domingo, 22 de maio de 2011

A CREDIBILIDADE DA BÍBLIA Parte 1


A Credibilidade da Bíblia...


TÓPICO 1 - A CONFIRMAÇÃO DO TEXTO HISTÓRICO

4A. A FIDEDIGNIDADE E CONFIABILIDADE DAS ESCRITURAS

1B. Introdução

Estamos provando aqui não a inspiração, mas a credibilidade histórica das Escrituras.
Deve-se testar a credibilidade histórica das Escrituras pelos mesmos critérios usados para testar todos os documentos históricos.
C. Sanders, em Introduction to Research in English Literary History (Introdução à Pesquisa em História da Literatura Inglesa), relaciona e explica os três princípios básicos da historiografia. São, a saber, o teste bibliográfico, o teste das evidências internas e o das evidências externas. 81/143ss.

2B. O Teste Bibliográfico da Credibilidade do Novo Testamento

O teste bibliográfico é um exame da transmissão textual pela qual os documentos chegam até nós. Em outras palavras, uma vez que não dispomos dos documentos originais, qual a credibilidade das cópias que temos em relação ao número de manuscritos e ao intervalo de tempo transcorrido entre o original e a cópia existente? 64/26
F. E. Peters ressalta que "baseando-se apenas na tradição dos manuscritos, as obras que formam o Novo Testamento dos cristãos foram os livros antigos mais freqüentemente copiados e mais amplamente divulgados/' 69/50

1C. EVIDÊNCIAS DOS MANUSCRITOS ACERCA DO NOVO TESTAMENTO

Atualmente sabe-se da existência de mais de 5.300 manuscritos gregos do Novo Testamento. Acrescentem-se a esse número mais de 10.000 manuscritos da Vulgata Latina e, pelo menos, 9.300 de outras antigas versões,  e  teremos hoje  mais  de  24.000  cópias  de  porções  do  Novo Testamento.
Nenhum outro documento da história antiga chega perto desses números e dessa confirmação. Em comparação, a Ilíada de Homero vem em segundo lugar, com apenas 643 manuscritos que sobreviveram até hoje. O primeiro texto completo e preservado de Homero data do século treze. 58/145

25.000


20.000

24.633 manuscritos

15.000


10.000


5.000  

643 manuscritos
Novo Testamento
               Ilíada



A seguir apresentamos um quadro estatístico dos manuscritos remanescentes do Novo Testamento:


Grego


Unciais
267
Minúsculas
2.764
Lecionários
2.143
Papiros Achados recentes
88 47


Manuscritos
Gregos existentes
TOTAL
5.309
Versão Vulgata Latina
Etiópico
Eslavônico
Armênio
Versão Siríaca (Peshita)
Copta
Árabe
Versão Velha Latina
Anglo-Saxônico
Gótico
Sogdiano
Siríaco Antigo
Medo-Persa
Frâncico
mais de 10.000 mais de 2.000 4.101
2.587
mais de 350 100
75
50
7 6
3
2
2 1


