sexta-feira, 3 de outubro de 2014

QueDiferencaASuficiencia
Primamos muito pela doutrina da suficiência das Escrituras. Mas, que diferença faz a suficiência das Escrituras na sua vida cristã? Deixe-me propor quatro maneiras que deveriam fazer uma enorme diferença.
Primeiro, com a suficiência das Escrituras mantemos a tradição em seu lugar. A tradição certamente tem um lugarna compreensão da palavra de Deus e na formulação da convicções doutrinárias da Igreja. A diversidade mais facilmenteesquecida hoje é a diversidade dos mortos. Devemosaprender com os grandes mestres que vieram antes de nós.Devemos permanecer firmes sobre os credos ecumênicos daigreja. E, para aqueles de nós em tradições confessionais –como luteranos, anglicanos, presbiterianos e reformados– temos que nos comprometer a apoiar nossos padrões confessionaisde forma séria, cuidadosa e com integridade. Masmesmo esses grandes credos, catecismos e confissões sãovaliosos apenas enquanto resumem o que é ensinado nasEscrituras. Nenhum texto secundário e feito pelo homempode substituir ou ser autorizado a subverter a nossa lealdadee conhecimento da Bíblia.
A suficiência das Escrituras fortalece o grito da Reforma de sola Scriptura, ou “Somente a Escritura”. Isso não significa que devemos tentar abordar a Bíblia sem a ajuda de bons professores, recursos escolares e fórmulas doutrinárias testadas. “Somente” não significa “por si só” (nuda Scriptura), mas que a Escritura somente é a autoridade final. Tudo deve ser testado contra a palavra de Deus. A tradição não tem um papel de igualdade com a Bíblia em saber a verdade. Em vez disso, a tradição tem um papel de confirmação, iluminação e apoio. Não podemos aceitar inovações doutrinárias, como a infalibilidade papal, o purgatório, a concepção imaculada ou a veneração de Maria, porque essas doutrinas não podem ser encontradas na Palavra de Deus e contradizem o que é revelado nas Escrituras. Embora possamos respeitar os nossos amigos católicos e ser gratos por muitos aspectos da sua fé e testemunho social, não devemos vacilar em nossa fidelidade àsola Scriptura. Está implícito na compreensão bíblica da sua própria suficiência.
Segundo, porque a Escritura é suficiente, não acrescentaremos ou retiraremos da palavra de Deus. Ao nos achegarmos àBíblia, devemos sempre lembrar que estamos lendo um livropactual. E documentos pactuais normalmente concluem comuma maldição de inscrição pactual. Vemos essa maldição emDeuteronômio 4:2 e 12:32, onde os israelitas são advertidoscontra acrescentar à lei mosaica ou retirar qualquer coisa dela(cf. Provérbios 30.5-6). Da mesma forma, vemos o mesmo tipode maldição na conclusão do Novo Testamento em Apocalipse22.18-19 – “Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro”. Esta forte admoestação, no final de toda a Bíblia, é um lembrete forte de que não devemos acrescentar nada à Escritura – para torná-la melhor, mais segura ou mais de acordo com as nossas suposições – e não devemos retirar nada dela, mesmo se a experiência, revistas acadêmicas ou o humor da cultura insistir que devemos.
Terceiro, visto que a Bíblia é suficiente, podemos esperar que a palavra de Deus seja relevante em todos os aspectos da vida. Deusnos deu tudo o que precisamos para a vida e a piedade (2 Pedro1.3) porque a Escritura é suficiente para nos tornar sábios para asalvação e santos para o Senhor (2 Timóteo 3.14-17). Se aprendermosa ler a Bíblia para baixo (em nossos corações), do outrolado (o enredo da Escritura), para fora (para o fim da história)e para cima (para a glória de Deus, na face de Cristo), descobriremosque cada parte da Bíblia é proveitosa para nós. Afirmar asuficiência das Escrituras não é sugerir que a Bíblia nos diz tudoo que queremos saber sobre tudo, mas que ela nos diz tudo oque precisamos saber sobre o que mais importa. A Escritura nãooferece informações completas sobre todos os assuntos, mas emtodas as disciplinas que ela trata, só diz o que é verdadeiro. E, emsua verdade, temos conhecimento suficiente para abandonar opecado, encontrar o Salvador, tomar boas decisões, se Deus quiser,e chegar à raiz dos nossos problemas mais profundos.
Quarto, a doutrina da suficiência das Escrituras nos convida a abrir nossas Bíblias para ouvir a voz de Deus. Não muito tempoatrás, eu estava em um grupo de aconselhamento da denominaçãoonde nos foi dito para encontrarmos nossas “normas”como uma comunidade. Quando sugeri que a nossa primeiranorma deveria ser testar tudo à luz da palavra de Deus, foi-medito – e isto é uma citação exata – que “não estamos aqui paraabrir nossas Bíblias”. O objetivo do grupo, aparentemente, eraque nós ouvíssemos nossos corações e uns aos outros, masnem tanto de forma que ouvíssemos a Deus. Mais tarde, namesma reunião denominacional, um pastor da América do Sulabordou todo o corpo. Ao perceber uma propaganda na partede trás sobre um evento em que iríamos “descobrir” a visão deDeus para a nossa denominação, o homem disse: “Descobrir?Espero que vocês encontrem o que estão procurando. E tentemnão demorar muito”. Foi uma alfinetada bem colocada emrelação à tendência na Igreja Americana de planejar, e sonhar,e esquematizar, e projetar uma visão, e se envolver em discernimentomútuo, tudo enquanto, ao mesmo tempo, a clara vozde Deus permanece negligenciada em nosso colo.

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