terça-feira, 26 de dezembro de 2017


Como contemplar a tragédia

Versículo do dia: Porque ondas de morte me cercaram, torrentes de impiedade me impuseram terror… O caminho de Deus é perfeito. (2 Samuel 22.5, 31)
Após a perda dos seus dez filhos devido a um desastre natural (Jó 1.19), Jó disse: “O SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR!” (Jó 1.21). No fim do livro, o escritor inspirado confirma a compreensão de Jó sobre o que aconteceu. Ele diz que os irmãos e irmãs de Jó “o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado” (Jó 42.11).
Isso tem várias implicações cruciais para nós enquanto pensamos sobre a grande tragédia que aconteceu em 26 de dezembro de 2005, no Oceano Índico — um dos mais fatais desastres naturais já registrados.

1. Satanás não é soberano, Deus é.

Satanás tinha uma participação na miséria de Jó, mas não a participação decisiva. Deus deu a Satanás permissão para afligir a Jó (Jó 1.12; 2.6). Mas Jó e o escritor desse livro consideram Deus como a causa final e decisiva. Quando Satanás aflige Jó com feridas, Jó diz à sua esposa: “Temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal?” (Jó 2.10), e o escritor chama esses tumores satânicos de “o mal que o SENHOR lhe havia enviado” (Jó 42.11). Logo, Satanás é real. Satanás traz miséria. Mas Satanás não é supremo ou decisivo. Ele está preso. Ele não vai mais longe do que Deus permite de modo decisivo.

2. Mesmo que Satanás tenha causado o terremoto no Oceano Índico no dia seguinte ao Natal, ele não é a causa decisiva de mais de 200.000 mortes; Deus é.

Deus reivindica o poder sobre os tsunamis em Jó 38.8 e 11, quando ele pergunta de forma retórica a Jó: “Ou quem encerrou o mar com portas, quando irrompeu da madre… e disse: até aqui virás e não mais adiante, e aqui se quebrará o orgulho das tuas ondas?”. O Salmo 89.8-9 afirma: “Ó SENHOR… Dominas a fúria do mar; quando as suas ondas se levantam, tu as amainas”. E o próprio Jesus ainda hoje tem o controle de outrora sobre as ameaças mortais das ondas: “Jesus, repreendeu o vento e a fúria da água. Tudo cessou, e veio a bonança” (Lucas 8.24). Em outras palavras, mesmo se Satanás tivesse causado o terremoto, Deus poderia ter parado as ondas.

3. As calamidades destrutivas neste mundo misturam juízo e misericórdia.

Seus propósitos não são simples. Jó era um homem piedoso e suas misérias não eram castigo de Deus (Jó 1.1, 8). Seu desígnio era purificar, não castigar (Jó 42.6). Mas não conhecemos a condição espiritual dos filhos de Jó. Ele certamente estava preocupado com seus filhos (Jó 1.5). Deus pode ter ceifado a vida deles em juízo. Se isso for verdade, então a mesma calamidade provou, por fim, ser misericórdia para Jó e juízo sobre seus filhos. Isso é verdade em relação a todas as calamidades. Elas misturam juízo e misericórdia. Elas são tanto punição quanto purificação. O sofrimento, e até a morte, pode ser ao mesmo tempo juízo e misericórdia.
A ilustração mais evidente disso é a morte de Jesus. Ela foi tanto juízo quanto misericórdia. Foi juízo sobre Jesus porque ele levou nossos pecados (não os seus próprios), e foi misericórdia para nós que confiamos que ele suportou o nosso castigo (Gálatas 3.13; 1 Pedro 2.24) e que é a nossa justiça (2 Coríntios 5. 21). Outro exemplo é a maldição que se encontra sobre esta terra caída. Aqueles que não creem em Cristo a experimentam como juízo, mas os crentes a experimentam como uma preparação misericordiosa, embora dolorosa, para a glória. “Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança…” (Romanos 8.20). Essa é a sujeição de Deus. É por isso que tsunamis ocorrem.

4. O coração que Cristo dá ao seu povo sente compaixão por aqueles que sofrem, não importa qual seja a fé deles.

Quando a Bíblia diz: “Chorai com os que choram” (Romanos 12.15), não acrescenta: “a não ser que Deus tenha causado o choro”. Os consoladores de Jó teriam agido melhor se chorassem com ele, do que ao falarem tanto. Isso não muda quando descobrimos que o sofrimento de Jó vinha finalmente da parte Deus. Não, é certo chorar com os que sofrem. Dor é dor, não importa quem a cause. Nós todos somos pecadores. A empatia não flui das causas da dor, mas da companhia da dor. E nisso nós estamos todos juntos.

5. Por fim, Cristo nos chama a demonstrar misericórdia aos que sofrem, mesmo que não eles mereçam.

Esse é o significado de misericórdia: ajuda imerecida. “Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam” (Lucas 6.27).
Por: John Piper. © Desiring God – Solid Joys. Original: 26 de Dezembro – Como contemplar a tragédia. © 2017 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Tradução: Camila Rebeca Almeida. Revisão: André Aloízio.
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