sábado, 15 de novembro de 2014

RelacionandoCorretamenteIgrejaEEvangelismo
Evangelismo é algo que deve fazer parte da vida da igreja? É algo que devemos fazer de modo particular? Aprenda mais lendo o artigo de Jonathan Leeman:
Evangelismo é um esporte individual ou coletivo? Na verdade, as duas coisas.
Pense na pescaria. Há momentos em que você pode passear até o cais sozinho, sentar com os pés pendurados e lançar uma linha. Mas pergunte aos homens de uma traineira no oceano o que é necessário para puxar uma tonelada de sardinhas se contorcendo fora da água. Eles precisam desesperadamente um do outro.
A analogia da pescaria não diz tudo o que queremos dizer sobre a relação entre evangelismo e a igreja local, mas é bíblica e é um começo. Jesus disse aos discípulos que o seguissem e ele os tornaria pescadores de homens, e os enviou em duplas a pregar que o povo se arrependesse. (Marcos 1.17; 6.7, 13). Assim como pescadores em uma traineira, nós precisamos da igreja para fazer o trabalho de evangelismo.
Contudo, há um plano mais amplo que devemos observar com relação ao evangelismo e a igreja. Pense nos primeiros capítulos de Atos, onde os apóstolos proclamaram a ressurreição, e por trás deles estava a igreja, vivendo junta e tendo tudo em comum, “louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo” (2.47; também 5.13). De alguma maneira, a vida da igreja, sentada ali como pano de fundo para a proclamação do evangelho, servia como testemunho para o evangelho. Isso fez com que muitos em Jerusalém vissem os santos com simpatia, o que parecia levar a mais conversões.
Eram esses dias em Jerusalém que Pedro tinha em mente quando, mais tarde, descreveu a igreja como povo, sacerdócio e nação “a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas”, vivendo vidas tão exemplares que os pagãos veriam as suas boas obras e glorificariam a Deus (1Pedro 2.9, 12)?
Nos capítulos iniciais de Atos e de 1Pedro 2, tem-se a sensação de ver a igreja como uma colmeia, uma bola de zumbido e doçura do fazer o mel, fervilhando com a entrada e saída de ocupadas abelhas operárias. A colmeia é essencial para o trabalho individual da abelha e para parte do trabalho coletivo. O que tudo isso pode dizer sobre a relação entre evangelismo e uma igreja?
Nenhuma analogia vai longe o suficiente e captura tudo. Vejamos se podemos resumir a relação entre a igreja e o evangelismo na Bíblia em quatro declarações sistemáticas, e depois perguntar quais lições práticas se aplicam às igrejas.
PONTOS-CHAVE PRÁTICOS
Quais são as lições práticas que podemos tomar desses quatro princípios sistemáticos? Frequentemente pastores tentam fortalecer o ministério evangelístico de uma igreja exortando o povo a compartilhar o evangelho. Certamente isso faz parte. Mas também é fundamental desenvolver a igreja como uma cultura que contrasta com o mundo, o que age como um pano de fundo atraente para o evangelismo. 
1) Evangelismo deve levar ao batismo à  membresia. Igrejas não devem evangelizar e depois deixar novos convertidos por conta própria. Nem deve evangelizar, batizar e depois, talvez algum dia, resolver trazer alguém à membresia da igreja. Exceto por circunstâncias excepcionais (por exemplo, o eunuco etíope), igrejas devem fazer o que a igreja de Jerusalém fez: batizar as pessoas acrescentando-as ao seu número (At 2.41). O batismo, afinal, é o sinal coletivo e autorizado pelo qual uma igreja formalmente declara uma pessoa como um crente. Tal declaração deve, portanto, ser protegida e nutrida pela contínua supervisão, dada através da membresia e da Ceia do Senhor. Nós não deixamos novos pintinhos fora do ninho, mas os trazemos para dentro. 
2) Ensine os membros a integrarem suas vidas. Para fortalecer o poder apologético de uma igreja, os membros devem ser constantemente lembrados através do ensino da palavra e da celebração da Ceia do Senhor que nós somos um corpo (por exemplo, 1Co 10.16-17; 1Co 12). Dificilmente deve haver algum domingo em que os membros não sejam lembrados de construir relacionamentos uns com os outros para que eles encorajem, edifiquem, fortaleçam, falem a verdade, exortem e amem uns aos outros (por exemplo, Rm 12.9-13; Ef 4.11-32). Eles devem ser exortados a mostrar hospitalidade (Rm 12.13; 1Pe 4.9). Tudo isso cria um testemunho atrativo para o evangelho.