As informações para os gráficos acima foram extraídas das seguintes fontes:
ALAND, Kurt. Journal of Biblical Literature (Revista de Literatura Bíblica), v. 87, 1968.
ALAND, Kurt. Kurzgefasste Liste Der Griegrischen Handschriften Des Neuen Testaments (Breve Lista dos Manuscritos Gregos do Novo Testamento). W. De Gruyter, 1963.
ALAND, Kurt. "Neue Neutestamentliche Papyrii III" (Novos Papiros Terceira Parte). In. New Testament Studies (Estudos do Novo Testamento). Jul. de 1976.
METZGER, Bruce. The Early Versions of the New Testament As Antigas Versões do Novo Testamento). Oxford: Clarendon, 1977.
PARVIS, Merrill M. e WIKGREN, Allen, ed. New Testament Manus-cript Studies (Estudos dos Manuscritos do Novo Testamento). Chicago: University of Chicago, 1950.
RHODE, Eroll F. An Annotated List of Armenian New Testament Manuscripts (Uma Lista Comentada de Manuscritos Armênios do Novo Testamento).Tóquio: Ikeburo, 1959.
HYATT, J. Phillip. The Bible and Modern Scholarship (A Bíblia e a Erudição Moderna). Abingdon, 1965.
John Warwick Montgomery afirma que "ter uma atitude cética quanto ao texto disponível dos livros do Novo Testamento é permitir que toda a antigüidade clássica se torne desconhecida, pois nenhum documento da história antiga é tão bem confirmado bibliograficamente como o Novo Testamento." 64/29
Sir Frederic G. Kenyon, que foi diretor e bibliotecário-chefe do Museu Britânico, reconhecido como uma das maiores autoridades em manuscritos, diz: "... além da quantidade, os manuscritos do Novo Testamento diferem das obras dos autores clássicos em outro aspecto, e mais uma vez a diferença é bem clara. Em nenhum outro caso o intervalo entre a composição do livro e a data dos mais antigos manuscritos existentes é tão curto quanto no do Novo Testamento. Os livros do Novo Testamento foram escritos na última parte do século primeiro; com exceção de fragmentos muitos pequenos, os manuscritos mais antigos existentes são do quarto século - cerca de 250 a 300 anos depois".
"Isso pode parecer um intervalo considerável, mas não é nada em comparação com o tempo transcorrido entre os grandes escritores clássicos e seus mais antigos manuscritos. Cremos que, em todos os pontos essenciais, temos um texto bastante fiel das sete peças remanescentes de Sófocles; no entanto, o manuscrito mais antigo e substancioso de Sófocles foi copiado mais de 1.400 anos depois de sua morte." 48/4
Em The Bible and Archaeology (A Bíblia e a Arqueoloiga), Kenyon afirma: "De modo que o intervalo entre as datas da composição do original e os mais antigos manuscritos existentes se torna tão pequeno a ponto de, na prática, ser insignificante. Assim, já nao há base para qualquer dúvida de que as Escrituras tenham chegado até nós tal como foram escritas. Pode-se considerar que finalmente estão comprovadas tanto a autenticidade como a integridade geral dos livros do Novo Testamento." 46/288
F. J. A. Hort acrescenta, com acerto, que "na variedade e multiplicidade de provas sobre as quais repousa, o texto do Novo Testamento destaca-se de um modo absoluto e inigualável entre os textos em prosa da antigüidade." 43/561
J. Harold Greenlee declara: "...o número de manuscritos néo-testamentários disponíveis é surpreendentemente maior do que os de qualquer outra obra da literatura antiga. Em terceiro lugar, os mais antigos manuscritos existentes do Novo Testamento foram escritos numa data muito mais próxima da composição do texto original do que no caso de qualquer outro texto da literatura antiga". 37/15

