De acordo com a coluna do jornalista Reinaldo Azevedo, de “Veja”, o projeto do Estatuto da Juventude deveria ser votado na noite desta terça-feira, mas a bancada evangélica fez pressão e o mesmo só foi aprovado na tarde desta quarta-feira, após a relatora ceder às reivindicações de alterações no texto. Para tornar-se lei, o estatuto ainda depende de aprovação do Senado.
A coluna relata também que a bancada evangélica se posicionou contra a parte do texto que fala sobre os direitos relacionados à igualdade na orientação sexual e da inclusão de assuntos relacionados à sexualidade nos currículos escolares.
Para obter apoio da bancada evangélica, a deputada Manuela d’Ávila acrescentou no texto que a inclusão de temas ligados à sexualidade nos conteúdos curriculares deve respeitar “a diversidade de valores e crenças”.
E com astúcia, o coerente colunista Reinaldo Azevedo declarou: “Caramba! Não fosse a bancada evangélica, e a “diversidade de valores e crenças” não estaria devidamente assegurada. Não é mesmo fenomenal? Atenção! A heterossexualidade, condição, estima-se, de pelo menos 90% dos estudantes, passou a ser uma espécie de exceção protegida em lei. Chegamos lá!”.
Quanto a capacitação dos professores dos ensinos fundamental e médio para abordar questões sobre o enfrentamento à discriminação de gênero e de opção sexual, o texto ficou mais genérico, determinando “o enfrentamento de todas as formas de discriminação”. Para Manuela, as alterações de redação não prejudicam o texto, que de acordo com ela, garante ao jovem não ser discriminado por sua orientação sexual.
Novamente, o colunista, com genialidade e presença de espírito, esboça seu bom senso: “Segundo entendi, ninguém será discriminado por ser heterossexual. Que bom! Não pensem que a coisa pára aí, não! Uma estrovenga como essa supõe a criação de um comissariado mesmo”(…).