Cristãos presos durante o Natal no Irã têm paradeiro desconhecido
Dois dias antes do Natal forças de segurança invadiram a Igreja Assembleia de Deus em Ahwaz, no oeste do Irã, e prenderam toda a congregação, incluindo as crianças. Mais de um mês depois do ocorrido ainda não há notícia sobre o paradeiro do pastor e de três fiéis.
Segundo Mohabat News, uma agência de notícias cristãs no Irã e uma das poucas fontes de informação sobre a perseguição da minoria cristã no país, a invasão da igreja foi premeditada. “Todos os participantes do culto foram presos e transferidos de ônibus para um local desconhecido”, informou a agência. Os funcionários da força de segurança tinham os rostos cobertos durante o ataque e trataram mal até mesmo as crianças.
A maioria dos detidos, após serem “fichados”, foram liberados horas depois. No entanto, o pastor Farhad Sabokroh, sua esposa Shahnaz e os membros da igreja Naser Zamen-Dezfuli e Davoud Alijaniare, estão sob custódia do Ministério da Inteligência.
Ainda segundo a agência de notícias, o pastor e sua esposa sofrem de varizes e seu estado de saúde geral não é bom. Os quatro presos ficaram juntos até o dia 28 de dezembro, quando foram, supostamente, separados e transferidos para locais desconhecidos.
Entenda o que acontece no Irã
O Irã é uma república teocrática, com uma população composta por 98% de muçulmanos (xiitas e sunitas) e apenas 2% representam outras religiões, incluindo o cristianismo. É um dos poucos países onde o governo persegue abertamente a comunidade cristã. Cristãos, na sua maioria, não são autorizados a abrir igrejas e é comum ataques as congregações, por parte das autoridades.
Há cerca de 70 igrejas registradas no país atualmente. Em 2011, mais de 130 cristãos iranianos foram presos e interrogados, de acordo com a International Christian Concern (ICC), grupo cristão de defesa, com sede em Washington DC. Em alguns casos, os cristãos também são torturados pelas autoridades.
Na revolução islâmica de 1979, os iranianos – como muitos egípcios, líbios e sírios – acreditavam que o novo governo ofereceria reformas e liberdades. Trinta e dois anos mais tarde, no entanto, a população têm crescido desiludida como o seu governo, mergulhados na estagnação econômica e isolados da comunidade internacional.
Segundo o site The Christian Post, apesar do regime tirano e corrupto muitos muçulmanos estão se convertendo a Jesus Cristo. O crescimento cada vez maior do cristianismo no país é visto como uma ameaça para o regime do Irã, cuja estratégia é eliminar qualquer ameaça a sua soberania.
Muitas conversões a Cristo se devem ao acesso a televisão por satélite e de rádios cristãs, o que motiva o governo a tentar obstruir sinais televisivos, controlar linhas telefônicas de cristãos e prender líderes de igrejas em suas casas.
De acordo com um relatório recente, da Mohabat News, o sistema judicial do país condenou 597 cidadãos iranianos há cerca de 302 anos de privação de seus direitos sociais. Além disso, muitos foram condenados a 3.776 meses de prisão. Mais de 2.751 notificações de casos foram reunidas em 2011 e refletem 1.120.077 violações dos artigos da Convenção dos Direitos Humanos, os quais o Irã já prometeu honra.
O relatório também informou que 498 sentenças de execução foram emitidas e que 529 pessoas foram oficialmente executadas em 2011, em várias províncias em todo o país.
Fonte: The Cristian Post
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