quarta-feira, 25 de junho de 2014

ComoOsCristaosDevemReagirAoFilmeSobreNoe
Este artigo foi escrito pelo autor em 2013, antes do filme ser lançado. O artigo não se propõe a analisar o filme, mas a estabelecer algumas diretrizes de como o cristão deve reagir diante de filmes deste tipo. Esta postagem não é um endosso ao conteúdo do filme.
Quando ouvi pela primeira vez que um filme baseado na história bíblica de Noé estava sendo produzido, imaginei que seria algum filme de baixo orçamento no nível das caricaturas para a televisão que nós já vimos sobre o Grande Dilúvio. O trailer revela que muito mais tempo e dinheiro foram gastos nesse filme do que eu esperava.
Sempre que Hollywood toma uma história bíblica como base para um filme, evangélicos tendem a reagir em uma das duas maneiras:

1. OS CRÍTICOS

Primeiro, há o grupo que está primariamente preocupado com a precisão bíblica. Tomar qualquer tipo de licença dramática está fadado a adulterar o texto, o que pode levar à solidificação de erros nas mentes dos espectadores.
Esse grupo vai a blogs ou sessões de comentários e apontam todas as falhas e erros na visão do diretor para o filme.
  • Se é “Jesus, A História do Nascimento”, eles apontam que não sabemos se os sábios eram reis, ou se eles eram três..
  • Se é “O Príncipe do Egito”, eles apontam que foi a filha de Faraó, não a sua esposa, que encontrou Moisés no rio.
  • Se é “Os Dez Mandamentos”, eles nos lembram que não há registro bíblico de uma princesa egípcia dizendo “Mooiiiséééés, Moooiiséééééés!” tantas vezes.
  • Se é a série do History Channel “A Bíblia”, eles apontam que a Bíblia não atribui movimentos ninjas aos anjos que ajudaram Ló a fugir de Sodoma.
Você entendeu a essência. Esse grupo quer precisão bíblica, e todos os filmes são julgados baseados na sua habilidade de acertar os detalhes.

2. OS CELEBRADORES

Segundo, há o grupo que se sente lisonjeado de ver Hollywood prestar qualquer atenção à Bíblia. Não importa o que Hollywood faz com as histórias sagradas, o negócio é “anunciar a Palavra”, ou “fazer a Bíblia parecer legal”.
Esse grupo organiza exibições como ferramenta de evangelismo para o Senhor (e uma ferramenta de marketing para os cineastas, é claro). Eles encontram o bem em qualquer aparência de espiritualidade que vem de Hollywood.
  • Se é “Todo Poderoso”, eles começam uma discussão em grupo sobre como Deus pode ou não pode ser como Morgan Freeman.
  • Se é “A Paixão de Cristo”, eles convidam seus amigos e vizinhos perdidos para um jantar e um banho de sangue.
  • Se é “Homem-Aranha 3″, eles fazem uma série de sermões sobre vingança e a espiritualidade dos filmes de super-heróis.
Não importa o quão ruim o filme possa ser, é melhor do que sequer abordar o tema. Faça o melhor que puder com um bom filme de Hollywood!

O Que Há de Certo e Errado Com Essas Abordagens?

Eu deliberadamente caricaturei os piores aspectos desses dois grupos, mas eu não quero que percamos de vista o fato de que algo precisa ser dito para ambas as reações.
Os críticos estão certos em manter uma visão elevada da Bíblia e em julgar tudo pelo seu padrão. Eles também estão certos quanto à habilidade de um filme de solidificar figuras mentais e detalhes em nossa mente, quer elas reflitam bem a Bíblia ou não.
Os celebradores estão certos em ver uma oportunidade sempre que Hollywood entra na onda bíblica. É mais fácil falar sobre coisas espirituais com os seus amigos e vizinhos quando milhões de pessoas estão afluindo para filmes com temas espirituais no fim de semana.
O ponto em que esses dois grupos erram é em que eles tendem a exagerar tanto o pânico quanto a promessa.
Os críticos exageram o perigo de um filme biblicamente impreciso, tendendo a ver toda licença artística como sacrílega.
Os celebradores exageram a promessa de um blockbuster hollywoodiano, esperando que frutos espirituais venham, não da Palavra, mas dos pixels na telona.

NOÉ

Isso nos traz de volta para Noé. Parece que 2014 será interessante por ter um filme épico baseado em uma história bíblica.
Não importa o que Hollywood fizer com Noé, nós devemos reconhecer o elogio indireto em ter material de fonte bíblica como base para um filme. A razão pela qual histórias bíblicas são atraentes é a sua familiaridade intrínseca, adicionada à sua ressonância emocional.
Então, o julgamento desse filme começou.
Como Noé será retratado? Como um homem justo ou um negociador pragmático?
Como Deus será retratado? Como um justo juiz purgando o mundo da perversidade ou como um tirano sanguinário que não pode esperar para destruir a terra?
Que tipos de conversas sairão desse filme? Nós teremos a oportunidade de falar com as pessoas sobre a natureza e o caráter de Deus? E sobre a natureza e o caráter da justa fé?
Eu recomendo que cristãos assistam a esse filme da mesma maneira que assistem a qualquer filme; com discernimento e sabedoria. Nós não devemos fazer excessiva publicidade das falhas do filme e perder a oportunidade maior. Também não devemos ver o filme como o mais promissor método de evangelismo a aparecer hoje em dia, como se a Palavra de Deus precisasse de representação visual para maximizar o seu poder.
E você? Como você reagirá a “Noé”?
Tradução: Alan Cristie; copyright © Voltemos ao Evangelho; website:VoltemosAoEvangelho.com.
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