1 | RESPONDEU, porém, Jó, dizendo: |
2 | Ainda hoje a minha queixa está em amargura; a minha mão pesa sobre meu gemido. |
3 | Ah, se eu soubesse onde o poderia achar! Então me chegaria ao seu tribunal. |
4 | Exporia ante ele a minha causa, e a minha boca encheria de argumentos. |
5 | Saberia as palavras com que ele me responderia, e entenderia o que me dissesse. |
6 | Porventura segundo a grandeza de seu poder contenderia comigo? Não: ele antes me atenderia. |
7 | Ali o reto pleitearia com ele, e eu me livraria para sempre do meu Juiz. |
8 | Eis que se me adianto, ali não está; se torno para trás, não o percebo. |
9 | Se opera à esquerda, não o vejo; se se encobre à direita, não o diviso. |
10 | Porém ele sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o ouro. |
11 | Nas suas pisadas os meus pés se afirmaram; guardei o seu caminho, e não me desviei dele. |
12 | Do preceito de seus lábios nunca me apartei, e as palavras da sua boca guardei mais do que a minha porção. |
13 | Mas, se ele resolveu alguma coisa, quem então o desviará? O que a sua alma quiser, isso fará. |
14 | Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito, e muitas coisas como estas ainda tem consigo. |
15 | Por isso me perturbo perante ele, e quando isto considero, temo-me dele. |
16 | Porque Deus macerou o meu coração, e o Todo-Poderoso me perturbou. |
17 | Porquanto não fui desarraigado por causa das trevas, e nem encobriu o meu rosto com a escuridão. |
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Jó 23
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