2C. O   NOVO   TESTAMENTO   EM   COMPARAÇÃO  COM OUTRAS OBRAS DA ANTIGÜIDADE

1D. A Comparação de Manuscritos

Em Merece Confiança o Novo Testamento?, F. F. Bruce faz comparações entre o Novo Testamento e antigos textos de história, e apresenta uma descrição marcante a respeito: "Talvez possamos avaliar melhor quão rico é o Novo Testamento em matéria de evidência manuscrita, se compararmos o material textual subsistente com outras obras históricas da antigüidade. Da obia De Bello Gallico (As Guerras Gaulesas), de César, existem vários manuscritos, mas apenas nove ou dez estão em boas condições, e o mais antigo data de aproximadamente 900 anos depois de César. Dos 142 livros da História Romana de Lívio (59 a.C. a 17 A.D.) subsistem apenas 35; estes nos são conhecidos à base de não mais de vinte manuscritos de algum valor, dos quais somente um (contendo fragmentos dos livros III-VI é de data tão remota quanto o século quarto. Dos catorze livros das Histórias de Tácito (cerca de 100 A.D.), só existem quatro e meio; dos dezesseis livros dos seus Anais, restam dez completos e dois incompletos. O texto das porções existentes das duas grandes obras históricas de Tácito depende totalmente de dois manuscritos, um do século nono e outro do século onze."
Os manuscritos remanescentes das obras menores de Tácito (Dialogus de Oratoribus (Diálogo sobre os Oradores), Agrícola e Germania) provêm todos de um códice do século décimo. Conhecemos a História de Tucíde-des (cerca de 460-400 a.C.) a partir de oito manuscritos, dos quais o mais antigo data de 900 A.D., e de uns poucos fragmentos de papiros, escritos aproximadamente no início da era cristã. O mesmo se dá com & História de Heródoto (cerca de 480-425 a.C). No entanto, nenhum conhecedor profundo dos clássicos daria ouvidos à tese de que a autenticidade de Heródoto ou Tucídedes é questionável porque os mais antigos manuscritos de suas obras foram escritos mais de 1.300 anos depois dos originais." 16/23, 24
Em Introduction to New Testament Textual Criticism (Introdução à Crítica Textual do Novo Testamento), Greenlee escreve acerca do hiato de tempo entre o manuscrito original (o autógrafo) e o manuscrito existente (a velha cópia remanescente), afirmando que "os mais antigos e conhecidos manuscritos da maioria dos autores gregos clássicos foram escritos pelo menos mil anos depois da morte do seu autor. O intervalo de tempo para os escritores latinos é um pouco menor, reduzindo-se a um mínimo de três séculos no caso de Virgílio. Todavia, no caso do Novo Testamento, dois dos mais importantes manuscritos foram escritos em prazo não superior a 300 anos após o Novo Testamento estar completo, e manuscritos virtualmente completos, de alguns livros do Novo Testamento, bem como manuscritos incompletos, mas longos, de muitas partes do Novo Testamento foram copiados em datas tão remotas quanto um século após serem originalmente escritos." 37/16
Greenlee acrescenta que "uma vez que os estudiosos aceitam que os escritos dos antigos clássicos são em geral fidedignos, muito embora os mais antigos manuscritos tenham sido escritos tanto tempo depois da redação original e o número de manuscritos remanescentes seja, em muitos casos, tão pequeno, está claro que, da mesma forma, fica assegurada a credibilidade no texto do Novo Testamento". 37/16
Bruce Metzger, em The Text of the New Testament (O Texto do Novo Testamento), fala de modo persuasivo sobre a comparação: "As obras de inúmeros autores antigos foram preservadas pela mais tênue linha de transmissão possível Por exemplo, o compêndio de história de Roma, por Veléio Patérculo, sobreviveu até a era moderna através de um único e incompleto manuscrito, a partir do qual se preparou a primeira edição impressa - e perdeu-se esse manuscrito solitário após ser copiado pelo Beato Rhenanus em Amerbach. Mesmo em relação aos Anais do famoso historiador Tácito, no que diz respeito aos seis primeiros livros dessa obra, ela só sobreviveu devido a um único manuscrito, do século nono. Em 1870 o único manuscrito conhecido da Epístola a Diogneto, um texto cristão bem antigo que os compiladores geralmente incluem entre os escritos dos Pais Apostólicos, perdeu-se num incêndio na biblioteca municipal de Estrasburgo. Em contraste com esses dados estatísticos, o crítico textual do Novo Testamento fica perplexo diante da riqueza de material disponível". 62/34
F. F. Bruce declara: "No mundo não há qualquer corpo de literatura antiga que, à semelhança do Novo Testamento, desfrute uma tão grande riqueza de confirmação textual". 15/178





AUTOR
Data do
Original
Cópia mais Antiga
Intervalo em anos
N° de Cópias
César
10044 a.C.
900 A. D.
1.000
10
Lívio
59 a.C.-17A.D.


