sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012


 

Cara, Onde Está Sua Noiva?

 

Kevin DeYoung

Kevin DeYoung é o pastor da University Reformed Church em East Lasing, MI, EUA. Obteve sua graduação pelo Hope College e seu mestrado pelo Gordon-Conwell Theological Seminary. É autor de diversos livros, preletor em conferências teológicas e pastorais, é cooperador do ministério "The Gospel Coalition" e mantém um Blog na internet "DeYoung, restless and reformed". Kevin é casado com Trisha com quem tem 4 filhos.

Quando prego em diferentes lugares, uma das perguntas geralmente feita por mulheres, jovens em particular, é mais ou menos esta: "O que acontece com os homens?"
Não são mulheres zangadas. Sua pergunta é mais triste do que petulante. Não tenho muita certeza por que elas fazem essa pergunta. Talvez porque acabaram de ler meu livro, Faça Alguma Coisa (Just Do Something), e imaginam que as entendo, ou talvez pensem que eu posso ajudar. Geralmente logo depois fazem outro comentário para me exortar: "Por favor, fale aos homens da nossa geração e diga-lhes que sejam homens."
Elas estão se referindo ao casamento. Conheci dezenas de jovens mulheres, tementes a Deus, em diversos lugares, que perguntam: "Para onde foram os homens 'casáveis'?" Muitos comentaristas — cristãos e outros — percebem uma tendência entre os homens jovens; isto é, que eles não estão amadurecendo. Recentemente o artigo de William Bennett na CNN "Por que os Homens Têm Problemas" (Why Men Are in Trouble) chamou muita atenção. O ponto alto está resumido na sentença final: "Chegou a hora dos homens serem homens." Parecem até palavras bíblicas (1 Coríntios 16.13).
Virtualmente cada pessoa solteira que eu conheço quer se casar. E mesmo assim, leva cada vez mais tempo o adiamento do casamento. Os padrões culturais têm algo a ver com isso. A economia ruim também não ajuda. Mas existe mais alguma coisa que confunde. Visite qualquer igreja e você vai conhecer mulheres cristãs atraentes, inteligentes, maduras que querem se casar e praticamente nenhum homem para cortejá-las. Geralmente essas mulheres estão em cursos de pós-graduação e podem até estar iniciando uma carreira. Mas não são feministas. Estão ansiosas para abraçar o papel de esposa e mãe. A maioria das mulheres que conheci não despreza o papel de ajudadora. Parece que simplesmente não existem muitos candidatos por aí.
O que está acontecendo? Por que existem tantas jovens mulheres solteiras, com formação universitária, que levam a sério o cristianismo, comprometidas com a igreja, mulheres bem resolvidas que não encontraram um companheiro, e não vêem quaisquer possibilidades no horizonte?
Talvez as mulheres tenham padrões inatingíveis. É uma possibilidade em algumas circunstâncias. Tenho certeza de que há alguns rapazes lendo isto e dizendo: "Eu tenho cortejado essas jovens, Kevin! E elas me desprezaram." Algumas mulheres talvez estejam esperando um Príncipe Encantado. Mas na minha experiência esse não é o grande problema. Padrões exagerados? Não geralmente. Alguns padrões? Com certeza!
Em outros casos, algumas mulheres talvez estejam tão ansiosas para se casar que tornam nervosos os candidatos que demonstram algum interesse. Existe uma linha tênue entre antecipação e desespero. Os homens não dispostos a discutir detalhes do casamento após o primeiro encontro... Eles entram em pânico — e ficam bem assustados.
Esse caminho de solteirice prolongada é um caminho de duas mãos. Mas penso que o problema reside principalmente nos homens. Ou pelo menos, sendo homem posso identificar os problemas dos homens mais depressa. Vejo duas situações.
Primeira, os homens cristãos que são "bons rapazes" precisam ter um pouco de — qual é a palavra que estou procurando — de ambição. Os pastores, em algum ponto, têm ralhado contra o vídeo games. Mas o problema não está realmente nisso, mas o que isso pode representar (mas nem sempre). É o quadro de um rapaz com 20 e poucos ou 30 e poucos anos que não parece querer nada da vida. Talvez tenha um emprego. Talvez more ainda com seus pais. Essas coisas estão fora de controle. Há uma diferença entre um indivíduo que está se esforçando para conseguir alguma coisa e outro que parece satisfeito em assistir filmes, comer pizzas congeladas em um minúsculo apartamento, assistir futebol 12 horas no sábado, aparecer na igreja durante uma hora no domingo e, então, voltar para casa a fim de assistir mais futebol.
