sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A música “gospel” e os “conquistadores”

De um artigo do erudito Pr. John Mac Arthur focalizando a chamada “música gospel” colhemos algumas informações. Vamos dar-lhe a palavra:
É evidente que a música cristã moderna, via de regra, é bem inferior aos  hinos clássicos que eram escritos 200 anos atrás. Isto não é uma  reclamação  do estilo, no qual as músicas são escritas, na maioria das vezes. Ao  invés,  as letras são o que revelam mais nitidamente quão baixo nossos padrões caíram. Os hinos eram ferramentas didáticas maravilhosas, cheias da Palavra e de doutrina sólida, um meio de ensinar e admoestar uns aos outros, como nos é ordenado em Colossenses 3.16 [A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.]. Mais de cem anos atrás, a música de igreja tomou uma direção diferente e o seu foco se tornou mais subjetivo. As músicas passaram a enfatizar a experiência pessoal e os sentimentos do adorador. Os músicos modernos têm promovido essa tendência ainda mais e o que semeamos por várias gerações estamos colhendo agora em abundância assustadora. A igreja moderna, alimentada por letras insípidas, tem pouco apetite pela Palavra e doutrina sólida. Nós também corremos o perigo de perder a rica herança da hinódia, visto que alguns dos melhores hinos da nossa fé caem na negligência, sendo trocados por letras banais dentro de melodiazinhas que não saem da cabeça. É uma crise, e a igreja está sofrendo espiritualmente. A diferença principal era que a maioria das músicas gospel eram expressões de testemunho pessoal visando a uma audiência formada de pessoas, enquanto a maioria dos hinos clássicos eram músicas de louvor dirigidas diretamente a Deus. O estilo e a forma da música gospel pegaram emprestado diretamente dos estilos musicais populares do final do século XIX.  O homem geralmente considerado o pai da música gospel é Ira Sankey, um cantor e compositor dotado, que galgou fama agarrado em D. L Moody. Sankey era o solista e líder de música para as campanhas evangelísticas de Moody na América do Norte e Inglaterra.  Sankey queria uma música mais simples, mais popular e que se prestasse mais ao evangelismo que os hinos clássicos. Então ele escreveu músicas gospel - na maioria mais curtas, cantigas simples com refrãos, no estilo das músicas populares da sua época. Sankey cantava cada verso como um solo e a congregação juntava-se a ele em cada refrão. Embora a música de Sankey tenha provocado alguma controvérsia no início, logo a forma pegou no mundo inteiro. Já no início do século XX a maioria das novas obras eram músicas gospel no gênero que o Sankey inventou. As letras dessas músicas não falam nada de substância real, e o que elas falam realmente não é particularmente cristão. É uma pequena rima sentimentalista sobre a experiência e sentimentos pessoais de alguém. Enquanto os hinos clássicos procuravam glorificar a Deus, as músicas gospel como "No Jardim" glorificavam sentimentalismo puro e simples.  Várias músicas gospel sofrem dessas fraquezas... Antes de Sankey, os hinos eram propositadamente compostos com um objetivo didático. Eram escritos para ensinar e reforçar conceitos bíblicos e doutrinários no contexto do louvor direcionado a Deus. Esses hinos visavam à adoração a Deus, proclamando sua verdade de maneira a aumentar a compreensão da verdade pelo adorador. Eles criaram um padrão de adoração, que era tão racional quanto emocional. E isso era perfeitamente bíblico. Afinal de contas, o primeiro e maior mandamento nos ensina a amar a Deus do todo o nosso coração, alma e mente (Mateus 22.37).
Nunca teria passado pela cabeça dos nossos ancestrais espirituais que o louvor era algo feito com o intelecto subjugado. A adoração que Deus procura é a adoração em espírito e em verdade (João 4.23,24).
Hoje em dia, a adoração é freqüentemente caracterizada como algo que acontece bem longe do domínio do nosso intelecto. Essa noção destrutiva tem criado vários movimentos perigosos na igreja contemporânea. Talvez tenha chegado ao ápice no fenômeno conhecido como a Bênção de Toronto, onde risos irracionais e outras emoções selvagens eram considerados a mais pura forma de adoração e uma prova visível da bênção divina. 
Essa noção moderna de adoração como um exercício irracional tem causado muito prejuízo às igrejas, implicando em um declínio na ênfase da pregação e do ensino dando mais ênfase em entreter a congregação e em fazer as pessoas se sentirem bem. Tudo isso deixa o crente no banco da igreja destreinado e incapaz de discernir, e muitas vezes jubilosamente ignorante dos perigos ao redor dele ou dela... (Até aqui citamos - numa excelente tradução do irmão G. Frederico – parte do Pr. John Mac Arthur, em seu artigo  “With Hearts and Minds and Voices”, publicado no volume 23, número 2 da revista Christian Research Journal (O artigo completo poderá ser lido em http://www.equip.org/free/DM806.pdf).

Tudo vai seguindo o rumo normal da apostasia predita para o final dos tempos, com o concurso da Psicologia “cristã”, que tem mutilado os conceitos bíblicos, transformando o crente num semideus, o qual pode se emocionar à vontade e, em seguida, dar ordens ao Espírito Santo, transformado em seu “Office boy”.
Como não temos a erudição nem a mansidão do Pr. John Mac Arthur, vamos declarar que a chamada música gospel, aqui no Brasil, tem se transformado em verdadeiro “lixo musical”. Os autores desse tipo de música em geral são membros de igrejinhas de fundo de quintal ou dessas oriundas do desmembramento de algumas igrejas sérias, “igrejas” organizadas exclusivamente para colher os dízimos e ofertas dos desavisados. Muitas vezes esses menestréis do evangelho até levam uma vida de pecado, conhecendo apenas alguns versículos esparsos da Bíblia. Os pastores e os “compositores” desse tipo de música mal sabem falar a língua portuguesa e, muito menos, entendem as verdades bíblicas, enveredando perigosamente pela chamada Teologia da Fé/Prosperidade e arrebanhando milhares de desavisados para o ocultismo.
Não domingo passado, numa dessas igrejas “avivadas”, o pastor, que mal sabia falar Português, conclamou a congregação a repetir três vezes a expressão: “Eu sou um conquistador!” Uma jovem batista, que estava sentada ao lado de um membro dessa igreja (por sinal compositor e cantor de música gospel), permaneceu calada. O rapaz interpelou-a escandalizado: “Por que você não está repetindo as palavras do pastor?” Ao que a moça respondeu, ironicamente: “Ora, eu sou uma senhora casada e fiel ao marido. Portanto, não me fica bem sair por aí gritando: Eu sou uma conquistadora!”.
Mary Schultze, maio 2004.

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