20
Platão
(Tetralogias)
427-347a.C.
900A.D.
1.200
7
Tácito (A nais)
20 (-)
100A.D.
1100A.D.
1.000
obras menores
100 A.D.
1100A.D.
1.000
1
Plínio o Jovem
(História)
61-113A.D
850 A. D
750
7
Tucídedes (História)
460-400 a.C.
900A.D.
1.300
8
Suetôni o (De Vita
Caesarum)

75-160A.D.
950A.D.
800
Heródoto
(História)

480-4 25 a.C

900A.D.

1.300

8
Horácio



900
Sófocles
496-406 a.C.
1000A.D.
1.400
193
Lucrécio
Morto em  55  ou 53  a.C

1.100
2
Cátulo
54a.C
1550A.D.
1.600
3
Eurípides
480-406 a.C.
1100A.D.
1.300
200
Demóstenes
383-322 a.C.
1100 A.D.
1.300
200*
Aristóteles
384-322a.C.
1100A.D.
1.400
49+
Aristófanes
450-385a.C.
900A.D.
1.200
10
*      Todos de uma única cópia.



+      De qualquer obra isolada.







"
2D. A Comparação Textual

Bruce Metzger comenta: "Dentre todas as composições literárias escritas pelo povo grego, os poemas homéricos são os mais adequados para uma comparação com a Bíblia". 61/144 Ele acrescenta: "Em todo o corpo de literatura antiga, tanto grega como latina, a Ilíada é a que mais se aproxima do Novo Testamento por possuir a maior quantidade de testemunho de manuscritos". 61/144

Metzger continua: "Na antigüidade os homens (1) memorizaram Homero assim como mais tarde iriam memorizar as Escrituras. (2) Tanto Homero como as Escrituras foram tidos na mais alta estima, sendo citados na defesa de argumentos acerca do céu, da terra e do Hades. (3) Homero e a Bíblia serviram de cartilha para diferentes gerações de escolares que neles aprenderam a ler. (4) Ao redor de ambos cresceu um grande volume de notas marginais e comentários. (5) Ambos tiveram glossários. (6) Ambos caíram nas mãos dos alegoristas. (7) Ambos foram imitados e tiveram suplementos — um com os hinos e escritos homéricos, tais como o Batraco-miomáquia, e o outro com os livros Apócrifos. (8) Homero foi analisado e prosado; o evangelho de João foi versificado em hexâmetros épicos por Nono de Panópolis. (9) Os manuscritos tanto de Homero como da Bíblia foram ilustrados. (10) As descrições homéricas apareceram nos murais de Pompéia; as basílicas cristãs foram decoradas com mosaicos e afrescos de episódios bíblicos". 61/144, 145
E. G. Turner destaca que, sem dúvida alguma, Homero foi o autor mais lido na antigüidade. 92/97
 

OBRA                     Data                 Cópia mais                Intervalo                   N°de
        Antiga                                                      Cópias
 

Homero (Iliada)      900 a.C.            400 a.C.                 500 anos                    643
Novo Testamento  40-100 A.D.      125 A.D.                    25  anos                   24.000
 


