrito em peles de animais puros, (2) preparados por um judeu para o uso específico da sinagoga. (3) Essas peles devem ser presas por meio de barbantes feitos de animais puros. (4) Cada pele deve conter um certo número de colunas, o qual deve se manter igual por todo o códice. (5) O comprimento de cada coluna não deve ser inferior a 48 nem superior a 60 linhas e a largura deve ser de trinta letras. (6) Deve-se primeiramente traçar as linhas de toda a cópia, e se três palavras forem escritas sem linha, a cópia fica inutilizada. (7) A tinta deve ser preta, e não vermelha, verde, nem qualquer outra cor, e deve ser preparada de acordo com uma fórmula específica. (8) Deve-se fazer a cópia a partir de uma cópia autêntica, da qual o transcritor não deve se desviar de modo algum. (9) Não se deve escrever nenhuma palavra ou letra, nem mesmo um iode, de memória, isto é, sem o escriba tê-lo visto no códice diante de si... (10) Entre cada consoante deve haver o espaço de um fio de cabelo ou de uma linha; (11) entre cada novo parashah, ou capítulo, deve haver a largura de nove consoantes; (12) entre um livro e outro deve haver três linhas. (13) O quinto livro de Moisés deve terminar exatamente no final de uma linha; mas com os demais isso não é preciso. (14) Além disso, o copista deve estar vestido com trajes judaicos a rigor, (15) lavar o corpo todo, (16) não começar a escrever o nome de Deus com uma pena recém-mergulhada na tinta, (17) e, caso um rei se dirija a ele enquanto está escrevendo o nome de Deus, não deve dar atenção ao rei". 21/89; 32/241
Davidson acrescenta que "os rolos que não são feitos de acordo com essas especificações estão condenados a ser enterrados ou queimados, ou ser banidos para as escolas, para serem usados como livros de leitura".
Por que não temos outros manuscritos antigos? A própria ausência de manuscritos antigos, considerando-se as exigências feitas aos copistas e os cuidados que eles tomavam, confirma a credibilidade das cópias que temos hoje.
Ao comparar as variações de manuscritos do texto hebraico com as da literatura pré-cristã (como o Livro dos Mortos, dos egípcios), Gleason Archer Jr. afirma que surpreende o fato de que o texto hebraico não tenha o fenômeno de discrepâncias e de alteração dos manuscritos, presente em outros textos de literatura da mesma época. Ele escreve: "Muito embora as duas cópias de Isaías descobertas em 1947, na caverna número 1 de Qumran (próximo ao mar Morto) fossem mil anos mais antigas que o mais velho manuscrito até então conhecido (980 A.D.), verificou-se que, em mais de 95% do texto, eram idênticas palavra, por palavra ao nosso texto hebraico padrão. Os 5% de variação são, principalmente, erros óbvios


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