segunda-feira, 14 de outubro de 2013

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Acompanhe conosco a Conferência Fiel para Pastores e Líderes de 2013! Assista às reprises e leia os resumos das mensagens aqui no blog. Nesse post, veja a mensagem “Há alguém lá em cima?”, por Michael Horton:

Reprise

Resumo

Há alguém lá em cima?
Michael Horton
O grande filósofo Nietzsche disse que o movimento Cristão é para gente fraca. Certo homem da mídia americana disse que o cristianismo é uma religião para perdedores. Então, a fim de podermos ir contra isso, tentamos promover nossos poderosos, nossas rainhas da beleza, criamos um evangelho da prosperidade, que diz que o evangelho é para os poderosos: “Determine e tome posse”. Você pode ter sua melhor vida aqui e agora, diz certo pregador da prosperidade. Jesus, no entanto, veio para os doentes e pecadores. “Bem-aventurados são os que choram, pois recebem consolo”. Paulo fala constantemente sobre a fraqueza, de modo que a graça era suficiente para ele. Quando ele era fraco, ele era forte.
Nossa cultura está do lado de Nietzsche. Eles não cantam mais lamentos, apenas canções alegres. Não fazem mais funerais, fazem celebrações. Não permitem mais que ninguém morra, mas só quepasse para o outro lado. Os reality shows possuem o triunfalismo como premissa: não são os fracos que vencem, são os que pisam nos outros. Isso não parece bobo e fútil para você? C. S. Lewis diz que não é que nossos desejos sejam fortes demais, eles são fracos demais. Somos crianças construindo casinhas de lama em uma favela quando poderíamos estar à beira-mar desfrutando das delícias. Não é que nós queremos demais. Nós é que nos acostumamos com pouco.
O cristianismo não prega pessimismo, mas sanidade.  O verdadeiro valor está no elogio de Deus. Todos nós somos fracos. Somos como a erva que logo morre, mas é a Palavra de Deus que permanece para sempre. Isso é sanidade.
Até quando olhamos para os Salmos, onde existem montanhas-russas de emoções, nós só escolhemos cantar as partes alegres. Que tal começarmos a cantar o Salmo 77:2-9 em nossos cultos? Ou o Salmo 88:3-7,18? Os salmos faziam parte do que Deus estava fazendo com seu povo. Através dos salmos, Deus fala a sua parte e as pessoas respondem com sua parte, existe uma honestidade completa aqui neste diálogo.
Perceber estas coisas muda o modo como lemos nossas Bíblias. No século XVI, Martinho Lutero falou da teologia da glória e da teologia da Cruz. Calvino trabalha isto em seu comentário no livro dos salmos. A teologia da glória é uma escada que nós subimos. Tentamos subir esta escada de duas maneiras: misticismo, especulação e pelo mérito. Esta é uma teologia de prosperidade e triunfalismo. “Eu posso chegar a Deus!”. Martinho Lutero diz que definitivamente, os que seguem uma teologia da glória verão uma luz no fim da escada de subida aos céus, pois verão um Deus que é fogo consumidor.
É por isso que Paulo diz que o evangelho é tolice para aqueles que perecem, principalmente para os gregos, uma vez que o propósito da religião e da filosofia é que tenhamos os melhores dias agora. É inventarmos a melhor escada possível para atingirmos o céu. “Que tipo de tolice é essa, onde Deus desceu e morreu pendurado em uma cruz? Ele é o eterno Filho de Deus que revela o Pai?”. A verdade é que o Deus eterno que poderia nos transformar em cinzas se entrega por pecadores para que sejamos curados. Como Lutero bem entendeu, a teologia da glória julga pelas aparências: “Esta pessoa é muito boa, então ela merece prosperidade; esta pessoa está sofrendo, então ela deve ter cometido algum pecado”.
Quando Jesus estava indo para o Getsêmani, nem seus próprios irmãos entendiam o que estava acontecendo. Eles achavam que seria uma viagem de vitória. Eles estavam confundindo a primeira vinda de Jesus, em fraqueza, com a segunda vinda de Jesus, em poder. Pedro chegou a pressionar Jesus, pedindo para ele parar de falar em Cruz, ao ponto de Jesus repreendê-lo com um “arreda, Satanás!”. Entrando em um vilarejo samaritano, Pedro e João perguntam se podem orar a Deus pedindo que caia fogo dos céus. Jesus diz, porém, que a viagem dele não é de glória, é de Cruz. Os discípulos haviam de sofrer com ele, pelo evangelho.
Em Marcos 10, Jesus fala novamente de sua morte iminente. Alguns discípulos começaram a debater a respeito da posição que teriam no Reino. Eles estão achando que, quando chegarem à Jerusalém, haveria a posse de um novo presidente. Jesus diz: “Vocês não sabem o que vocês estão pedindo. Vocês estão pedindo para serem crucificados, um à minha direita e outro à minha esquerda”. Na hora da crucificação, eles fugiram.
Após a ressurreição, Jesus encontra dois discípulos muito tristes, a caminho de Emaús. O triunfalismo só te leva ao desespero. Jesus se oculta e eles não o reconhecem. Eles contam tristemente a cena da sexta-feira santa. Eles dizem que achavam que seria Jesus que libertaria Israel. Jesus começou a falar, então, mostrando que tudo na Lei e nos profetas era a respeito dele e que era necessário que Cristo morresse e ressuscitasse ao terceiro dia. É na fraqueza do evangelho pregado, na fraqueza do pão e do vinho, nós contemplamos o Senhor ressurreto.
As boas novas seladas pelo sofrimento do servo sofredor e seu sofrimento na Cruz ainda estão diante de nós, hoje. Você já está cansado de ser um super-homem ou uma super-mulher? Está cansado dos comerciais da televisão? Está cansado das mentiras dos pregadores que falam daquilo que não é da Palavra? Você ainda é forte o suficiente para não abraçar a Cruz? Ou você já chegou no fundo do poço? Se já chegou ao fundo do poço, você está pronto para aquele que vem a você em um momento como este. Ele diz: “venham a mim todos os que estão cansados, eu darei descanso a você”.

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