Geisler e Nix comparam as variações textuais existentes entre os documentos do Novo Testamento e as obras antigas: "Em seguida ao Novo Testamento, existem mais manuscritos remanescentes da Ilíada (643) do que de qualquer outro livro. Tanto a Ilíada como a Bíblia foram consideradas 'sagradas', ambas sofreram mudanças textuais e os respectivos manuscritos em grego foram objeto de crítica textual. O Novo Testamento tem cerca de 20.000 linhas". 32/366
Eles prosseguem dizendo que "aIliada tem cerca de 15.600. Há dúvidas sobre apenas 40 linhas (ou 400 palavras) do Novo Testamento, enquanto que, no caso da Ilíada , questionam-se 764 linhas. Esses cinco por cento de corrupção textual contrastam-se com o meio por cento de emendas no texto do Novo Testamento."
"A epopéia nacional da índia, o Mahabharata, sofreu ainda mais corrupções. Tem aproximadamente oito vezes o tamanho da Ilíada e da Odisséia juntas, em torno de 250.000 linhas. Dessas, umas 260.000 linhas são corruptelas (dez por cento)." 32/367
No livro Introduction to Textual Criticism of the New Testament (Introdução à Crítica Textual do Novo Testamento), Benjamim Warfield cita a opinião de Ezra Abbot sobre noventa e cinco por cento das variações textuais do Novo Testamento, afirmando que elas: "... possuem base tão insignificante... embora haja várias leituras possíveis; e noventa e cinco por cento das variações restantes são de importância tão ínfima que sua aceitação ou rejeição não provocaria qualquer diferença significativa no sentido das passagens onde elas ocorrem". 100/14
Geisler e Nix fazem a seguinte observação sobre como são contadas as variações textuais: "É ambíguo dizer que existem umas 200.000 variantes nos manuscritos existentes do Novo Testamento, desde que elas dizem respeito a apenas 10.000 lugares no Novo Testamento. Se uma única palavra é escrita de modo errado em 3.000 manuscritos, isso é contado como sendo 3.000 variantes ou leituras". 32/361
Embora tivesse às mãos menos manuscritos do que temos hoje, Philip Schaff, em Comparison to the Greek Testament and the English Version (Comparação entre o Testamento Grego e a Versão Inglesa), concluiu que apenas 400 das 150.000 leituras divergentes ocasionavam dúvida sobre o sentido do texto, e que somente 50, dentre as 400, são de grande relevância. Schaff ainda disse que nem uma única variante altera "um artigo de fé ou um princípio ético que não seja abundantemente sustentado por outras passagens, das quais não há dúvida, ou por todo o teor do ensino das Escrituras". 82/177
Fenton John Anthony Hort, que passou a vida lidando com manuscritos, diz: "É bem grande a proporção de palavras que, sem que haja qualquer dúvida sobre elas, são virtualmente aceitas em todos os manuscritos. Num cálculo aproximado, elas compõem não menos de sete oitavos do total. De modo que a um oitavo restante, formado em grande parte por mudanças de ordem e outras questões relativamente insignificantes, constitui todo o campo da crítica".
"Se os princípios seguidos nesta edição estão corretos, pode-se reduzir bastante esse número. Reconhecendo plenamente o dever de nos abstermos de decisões categóricas, em casos em que os dados deixam em suspenso o julgamento entre duas ou mais leituras, descobrimos que, pondo de lado as diferenças de ortografia, em nossa opinião as palavras ainda sujeitas a dúvida constituem cerca de seis por cento de todo o Novo Testamento. Nesse segundo cálculo a proporção de variações relativamente triviais é incomparavelmente maior do que na primeira estimativa; de maneira que aquilo que em algum sentido se pode chamar de variações substanciais é apenas uma pequena fração de toda a variação restante, e dificilmente constitui mais de 0,1 por cento de todo o texto." 43/2
