Duas grandes denominações cariocas promovem, há cerca de vinte anos, um grande movimento evangelístico durante o período de Carnaval. A Comunidade Internacional da Zona Sul (CIZS) e o Projeto Vida Nova (PVN) que colocam, literalmente, o bloco na rua. O objetivo de ambas é proclamar as Boas-Novas do Evangelho aos que se encontram longe de Jesus.
A CIZS, por exemplo, criou a Mocidade Dependente de Deus, que conta com cerca de 3.000 membros e uma bateria formada por 400 integrantes. Nesta segunda-feira, às 14h, a igreja estará na Avenida Rio Branco e na terça-feira, também na parte da tarde, percorrerá ruas da zona sul da cidade.
“Mostraremos que o ritmo e a música pertencem ao Senhor Jesus (…) Vamos declarar lá fora de onde vem a nossa alegria”, disse o líder da igreja, pastor Marco Antônio Peixoto.
Novas estratégias
Esse ano o Projeto Vida Nova de Irajá foi as ruas com o bloco Cara de Leão com uma nova estratégia. Além da evangelização entorno do bloco, uma equipe de 30 evangelistas foi enviada, antes do desfile começar, para percorrer as ruas antes da passagem do bloco e assim preparar o caminho e os corações dos foliões para receberem a mensagem de salvação.
“Quando o bloco chegava, as pessoas estavam ouvindo outras músicas, havia certo desconforto físico e espiritual, até agressões físicas. Dessa vez, enviamos pessoas para arar a terra, preparando o terreno por meio de abordagens individuais. Nós entramos no território do inimigo destruindo as fortalezas. E o resultado foi muito bom. Quando o bloco chegou, havia muitas pessoas esperando para participar da oração”, explicou Marcos Campos, líder do evangelismo.
Dessa forma, o Projeto Vida Nova cercou os foliões por todos os lados, contando com a ajuda de membros da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo da Penha, que também participaram do evangelismo.
O bloco foi formado por cinco alas e uma bateria que mistura samba e funk em letras de cunho cristão. “Estamos nos fazendo de carnavalescos para ganhar vidas”, afirmou o pastor Isael Teixeira, do PVN de Irajá.
Nem todos concordam
Já o pastor Renato Vargens, da Igreja da Aliança, também no Rio de Janeiro, discorda da abordagem desses grupos evangélicos. “Algumas igrejas fazem concessões no intuito de se aproximar das pessoas e negociam algumas coisas que não podem ser negociadas. A mensagem não pode se perder no contexto”, diz, sobre a presença de blocos evangélicos no Carnaval.
Ele acredita que no intuito de contextualizar a igreja se desvia para o sincretismo. Segundo Renato, as pessoas são até mesmo bem intencionadas, mas por falta de preparo teológico, acabam negociando o conteúdo do evangelho. “Acredito que a igreja não precisa colocar blocos de carnaval na rua para evangelizar, o que é preciso é pregar o evangelho, sem imiscuir-se com algo que depõe contra a mensagem de Cristo”, conclui.
Fonte: PVN e Gospel Prime