3) Ensine os membros a se sacrificarem uns pelos outros. De forma ainda mais específica, cristãos devem pensar sobre como eles podem melhor se sacrificarem uns pelos outros financeiramente e de outras maneiras (por exemplo, At 2.42-46; 2Co 8-9; 1Pe 4.10). Em uma nação consumista, especialmente, o exemplo de generosidade compartilhada entre crentes apresenta uma poderosa cultura contrastante. Lembre-se, Jesus ordenou que os cristãos amassem uns aos outros assim como ele nos amou (Jo 13.34) — um amor sacrificial como nenhum outro.
4) Pratique disciplina eclesiástica. Cristãos hipócritas e hereges em nosso meio comprometem o testemunho da igreja. Quando os membros da igreja em uma comunidade são conhecidos como mentirosos, caluniadores e adúlteros, o trabalho evangelístico dessa igreja não irá tão bem. Isso não quer dizer que uma igreja deve disciplinar todo santo que luta com o pecado no meio dela. Se fosse assim, não restaria mais igreja. Mas, as igrejas devem confrontar e disciplinar pecados impenitentes. Isso serve, ironicamente, para evangelizar o membro impenitente (veja 1Co 5.4), bem como a cidade onde a igreja está localizada, de forma mais ampla (veja 1Co 5.1-2).
5) Equipe os membros para compartilhar o evangelho. A liderança deve procurar várias maneiras de se certificar que cada membro pode explicar os assuntos básicos da fé. Isso pode ser feito a partir do púlpito, da Escola Bíblica Dominical, da entrevista para membresia e em todos os outros lugares (veja o artigo de Kevin McKay, “Overcoming Objections to Evangelism” [Em inglês]).
6) Encoraje os membros a viverem vidas que abençoem as pessoas de fora da igreja. Membros de igreja, espera-se, são conhecidos como gentis, amigáveis e rápidos para estender a mão em auxílio. Nós devemos ser rápidos em chegar com uma vassoura para ajudar a limpar as folhas de um vizinho, rápidos para oferecer ajuda a um colega de trabalho, rápidos para defender uma vítima de abuso, rápidos para trabalhar duro para preservar os empregos de funcionários que trabalham duro, rápidos para abençoar em todo tipo de situação. Boas ações devem adornar nossas palavras evangelísticas.
7) Convide as pessoas para reuniões formais e informais da igreja. Incontáveis histórias poderiam ser dadas de como incrédulos ouviram o evangelho, depois viram a igreja agindo, tanto em reuniões formais quanto em informais, e então chegaram à fé. A vida da igreja unida os compeliu. Ela apontou para algo que eles nunca viram em suas famílias, escolas ou locais de trabalho. Em outras palavras, convidar pessoas de fora para a vida da igreja, certamente deve constituir parte do nosso evangelismo.   
8) Dê o exemplo no evangelismo. Onde quer que os presbíteros de uma igreja sejam conhecidos pelo seu evangelismo, você pode esperar encontrar uma igreja evangelística. Onde os presbíteros não são conhecidos assim, você não encontrará uma igreja assim.
9) Conte histórias de evangelismo e conversão. A liderança deve temperar seus sermões e lições com histórias de encontros evangelísticos. Os membros devem compartilhar pedidos de oração para oportunidades evangelísticas. Candidatos ao batismo devem ter a chance de compartilhar as suas experiências de conversão. Coisas como essas ajudam a tornar o evangelismo parte "normal" da vida cristã e da experiência eclesiástica.
10) Gabe-se de sua igreja. O apóstolo Paulo, às vezes, se gloriava de suas igrejas como uma maneira de gloriar-se de Cristo (veja 2Co 9.2; 2Ts 1.4; cf. Fp 2.16). Cristãos, semelhantemente, devem buscar maneiras de falar de forma positiva e grata — não ofensiva ou orgulhosamente — de suas igrejas quando perto de amigos não-cristãos. Quando um colega perguntar sobre o fim de semana, mencione como a sua igreja deu à sua esposa um maravilhoso chá de bebê. Mencione algo encorajador que o pregador disse no domingo. Mencione o trabalho que a sua congregação está fazendo no abrigo quando o assunto sobre mendigos surgir. Fazer isso bem, sem dúvida, leva tempo e prática.
CONCLUSÃO
Relacionar de forma correta igreja e evangelismo, em nosso entendimento e prática, requer mais do que exortar pessoas para evangelizar. Requer prestar atenção em questões de política e governança, membresia e disciplina. Requer edificar uma igreja saudável que se assenta sob a Palavra de Deus pregada, e conhece a tarefa que Deus deu para a igreja fazer.
Requer líderes piedosos que ensinam e dão o exemplo. E requer membros que amam a Jesus e cada vez mais não conseguem evitar cantar louvores àquele que os trouxe da morte para a vida — dentro e fora do prédio da igreja.
Tradução: Alan Cristie
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