A respeito desses comentários de Hort, Geisler e Nix afirmam que "apenas um oitavo de todas as variantes tiveram algum peso, pois a maioria delas são simples questões mecânicas, tais como soletração ou estilo. Do total, então, somente cerca de um sexagésimo deixa de ser 'questão relativamente insignificante', podendo ser chamado de 'variação substancial'. Matematicamente isso aponta para um texto que é 98,33% puro." 32/365 Ousadamente Warfield assevera que os fatos demonstram que a maior parte do Novo Testamento "nos foi transmitida sem, ou quase sem, qualquer mudança; e mesmo na forma mais corrompida em que o texto chegou a aparecer, usando as palavras bastante citadas de Richard Bentley, o texto real dos escritores sacros é suficientemente exato... dentre todas as inúmeras variantes, escolha a mais estranha que puder, escolha de propósito a pior delas... e você não descobrirá um só artigo de fé ou preceito moral deturpado ou perdido". 100/14; 85/163
Schaff cita Tregeller e Scrivener: "Dispomos de tantos manuscritos e contamos com a ajuda de tantas traduções que nunca nos vemos com a necessidade de fazer conjeturas como meio de corrigir erros de cópia". (TREGELLER, Samuel P. "Prolegomena" (Prolegômenos). In: Greek New Testament (Novo Testamento Grego), p. x.).
"Scrivener afirma: 'Ao invés de causar dúvida ou perplexidade ao estudante sincero das Escrituras Sagradas, a abundância de manuscritos leva-o a reconhecer mais plenamente a integridade geral das Escrituras em meio à variação parcial. O que um leitor atento de Sófocles daria em troca de semelhante orientação para as passagens obscuras que enervam sua paciência e estragam o prazer de ler esse sublime poeta?'" 82/182
Em The Books and the Parchments (Os Livros e os Pergaminhos), F. F. Bruce escreve dizendo que, se nenhuma evidência textual objetiva existe para corrigir um erro óbvio, então "o crítico textual deve necessariamente empregar a arte de fazer emendas por conjeturas - uma arte que exige a mais dedicada auto-disciplina. A emenda deve recomendar-se a si mesma como sendo obviamente correta e deve explicar satisfatoriamente a maneira como a corruptela surgiu. Em outras palavras, deve ser ao mesmo tempo 'provável intrinsicamente' e 'provável do ponto-de-vista da transcrição'. Não creio que haja qualquer leitura do Novo Testamento que exija uma emenda por conjetura. A riqueza de provas é tão grande que o texto verdadeiro está quase que invariavelmente destinado a ser preservado por pelo menos uma das milhares de testemunhas textuais." 15/179, 180
Sir Frederic Kenyon (uma das maiores autoridades no campo da crítica textual do Novo Testamento) declara enfaticamente que as variações textuais não representam ameaça à doutrina: "Finalmente, deve-se enfatizar uma palavra de advertência já pronunciada anteriormente. Nenhuma doutrina fundamental da fé cristã depende de algum texto controvertido..."
"Nunca é demais lembrar que, em sua maior parte, o texto da Bíblia é fidedigno, especialmente no caso do Novo Testamento. O número de manuscritos do Novo Testamento, de antigas traduções do Novo Testamento e de citações pelos mais antigos escritores da Igreja, é tão grande que é praticamente certo que o texto autêntico de cada passagem duvidosa encontra-se preservado em uma ou outra dessas antigas autoridades. De nenhum outro livro antigo em todo o mundo se pode dizer o mesmo. "
"Os estudiosos se dão por satisfeitos por possuírem substancialmente o texto autêntico dos principais escritores gregos e romanos, cujas obras chegam até nós, de Sófocles, Tucídedes, Cícero, Virgílio; no entanto, nosso conhecimento das obras desses escritores depende de um pequeno punhado de manuscritos, enquanto que os manuscritos do Novo Testamento se contam às centenas e até aos milhares." 49/23
Gleason Archer Jr., ao responder à questão das evidências objetivas, mostra que as variantes ou os erros na transmissão do texto não afetam a revelação de Deus:
"Um estudo cuidadoso das variações (ou leituras diferentes) dos vários manuscritos mais antigos revela que nenhuma delas afeta uma única doutrina das Escrituras. O sistema de verdades espirituais contido no texto hebraico geralmente aceito do Antigo Testamento não é alterado nem deturpado por qualquer uma das diferentes leituras encontradas nos manuscritos hebraicos de datas mais antigas e que foram descobertos nas cavernas do mar Morto ou em qualquer outro lugar. Para averiguar isto, basta examinar o registro das variações bem atestadas, constantes da edição de Rudolf Kittel da Bíblia Hebraica. É bem evidente que a grande maioria delas é tão insignificante que o sentido doutrinário de cada frase permanece inalterado." 10/25
