O termo “As Minas do Rei Salomão” é um romance publicado pelo autor inglês Henry Rider Haggard, que fez sucesso no mundo todo. É a narrativa ficcional sobre uma jornada em meio as selvas do interior da África, onde um grupo de aventureiros busca uma grande riqueza escondida nas minas que pertenceriam ao rei de Israel, que fora um dos homens mais ricos do mundo em seus dias. O interesse sobre o tema chegou a ser mostrado em filmes de Hollywood.
Uma exploração real, na década de 1930, liderada pelo arqueólogo americano Nelson Glueck afirmou ter encontrado as verdadeiras “minas do Rei Salomão”, não no interior da África, mas na região onde ficava o reino bíblico de Edom.
Pesquisas realizadas ao longo do século 20 questionavam as afirmações de Glueck, especialmente após a descoberta de um grande templo egípcio no centro do vale, em 1969. Para um grupo de influentes arqueólogos, os antigos egípcios construíram as minas no século 13 a.C., em um período muito anterior ao reinado de Salomão no século 10.
As recentes escavações em minas de cobre no extremo sul de Israel podem oferecer novas evidências sobre o reinado de Salomão, que dominou a região durante 40 anos. Sabe-se que durante a chamada “Idade do Ferro”, teve início a exploração dos depósitos de cobre no Vale de Timna, que hoje fazem parte de Israel.
Existem milhares de antigas minas e dezenas de locais de fundição naquele distrito. O debate atual dos arqueólogos é sobre quem controlava essas minas, e quando isso ocorreu. As escavações recentes realizadas no Vale de Timna revelaram ao mundo artefatos do século 10 a.C, o que coincidiria com o período do rei Salomão. Contudo, especialistas acreditam que as minas eram exploradas pelos edomitas, um povo que várias vezes guerreou com Israel.
“Sem dúvida, as minas são do período do rei Salomão”, assevera o arqueólogo Erez Ben-Yosef, da Universidade de Tel Aviv. “Essas descobertas podem nos ajudar a compreender a sociedade local, pois se não fossem minas teriam passado despercebidas”.
Desde o ano passado, Ben-Yosef e sua equipe fazem escavações em uma área conhecida como “Colina dos Escravos”, um local de fundição inexplorado, que contém centenas de fornos e camadas de cobre restante da extração do metal.
Embora não existam ruínas arquitetônicas significativas no local, os arqueólogos encontraram pedaços de roupas, cordas, tecidos e objetos de cerâmica, além de restos de alimentos. Foram recolhidas 11 amostras desse material e submetidas a testes de datação de carbono na Universidade de Oxford, Inglaterra. Os resultados mostram que os itens datam da época do reinado de Salomão.
Ben-Yosef comemora, “No Vale de Timna, certamente descobrimos uma sociedade com alto grau de desenvolvimento, organização e poder”.
A importância da descoberta se dá por que na arqueologia existe um antigo debate se os reis Davi e Salomão de fato existiram. Até recentemente, as únicas menção a eles encontravam-se nos textos do Antigo Testamento e na tradição judaica. Ben-Yosef acredita que sua descoberta poderá provar que essas figuras bíblicas tinham controle sobre as minas do Vale de Timna, apelidadas agora de “as minas do Rei Salomão”.
A descoberta ainda precisa passar pelo longo e criterioso processo de reconhecimento arqueológico, mas deve entrar para a história quando for publicada em breve na conceituada revista científica American Schools of Oriental Research. Parece receber uma importância maior no momento em que cresce em Israel a possibilidade de se reconstruir o Templo de Salomão, pois o principal argumento dos muçulmanos que dominam o local é que não existem provas científicas provando que Salomão sequer existiu. Com informações de Live Science.
Nenhum comentário:
Postar um comentário