Não acho que as mulheres jovens estejam esperando um "Príncipe Encantado",  que já tenha duas casas, três carros e uma personalidade como a de Dale Carneggie. Simplesmente querem um homem com alguma substância. Um homem que tenha planos. Um homem com alguma profundidade intelectual. Um homem que tome iniciativas e saiba conversar. Um homem que tenha consistência. Um homem que leve a serio o seu trabalho e não brinque com a sua fé. Um homem com um pouco de vontade de ter sucesso na vida. Um homem que possam imaginar sustentando uma família, orando com os filhos na hora de dormir, cortando a grama no sábado, e disposto a levar a família à igreja aos domingos. Onde estão os garotos que querem se transformar em homens?
A segunda situação talvez seja simplesmente que não tenhamos bastante homens na igreja. Talvez o problema maior não seja com os simpáticos rapazes cristãos que não têm ambição, nem maturidade e compromisso. Talvez tenhamos muitos homens assim na igreja, mas estejam todos casados e não têm muitos irmãos andando por aí. Não sei qual é o problema maior, a falta de homens bons ou a falta de homens em geral. Talvez haja uma combinação das duas coisas. A igreja precisa educar os rapazes que tem. E com "educar" não quero dizer "dar um polimento" e integrá-los em um ministério para solteiros para escolher uma companheira. Eu não creio que a maioria dos cristãos solteiros esteja à procura de uma comunidade cristã cheia de intrometidos. Mas uma igreja cheia de homens piedosos, envolvidos, respeitáveis e respeitados, maduros. É um projeto que vale à pena iniciar.
Portanto, o que se pode fazer a respeito de um grupo cada vez maior de mulheres solteiras? Quatro coisas me vêm à mente.
Todos devem orar. Orar para receber o cuidado providencial de Deus, crendo que a piedade com alegria é um dom. Se você é solteira, ore mais por um tipo de cônjuge que você deve ser do que o tipo de cônjuge que você quer ter. Ore também pelos casais e famílias da sua igreja. Se você é casada, ore pelas pessoas solteiras de sua igreja, pelos que nunca se casaram e aqueles que estão divorciados ou viúvos. Todas as pessoas devem orar para começar a servir o Senhor agora, não importa qual seja o estágio da vida em que se encontra ou deseja estar.
Mulheres, não se fixem na busca de um compromisso cristão sólido no casamento, mas certifique-se que sua lista de exigências não exclua a todos os homens, exceto o "Sr. Perfeito".
Igrejas, não transformem a igreja numa imensa caverna de homens ou de machismo, mas pensem por que sua igreja foi desnecessariamente emasculada. Vocês desafiam e exortam? Vocês cantam hinos a Jesus que os homens possam cantar com sinceridade? A "comunhão" na sua igreja sempre focaliza atividades nas quais os homens tipicamente não se qualificam como ficar sentado e falar sobre seus sentimentos: Sua igreja pretende especificamente discípular os homens — particularmente homens jovens no colegial ou na faculdade? Agarre-os enquanto jovens e os faça crescer na adolescência e não mais tarde.
Homens, vocês não precisam ser ricos e não precisam escalar posições de liderança. Vocês não precisam ter carros e deixar a barba crescer. Mas chegou a hora de tomar uma pequena iniciativa — na igreja, na sua carreira e com as mulheres. Parem de dar voltas e procurem um alvo. Provavelmente é uma boa idéia parecer um pouco mais com o seu avô e um pouco menos com o Capitão Jack Sparrow. Menos ainda com o Peter Pan. Dêem provas de ambição piedosa. Assumam alguns riscos. Parem de namoricar e — se Deus não o estiver chamando para um serviço celibatário — comecem a procurar uma esposa.

Traduzido por: Yolanda Mirdsa Krievin

Copyright © Kevin DeYoung 2011
Copyright © Editora Fiel 2011

Traduzido do original em inglês: Dude, Where's Your Bride?. Publicado no Blog de Kevin DeYoung no site The Gospel Coalition.
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