Benjamin Warfield disse: "Se compararmos a situação atual do texto do Novo Testamento com a de qualquer outro escrito antigo, precisaremos declarar que o texto é maravilhosamente correto, tão grande é o cuidado com que o Novo Testamento tem sido copiado — um cuidado que, sem dúvida alguma, é fruto de uma verdadeira reverência para com suas santas palavras - tão grande tem sido a providência de Deus em preservar para a sua Igreja em todas as épocas um texto suficientemente exato, que o Novo testamento não tem rival entre os escritos antigos, não apenas em termos de pureza de texto pela maneira como foi transmitido e mantido em uso, como também em termos de abundância de testemunhos, os quais chegaram até nós para corrigir falhas relativamente esporádicas." 100/12,13
Os editores da Revised Standard Version (uma tradução da Bíblia, publicada em inglês) disseram: "Para o leitor atento, fica óbvio que ainda em 1946, tal como em 1881 e 1901, nenhuma doutrina da fé cristã foi afetada pela revisão pelo simples fato de que, dentre as milhares de variantes existentes nos manuscritos, até agora nenhuma surgiu exigindo uma revisão da doutrina cristã". 34/42
Burnett H. Streeter acredita que, por causa da grande quantidade de material textual do Novo Testamento, "o grau de segurança de que... o texto chegou até nós em boas condições é suficientemente elevado." 90/33
Sobre o mesmo assunto Frederic F. Kenyon fala no livro The Story of the Bible (A História da Bíblia): "É animador descobrir que, no final, o resultado geral de todas essas descobertas (de manuscritos) e todo esse estudo fortalece a prova da autenticidade das Escrituras, bem como nossa convicção de que temos em mãos, de forma concreta, a verdadeira Palavra de Deus". 50/113
Millar Burrows, da Universidade Yale (nos Estados Unidos), escreve: "Uma outra conseqüência de se comparar o Novo Testamento Grego com o texto dos papiros é um aumento da confiança na fiel transmissão do próprio texto do Novo Testamento". 17/52
Burrows também afirma que os textos "têm sido transmitidos com uma notável fidelidade, de modo que não é preciso ter dúvida alguma sobre o ensino que eles apresentam". 17/2
Creio que, racionalmente e a partir do ponto-de-vista das evidências literárias, é possível chegar-se à conclusão de que a credibilidade do Novo Testamento é bem maior do que a de qualquer outro documento da antigüidade.

3C. CRONOLOGIA DE IMPORTANTES MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO


Métodos de Datação: Alguns dos fatores que ajudam a determinar a idade de um manuscrito são: 32/242-246


1.      Materiais                                      5. Ornamentação
2.      Tamanho e forma das letras          6. Cor da tinta
3.      Pontuação                                    7. Textura e cor do pergaminho
4.      Divisões do texto

O manuscrito de John Rylands (130 A.D.) encontra-se na Biblioteca John Rylands, na cidade de Manchester, na Inglaterra, e é o mais antigo fragmento existente do Novo Testamento. "Devido à sua data muito antiga e à sua localização (Egito), a alguma distância do lugar tradicional de composição (Ásia Menor), essa porção do Evangelho de João tende a confirmar a data tradicional de composição do Evangelho, isto é, por volta do fim do primeiro século." 32/268
Bruce Metzger fala de uma crítica abandonada: "Caso se tivesse conhecido esse pequeno fragmento durante meados do século passado, aquela escola de crítica do Novo Testamento, a qual foi inspirada pelo brilhante professor de Tubinga, Ferdinand Chriastian Baur, não poderia ter defendido que o Quarto Evangelho só foi escrito por volta de 160 A.D." 62/39

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