Seja responsável por sua vida
“De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.12)
Cada ser humano é responsável por sua
filosofia de vida e por sua maneira de ser. Somos livres para escolher
entre o certo e o errado e para, eventualmente, mudar de ideia. Deus nos
deu essa liberdade, nossa grande riqueza, e fez-nos seres pensantes e
inteligentes. Somos os autores e os construtores de nossa própria
história.
Viktor Frankl, psiquiatra austríaco que
ficou preso durante três anos em campos de concentração, declarou:
“liberdade final é o direito que todo ser humano tem de escolher suas
atitudes diante de uma determinada circunstância”. Somos, portanto,
livres para decidir nossas atitudes internas e externas.
Para que nossas atitudes internas sejam
saudáveis, é importante nós nos conhecermos. O autoconhecimento nos
ajuda a entender por que temos relações difíceis com alguém, o que
acontece muitas vezes não por causa do outro, mas porque estamos vivendo
um conflito interno.
Diante de uma situação conflituosa,
nossa primeira atitude deveria ser questionarmo-nos para discernirmos o
que de nossa parte perturba ou interfere na relação. Nossa tendência
natural é sempre, ou quase sempre, culpar o outro. Repetimos muitas
vezes o que aconteceu no Éden, após a queda, quando Adão e Eva não
assumiram a sua desobediência e partiram para a acusação e a culpa.
Devemos ser exigentes com a verdade em
relação a nós mesmos, descobrir o que motiva o nosso comportamento em
determinadas situações e circunstâncias, que tipo de pessoa nos
incomoda, ofende-nos e transmite-nos o sentimento de sermos rejeitados.
Precisamos perguntar a nós mesmos se
conhecemos nossos limites e se, para escondê-los dos outros,
representamos um papel ou usamos máscaras, por medo de sermos rejeitados
se nos revelarmos como somos. É fundamental aprendermos a ser
autênticos, a não ter medo nem vergonha de mostrar nossa fraqueza e
nossas limitações.
Também é vital recebermos de Deus a paz
diante de nossos conflitos internos. Assim, nosso eu se manterá bastante
forte para não ser afetado pela incompreensão do outro, absorvido por
sua necessidade de independência ou reduzido a uma escravidão pelo seu
amor.
O cristão consciente de sua identidade e
inundado pela paz interior tem condições de aceitar, em certas
circunstâncias, eventuais injustiças e de renunciar, se necessário, a
seus direitos legítimos.
Ser humilde e ser bem-humorado são
atitudes positivas, que fazem parte do viver diário de um indivíduo
saudável e autêntico. Aceitar suas limitações e aprender a rir de si
mesmo, sem amargura, estão entre as grandes forças de adaptação na
existência e atenuam muitas tensões.
Em Gênesis 45.8, vemos que José foi um
homem que aprendeu a lidar com seus conflitos internos, a
responsabilizar-se por suas atitudes e a não ser influenciado pelo
ressentimento, pela amargura, raiva e rejeição, tornando-se um exemplo
para nós.
José aprendeu a dominar o seu eu
interior e a não fazer julgamentos precipitados, independente das
circunstâncias, mas a exercer o amor e o perdão. Não permitiu que o seu
potencial fosse paralisado. Sua vida espiritual e sua vida emocional
estavam sob o controle de Deus e o seu.
José não se deixou afetar por
circunstâncias externas. Em todo o tempo foi autor de sua história. Não
cultivou ressentimentos e o espírito de vingança e não aceitou ser
controlado por seus ofensores nem agiu como eles.
O filho preferido de Jacó entendeu o
segredo de ser responsável por seu bem-estar psíquico e espiritual,
optou pelo que era certo, venceu o mal com o bem sendo justo, íntegro e
verdadeiro. Por fim, ele entendeu o segredo de ser responsável por suas
atitudes.
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